sábado, 14 de fevereiro de 2009

A Praga da Guerra


Lomatubar nem sempre foi conhecido como O Reino da Praga. Antes de sofrer com a moléstia, a catastrófica tragédia que espalhou uma praga incurável, Lomatubar era conhecido por ser um Reino em Guerra.
Logo após a chegada da colonização vinda de Fortuna, os pioneiros desbravadores não encontraram tribos de bárbaros normais como era o costume. Ao invés disso, estes exploradores encontraram uma nação orc desenvolvida e numerosa. Então, deu-se início as Guerras de Lomatubar – nome dado ao primeiro rei daquelas terras.
Apesar de Khalmyr ser considerado pelos nobres o deus da guerra justa, o culto à Keenn cresceu como era de se esperar num reino tomado por guerra. Até que o mago Thursten Covariel desenvolveu uma doença mágica que mudaria os rumos do conflito. Não era o modo de Keenn de se vencer uma guerra, através de uma magia que não faria haver um combate. Pelo menos este era o pensamento da Ordem de Keenn, que tinha sede em Barud, a capital de Lomatubar. A guerra acabou e os orcs perderam um grande número de soldados mortos pela praga que veio em forma de chuva pelo reino. Muitos guerreiros de Keenn foram embora do reino enojados pela estratégia usada e outros foram embora após os festejos da vitória para outros lugares que precisassem de guerra ou para eles mesmos fomentá-las.
Então, algo deu muito errado. Em menos de uma década a Praga Coral começou a se manifestar em humanos e semi-humanos. E aos poucos, espalhou-se pela fauna e flora. Em pouco tempo, centenas morriam pela doença. Animais e monstros se transformavam em versões muito mais agressivas de sua espécie e os humanóides que sobreviviam à doença entravam num estágio diferente, adquirindo estranhos poderes.
Lomatubar sentiu um êxodo da população que fugia em massa. A economia ficou arrasada e o futuro do reino estava arruinado. Alguns anos antes, nasceu Ikaro Madaram, uma criança muito agitada.
Ikaro não conheceu seus pais. Sua mãe era uma feirante pobre e vivia nas ruas imundas da capital. A população pobre era magra e se esforçavam para ter uma vida digna, mas mesmo em cidades metropolitanas havia miséria e mendigos. Quando nasceu, sua mãe o abandonou debaixo de sua tenda. Ouvindo seu choro, uma sacerdote de Lena o descobriu e o acolheu. A população, tentando manter a sanidade diariamente nesse cenário apocalíptico, fez o seu julgamento e matou a mulher a pedradas pelo que fez ao bebê.
Mariah, como outras clérigas de Lena, morava no templo da deusa da vida em Barud. Com a Praga Coral o culto à Lena aumentou consideravelmente, mas naqueles tempos antes da Praga atacar outras pessoas que não orcs, Lena era uma deusa consideravelmente cultuada por seu aspecto de fertilidade. Havia um pequeno orfanato nas dependências do templo de Lena que ficava sobre a chefia Mariah. Ali cresceu Ikaro Madaram sob os auspícios amorosos da deusa da vida. As crianças ali ficavam até os quinze anos, quando deveriam sair para tentar a vida. Poucos ficavam mais tempo lá e nenhum ficava menos tempo. Exceto Ikaro. Aos doze anos, ele era um pequeno delinqüente que liderava outros meninos para fazer bagunças. Se sua liderança era questionada, ele batia muito no garoto até ele aprender. Era sempre reprimido pelas clérigas, mas ele sabia desde sempre que elas não podiam fazer nada, não podiam castigá-lo pela força e sua ladainha já não funcionava mais.
Aos treze anos, Ikaro teve sua liderança questionada por um meio-orc garoto, de menos de dez anos. Mas ele era forte e Ikaro teve dificuldades em sua briga. Tanta dificuldade que teve que apelar para o uso de uma faca. E ele matou o garoto meio-orc, dentro do templo de Lena. A priori, sentiu-se culpado e com remorso, mas as conseqüências foram catastróficas e sua vida se tornou miserável. Ele perdeu, pouco a pouco, o apreço pela vida alheia.
O escândalo saiu das paredes do templo e Ikaro passou a ser hostilizado onde vivia nas ruas como um mendigo nas feiras populares. Era conhecido por ter cometido um grande pecado contra a deusa da vida e muitos temiam que as colheitas não dessem bons resultados. Ele se virou com muitas dificuldades até os dezesseis anos, roubando e matando.
