quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Vinte e uma coisas que aprendi como escritor


Esta crônica é de autoria do contista e romancista Moacyr Scliar. Eu a achei interessante e resolvi postá-la pra ajudar a inspirar o pessoal na nova campanha onde todos serão mestres e terão que escrever sobre suas sessões. Boa leitura!

***

Vinte e uma coisas que aprendi como escritor


APRENDI que escrever é basicamente contar histórias, e que os melhores livros de ficção que li eram aqueles que tinham uma história para contar.

APRENDI que o ato de escrever é uma seqüela do ato de ler. É preciso captar com os olhos as imagens das letras, guardá-las no reservatório que temos em nossa mente e utilizá-las para compor as nossas próprias palavras.

APRENDI que, quando se começa, plagiar não faz mal nenhum. Copiei descaradamente muitos escritores, Monteiro Lobato, Viriato Correa e outros. Não se incomodaram com isto. E copiar me fez muito bem.

APRENDI que, quando se começa a escrever, tinha de escrever. Não adiantava só ficar falando de como é bonito escrever; eu tinha mesmo de enfrentar o trabalho braçal (e glúteo) de sentar e trabalhar.

APRENDI que uma boa idéia pode ocorrer a qualquer momento: conversando com alguém, comendo, caminhando, lendo (e, segundo Agatha Christie, lavando pratos).

APRENDI que uma boa idéia é realmente boa quando não nos abandona, quando nos persegue sem cessar. O grande teste para uma idéia é tentar se livrar dela. Se veio para ficar, se resiste ao sono, ao cansaço, ao cotidiano, é porque merece atenção.

APRENDI que aeroportos e vares são grandes lugares para se escrever. O var, por razões óbvias; o aeroporto, porque nele a vida como que está em suspenso. Nada como uma existência provisória para despertar a inspiração literária.

APRENDI que as costas do talão de cheque é um bom lugar para anotar idéias (é por isso que o escritor tem de ganhar a grana suficiente para abrir uma conta bancária). O guardanapo do restaurante também serve, desde que seja de papel e não de pano.

APRENDI que não dá para usar um gravador como forma de registrar textos. A nossa voz sai de outro compartimento, que nada tem a ver com a palavra escrita.

APRENDI que o computador é um grande avanço no trabalho de escrever, mas tem um único inconveniente: elimina os originais, os riscos, os borrões, e portanto a história do texto, a qual – como toda história – pode nos ensinar muito.

APRENDI que a mancha gráfica representada pelo texto impresso diz muito sobre este mesmo texto. As linhas não podem estar cheias de palavras; o espaço vazio é tão eloqüente quanto o espaço preenchido pela escrita. O texto precisa respirar, e quando respira, fica graficamente bonito. Um texto bonito é um texto bom.

APRENDI a rasgar e jogar fora. Quando um texto não é bom, ele não é bom – ponto. Por causa da autocomiseração (é a nossa vida que está ali!) temos a tentação de preserva-lo, esperando que, de forma misteriosa, melhore por si. Ilusão. É preciso ter a coragem de se desfazer. A cesta de papel é uma grande amiga do escritor.

APRENDI a usar a gaveta. Mesmo os melhores textos, como os melhores vinhos, beneficiam-se de um período de maturação. Precisamos lê-lo com olhar diferente. E nada como o tempo para isto.

APRENDI a não ter pressa de publicar. Já se ouviu falar de muitos escritores batendo, aflitos, à porta dos editores. O que é mais raro, muito mais raro, são os leitores batendo à porta do escritor.

APRENDI a não reler meus livros. Um livro tem existência autônoma, boa ou má. Não precisa do olhar de quem o escreveu para sobreviver.

APRENDI que, como escritor, um livro é como um filho, mas que é preciso diferenciar entre filhos e livros.

APRENDI que terminar um livro se acompanha de uma sensação de vazio, mas que o vazio também faz parte da vida de quem escreve.

APRENDI que há uma diferença entre literatura e vida literária, entre literatura e política literária. Escrever é um vício solitário.

APRENDI a diferenciar entro o verdadeiro crítico e o falso crítico. O falso crítico não está falando do que leu. Está falando dos seus próprios problemas.