Quando numa noite um homem entrou no templo de Lena, montado num cavalo branco, trajava mantos pesados e sujos. Seu rosto estava machucado, ferido. Trajava uma armadura de placas por baixo. Uma espada presa às costas sugeria que era um guerreiro. As clérigas de Lena abordaram o homem e ele simplesmente caiu do cavalo. Aparentemente estava fraco demais. Depois de curado, o homem sorriu maligno. Havia um símbolo cravado no peitoral de sua armadura. Uma espada, um machado e um martelo cruzados na frente de um escudo. Era um guerreiro de Keenn.
Aconteceu um massacre sem precedentes. O homem tinha cabelos curtos, negros e olhos azuis fortes. Matava sem dificuldade. Matava por puro prazer. Servos de Lena jamais lutavam e os poucos paladinos que poderiam lutar, não sabiam lutar para matar. O homem matou todos e acuou as crianças num salão do templo. Olhou um por um, insatisfeito.
Quando Ikaro apareceu em suas costas, na entrada. Ele mesmo não sabia por que tinha retornado ao templo de Lena quando ouviu sons de batalha e grito de morte. Não se importava e odiava a todos que ali viviam. Odiava o povo de Barud, odiava aquela vida. Então se sentiu impelido em ver o que acontecia. Assistiu pasmo, o homem desconhecido matar todas aquelas pessoas com facilidade. Ikaro não sabia o que pensar, não continha o horror da morte, mas também sentia uma enorme satisfação de vingança cumprida. Quando o homem virou o rosto para ele, pensou que também iria morrer.
Mas o guerreiro de Keenn apenas se aproximou e perguntou se o que ele vira o tinha satisfeito. Ikaro respondeu que sim. O guerreiro perguntou se ele queria aprender a lutar como ele. Ikaro respondeu que sim, súbito. Então, levou um safanão no rosto e caiu desacordado.
Ele acordou amarrado no lombo do cavalo do homem e ele o levou para um desfiladeiro, uma montanha. Dias a fio, comendo e bebendo o mínimo, Ikaro viu o homem matar orcs e criaturas estranhas, com uma espécie de coral vermelho. Eles chegaram a um templo incrustado na montanha. Era um templo de Keenn. Ikaro tinha muitas dúvidas, mas não teve coragem de perguntar. Então apanhou por isso. O homem disse que ele deveria ter coragem para tudo. Coragem era o princípio que movia o guerreiro. O medo era a fonte de controle transformada em força, apenas isso. Então, deu-se início a um treinamento rigoroso. Mestre e aluno, por dez anos. Nesse tempo, eles souberam que a Praga Coral começou a afetar humanos também e qualquer ferimento por um animal grotesco poderia significar a morte. Ikaro começou a preferir armas de haste. Gostou da alabarda. Ikaro aprendeu a estratégia de combate, aprendeu tudo que um clérigo deveria aprender. Estava feliz apenas quando lutava. No teste final, enfrentou uma Fera Coral e a matou com sua alabarda pesada. Sagrou-se clérigo de Keenn, manchado de sangue de monstro adoecido.
Ikaro Madaram é careca: porém ele odeia que falem isso perto dele. É nervoso e gosta de lutar. Adora uma boa luta, odiando quem o impeça de conseguir isso. Adora beber, gostando mais ainda quando pode beber e lutar com alguém. Adora falar alto. Se acha o 2° mais forte de Arton, perdendo somente para o Mestre Arsenal. O que mais odeia é alguém que lute usando qualquer outra técnica que não seja com uma arma. Não se importa com mais nada, desde que consiga uma boa luta.
Talvez isso não seja o suficiente para motivar um homem a viver, mas a guerra é um meio que ele se utiliza para conseguir ganhar a vida, conseguir fama e fortuna.

6 comentários:

Aldenor disse...

Afinal, sem surpresas!

Capuccino disse...

Ironico...

Bom personagem =)

R-E-N-A-T-O disse...

Aff... Ninguém sabia. Você é MUITO previsível.

Marins disse...

vero

S i n n e r disse...

Deja vù...

Aldenor disse...

"hehe"

Esse é o Marinho que eu conheço...
AHUahuahuahuahuahuahua

E Daniel nunca viu este personagem... é apenas a segunda vez que eu o uso, hunf! E ele tá levemente diferente.