APRENDI que, para um escritor, frio na barriga ou pêlos do braço arrepiados são um bom sinal: um livro vem vindo aí.


SCILIAR, Moacyr. In: Blau – Jornal bimestral de literatura, Porto Alegre, n. 5, agosto de 1995.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

NOVO JOGO

Como foi acertado hoje, jogo dia 21 de Março, Dudu começando o círculo de mestres, com o jogo Con(di)vergencias.

A ordem do círculo, suas rolagens e (possíveis) classes/raças

Dudu - 18, 17, 15, 14, 11 , 09 - Clérigo Bom

Daniel - 13, 15, 13, 14, 10, 18 - Mago

Marins - 15, 14, 11, 17, 14, 12 - Bardo ou Ladrão

Caputo

Renato - 15, 16, 13, 17, 14, 14 - Paladino humano de Tannah-Toh

Aldie - 10, 14, 12, 17, 14, 16 - Guerreiro humano, Caotico e bom

Livros permitidos

Todos os completos
Spell compendium
PHII
Unearth Arcana (bloodline, grupo de armas e paragons)

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Caedros Galamion


Há muitos anos, quando Lenórienn ainda estava na Infinita Guerra, nasceu Caedros Galamion, o primogênito da família nobre dos Galamion. Família importante, dirigentes da Casa da Espada. Desde cedo ele foi treinado para ser um guerreiro formidável, um exemplo para os elfos sobre a batalha. Seres de beleza e magia, os elfos também eram formidáveis guerreiros e ferreiros.
Caedros teve aulas de esgrima com o lendário Espada de Glórienn Berforam, antes de sua perdição para Tenebra a deusa das trevas, fundando a seita dos elfos negros. Caedros admirava Berforam e o via como um ídolo. Porém vieram os tempos negros.
A Aliança Negra destruiu Lenórienn e os elfos que não viraram escravos ou mortos, foram exilados para o Reinado, condenados a viver entre os humanos e nunca mais eles tiveram o animo necessário para se juntarem em comunidades.
Quase duas décadas passaram, mas isso não quer dizer muita coisa quando se vive por séculos. A dor da perda, da saudade é ainda indizível para os filhos de Glórienn, seres tão emotivos.
Caedros viveu como mais um elfo, no anonimato durante alguns anos. Não queria reivindicar uma posição entre os elfos, pois não havia nação, não havia sentido de hierarquia entre eles. Os elfos eram todos iguais. Alguns abandonaram a deusa dos elfos, outros se tornaram ferrenhos defensores dela, acusando os humanos de terem se omitido na Infinita Guerra.
Então Caedros descobriu a existência dos elfos negros. Então Caedros encontrou mais um sentido em sua vida. Como um nobre elfo ele quer defender os elfos e seus interesses, ainda que eles não formem comunidades. Odeia os minotauros e sua posição escravocrata e a Aliança Negra. Ele quer se tornar poderoso e experiente o suficiente para um dia desafiar Berforam Alma Negra e faze-lo pagar por sua traição. Deseja a liberdade dos elfos do mundo e, num futuro, trazer de volta o orgulho de ser elfo para o coração de toda essa raça secular.

Hordas.



Aggripa Aemilius ainda se recuperava...

O terrível cidadão de Tapista ainda não acreditava no estrago feito em seus números ao longo de 2 anos...

Apenas com a fuga de um, todos os outros animaram-se com a idéia. Um apenas, um maldito escravo!

Ao longo de dois anos, ele perdera 50% dos seus escravos, quase 700 vermes tinham fugido de suas prisões. Poucos conseguiram fugir, muitos morreram na tentativa. Não havia perdão para Aggripa, não havia misericórdia.

Tudo isso por causa de apenas um... Um escravo - apenas.


Mas a perda pouco importava. O que são 700 vermes perto de todo o Reinado? A troca valeria a pena, e o grande minotauro ia de encontro ao Princeps começar as negociações. Aggripa sempre acreditou ser vantajoso aliar-se ao princeps e apoia-lo, e tal aliança começaria a lhe render frutos. Tudo o que ele precisava fazer era matar. Invadir propriedades, queimar casas e sujeitar os fracos a vontade imperiosa de Tauron.

Tudo isso fora pensado pelo minotauro durante sua viagem. Cada argumento era dito e repetido, contagens eram feitas, ordens eram dadas e equipamentos eram comprados. Aggripa faria guerra. Sua flâmula, a Garra Negra de Carsten, reinaria soberana no campo dos mortos. E, por Tauron, até mesmo Keenn abaixaria ante o Senhor da Força e do Fogo.

Esse era o seu destino, este era seu ofício.

Porém, ao chegar na grande capital, Aggripa tem uma grande surpresa. Todos, TODOS os escravos de Tapista reuniam-se em frente ao palácio do Princeps, para ouvir seu eloqüente discurso sobre o Império de Tauron e a necessidade de proteção aos fracos - e subserviência destes.

Bobagem, pensou Aggripa.

Porém, a parte mais interessante do discurso chegara:

"O Império de Tauron varrerá o reinado com suas chamas! Nós abrigaremos a humanidade de sua própria torpeza! E todos aqueles que contribuirem com seu sangue para a criação deste grande Titã tornar-se-ão cidadões do Grande Império! QUE TODO SENHOR ARME SEUS SERVOS, QUE TODO ESCRAVO LUTE PELO SEU SAGRADO PROTETOR E RECEBA DESTE A LIBERDADE, QUE SÓ SERÁ GARANTIDA SE VOCÊS PROVAREM A NÓS QUE APRENDERAM A MAIS IMPORTANTE LIÇÃO DE TAURON - FORÇA!"

Força.
Força.
Força.

A palavra era berrada em cada esquina da Capital. A multidão entrara em júbilo. E Aurakas dobrara suas forças.

Aggripa pegou apenas este final do discurso, que foi suficiente para comove-lo. Aurakas falava como se o próprio Tauron fosse.

Porém, Aggripa queria toda a glória para si e não deixaria que vermes a tomassem. Por isso, decidiu que estaria na hora de aumentar seus prejuízos com escravos...

Só sobraria os parentes daquele...
Daquele maldito escravo.



Contos Artonianos #1


Pretensão de Aventureiro

- Então foi assim que eu consegui expulsar os goblins daquela carroça e salvei a donzela em apuros!
Alguns rostos sonolentos, outros aborrecidos, observavam uma cena comum. Arthur Woodcastle III era um jovem que trajava roupas de aventureiro. Armadura, espada na cintura, ombreiras de metal, um colete vermelho e preto com um saiote fechado num cinto ordinário. Ele era um dos muitos aventureiros que contavam bravatas sobre suas histórias na taverna.
Entretanto, Arthur não era um bardo, não tinha o requinte que atendesse as demandas de uma platéia um pouco mais seletiva. Para sua sorte, os homens que ali estavam era trabalhadores, cansados de seus dias de labuta em suas lojas de ofícios pela cidade, ou qualquer outro trabalho que garantia seu sustento. Desejavam apenas embriagar-se para relaxar e fugir um pouco das responsabilidades antes de se depararem com sua realidade e voltar para suas casas cuidar de suas famílias. Eles ouviam as histórias de qualquer borra-botas como Arthur parecia ser e se davam por satisfeitos, ainda que seus semblantes não demonstrassem nenhuma simpatia ou satisfação.
Mesmo não sendo um bardo, Arthur era muito jovem e tinha um bom sorriso no rosto. Tinha cabelos negros espalhados pela cabeça com uma franja que ocupava toda a testa. Seus olhos castanhos claros eram brilhantes e sugeriam entusiasmo. Atraia olhares um pouco mais admirados de algumas raparigas que trabalhavam na taverna, arrancava boas risadas do taverneiro Goerb, um homem gordo e opulento que vivia sujo de gordura em seu avental, pois adorava cozinhar para os fregueses. A Taverna do Pombo Perneta da Praça era famosa por seus cozidos, apesar de alguma má fama que algumas más línguas insistiam em espalhar por aí. Diziam que o bom e velho Goerb era um homem frustrado e obcecado por pombos e que os capturava para seus cozidos, trocando frango por estas criaturinhas mais sujas. Verdade ou não, pombos eram raros naquela praça simples com algumas parcas árvores num jardim pouco florido.
Goerb limpava outro copo com um largo sorriso no rosto enquanto Arthur terminava seu último feito de aventureiro, quando salvava a vida da donzela Mirella do ataque de kobolds sedentos por sangue e dinheiro. Um conto que arrancaria suspiro de raparigas, aplausos de camponeses, sorrisos e admiração de plebeus. Mas estes eram homens que viviam em seu cotidiano árido da vida comum. Mas não para aventureiros, mesmo iniciantes, sabiam que impedir o assalto de simples goblins não era mérito para ninguém. Ninguém que queira respeito, claro.
Qualquer ato de violência enfrentando algo fora dos portões da cidade era considerado bastante heróico, reservado àqueles com habilidades além do comum, destinados a grandes feitos. Assim eram vistos os heróis aventureiros em Valkaria, a cidade-imperial. A maior cidade do mundo civilizado é acostumada a tolerar todo tipo de diferença, como entre os famigerados goblins, sujos e oprimidos em suas favelas e os elfos, anteriormente arrogantes e esnobes que hoje vivem sob a amargura da perda de sua lendária nação de Lenórienn. Apesar disso, os homens comuns acreditavam e aceitavam qualquer história fantástica além dos muros da cidade e viam com grande temor os perigos do mundo.
- Você é um tolo, jovem humano.
A voz era feminina e tão melodiosa que o insulto pareceu um grande elogio. Arthur virou seu rosto rapidamente em direção de seus ouvidos e viu uma bela elfa de cabelos loiros e maravilhosos olhos verdes. Seus cabelos estavam presos num coque simples e ela bebericava alguma coisa. Trajava roupas leves nas cores verde e branco. Tinha uma capa num tom esverdeado mais leve, quase como uma folha recém amadurecida. Em sua expressão havia um misto de implicância e zombaria.
- Como ousa, elfa? Duvida que eu tenha protegido a honra de milady Mirella? Pois ela me deu isto como recompensa. – Arthur retirou de sua algibeira um colar com uma pedra com um amarelo-fosco mau lapidada.
- Você conta estas bravatas como se fossem grandes feitos. Não fez nada mais que sua obrigação em proteger alguém que precisava e ainda aceitou um pagamento. Olhe, é uma pedra sem valor. Como o seu feito, “herói”. Trivial. – Sorrindo de esgueira, olhou para baixo e logo se percebia que estava com um livro muito gordo em páginas e de capa feita de couro muito grosso.
Arthur olhou a jóia novamente e notou que ela realmente era feia. Parecia um objeto realmente sem valor. Guardou em sua algibeira e sentou-se na cadeira de pernas altas que ficava em frente ao balcão do taverneiro Goerb. Este, com pena do rapaz visivelmente desmoralizado por aquela noite, resolveu dar conselhos de pai. Disse para não desistir e para se alistar no Protetorado do Reino.
Há quem diga que os maiores heróis de Arton são do Protetorado do Reino. Uma força de elite formada não apenas de soldados, mas principalmente por heróis. São aventureiros contratados e financiados pela Coroa de Deheon, com acesso aos recursos do rei-imperador e da Academia Arcana, e geralmente estão capacitados para qualquer tipo de missão, aventuras e explorações em geral.
Muitos jovens aventureiros tentam essa carreira, com o intuito de adquirirem missões arriscadas, mas com a segurança de uma base de operações na maior cidade do Reinado. É de extrema honra para aqueles que desejam uma vida errante na estrada, juntarem-se ao Protetorado. Os testes para a admissão são simples, para quem é corajoso e habilidoso com técnicas acima da mediocridade da vida mundana cotidiana e que possua um caráter verdadeiramente honrado. Porém, uma vez que se saia por livre e espontânea vontade (que não seja através de morte), nunca mais poderá retornar. Existe, inclusive, um velho ditado no meio dos aventureiros: “Entrar para o Protetorado é fácil. Sair é mais fácil ainda. O difícil é permanecer”. O Protetorado do Reino é conhecido por tratar das missões mais arriscadas e com a maior taxa de mortalidade que se tem notícia.
Arthur resmungou qualquer coisa depreciando o Protetorado, mas no fundo sabia que era o objetivo principal. Mas não queria entrar como soldado raso, mas como um herói importante. Para isso precisava se aventurar, ter seus feitos cantados por bardos. Viu que não tivera muito sucesso em sua empreitada pela estrada aos arredores de Valkaria. Nesse dia ele tinha decidido sair da monotonia, julgando estar apto para lutar com sua espada bastarda, um pouco mais cumprida que a tradicional espada longa, mas menor que uma espada de lâmina larga, de duas mãos. Com o treinamento devido, ele sabia manejar a espada bastarda com uma só mão sem problemas. Saindo de Valkaria com sua armadura, fingiu para todos que o olhavam de esgueira que era um aventureiro em missão. Andou pelos arredores da cidade, cumprimentando mercadores que chegavam e saiam com suas carroças abarrotadas de produtos de todos os tipos e devidamente escoltados por mercenários ou aventureiros.
Até que encontrou a donzela Mirella em sua carruagem. Moça mimada, havia brigado com seu pai porque seu pretendente possuía um nariz avantajado demais. Visando fugir de Valkaria, pegou uma carruagem da família e alguns servos e partiu em disparada. Arthur viu a carruagem e viu um grupo de goblins se cutucando agitadamente enquanto viam a donzela passar. Seguiram cuidadosamente pelas ruas até saírem de Valkaria por um dos portões. Aí houve o assalto. Arthur surgiu com uma entrada heróica chamando seus adversários de vilões e brandiu sua espada com veemência. Suava pela emoção e expectativa de combate e tudo que desejava era golpear e ver sangue. Não que quisesse matar, mas faria se fosse necessário.
Porém, ele se decepcionou. Covardes, os goblins, mesmo em maior número, desistiram de lutar e apenas fugiram. A donzela Mirella demorou em aparecer na janela da carruagem, então Arthur brandiu sua espada ao vento, fazendo barulho de movimentos e de golpes. Assim que ela apareceu, pode ouvir o berro de “nunca mais molestem esta dama!” e sentiu-se feliz. Viu que o jovem era um rapaz bonito, mas seu traje não lhe passava a idéia de era um par apropriado. Resolveu agradece-lo com um beijo e um colar com uma pedra amarela-fosco mal lapidado. Era sua primeira aventura, primeira batalha e primeiro pagamento. Sentia-se aventureiro o suficiente para gabar-se na taverna mais próxima.
Até que essa elfa apareceu. Ele pôs-se a olhá-la novamente e reparou o quão bela era. Sentiu-se fisgado, mas irritado por ter sido menosprezado. Odiava o ar de superioridade que ela tinha ao ler o livro e ao beber. Viu que ela tinha uma mochila presa à cadeira de madeira em que sentava e, sobre a mesa, havia uma bolsa de conteúdo incerto. Ele viu que ela poderia ser uma aventureira. Pensou em se aproximar, controlando o estômago que revirava em sinal de timidez. Quando virou seu rosto, viu que ela estava sentada do seu lado, em frente ao balcão.
Arthur se assustou além do que queria demonstrar e arregalou os olhos. Denunciava que pensava em falar com a elfa, e ela pareceu se divertir com isso sorrindo amigavelmente.
- Olá, humano. Me chamo Ferannia Holimion.
- Oi. Sou Arthur Woodcastle Terceiro.
- Um nome cumprido para quem vive tão pouco. Você é o terceiro Arthur da sua família? Isso significa que seu pai e seu avô são guerreiros como você?
- Não. Meu avô era um mago de Wynlla. Meu pai era um cavaleiro de Namalkah, ranger. Eu sou só guerreiro mesmo. O nome não quer dizer que serei igual a eles.
- Curioso, seus ascendentes estão vivos?
- Acho que sim, mas só meu pai está próximo, mora em Ridembarr com minha mãe. Meu avô está desaparecido há muito tempo. E você? O que quer de mim?
- Não me leve a mal. Ainda penso que espantar goblins assaltantes em Valkaria não é grande coisa. Mas seu entusiasmo por aventura me intrigou. Por que quer ser aventureiro, jovem?
- Pare de me chamar de jovem. Eu tenho dezoito anos, não pareço ser tão mais novo que você.
- Eu sou uma elfa, esqueceu? Tenho quase um século de vida a mais que você. Fale-me, por que quer ser aventureiro?
Incerto, Arthur pediu uma caneca de cerveja e um pedaço de pão. Viu que ela sorria sempre ao falar e demonstrava o claro interesse que ele via nas raparigas de taverna. Mas ela era uma elfa, um povo emotivo e conhecido por sua arrogância. Motivos que os levaram a ruína. Ela definitivamente não era uma rapariga de taverna.
- Meu avô era. Meu pai era. Pareceu ser natural. E eu tenho vocação. Não sou inteligente pra fazer magia, não tenho empatia com animais e nem sou capaz de abrir fechaduras. Sou forte, sei lutar bem. E gosto bastante, inclusive. Mas sou novato nisso, nunca lutei a sério. Cá entre nós: os goblins fugiram de mim antes que eu acertasse os desgraçados. Mas quero ser um herói e conhecer o mundo. Mas por que tantas perguntas?
Bebeu um gole da cerveja, tentando sair um pouco do foco da conversa e tentando fazer com que o diálogo não se perdesse. Sentiu que revelou demais o que pensava, sem mentir. Mas também não viu nenhum mal nisso, achando que, por algum motivo, deveria falar a verdade naquele momento.
- Porque achei você intrigante, ora essa. Se aventurar por esses motivos me parece bem humano mesmo, inconseqüente, rebelde. Como o terceiro da sua família, não deveria repetir os erros de seus antecessores. Mas enfim, não me interessa isso. Quero saber agora por que não se alistou no Protetorado do Reino.
- Por que não estou pronto. Quero me alistar quando for um herói já conhecido.
Ele bebeu mais um gole de sua cerveja e mordeu o pão que acabara de receber. Ela ficou menos risonha e mais séria. Mas parecia satisfeita com o que ouviu.
- Tenho uma proposta a lhe fazer, Arthur Woodcastle Terceiro.
E assim tudo começou.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Histórias Esquecidas


Olá, Grupo Esquecido.
Espero que essa nova safra de jogos dê bons frutos e o pessoal inove na narração e na estrutura de jogo. Gostei das mudanças de Caputto em seus jogos e tal. Vida longa ao Forgotten Group.
Mas o motivo desse post é inaugurar uma parte que já deveria ter sido pensada há muito tempo: Um canto para as mentes criativas depositarem seus dejetos. Para cada um dar uma de escritor amador e por no "papel" idéias, aventuras, campanhas, histórias que seriam inviáveis em jogo.
Para mim isso será mt bom pq sofro o mal de criar 1164162321 personagens e nunca ter jogo para todos.
Então é isso. Aproveitem esse Marcador: Histórias Esquecidas.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Gênesis.


















Nossa senhora,é difícil por imagens no post! XD
Bom, com o sinal verde de marins e renato, postarei mais sobre a campanha que pretendo mestrar. Não que Dudu não tenha direito a voto, mas todos sabemos que ele é muleque piranha =P e com certeza jogará.
Primeiramente, elegi como nome da campanha o termo inglês Oblivion. Aproveitando que Aldenor viajará, podemos deixar nosso blog mais globalizado, podendo, inclusive falar um pouco de inglês. Nada contra Aldi, mas somos jogadores modernos XD
Voltando ao assunto, Oblivion, segundo o Sumo-Sacerdote de Tanna-Toh, Google (Eladrion é o cacete!), significa Esquecimento.
Esquecimento. O título em si já nos diz um possível final da campanha, caso consigamos chegar lá. Se não possível, um final certo.
Ao idealizar os princípios desta aventura, tive como foco principal Khalmyr. Sim, o Deus da Justiça, ou o cara chato, segundo Renato =D
Sim, ele é realmente muito chato. Pelo menos, o cenário o mostra como um Deus bem chatinho mesmo. O cara ordeiro, o ranziza, parecendo aquele avô que, quando deixamos algo fora do lugar, por mínimo que seja, encrenca, briga e faz o diabo.
De minha parte, sempre fui aficcionado pelos Deuses que representam a justiça, justamente por eles transmitirem conceitos de sacríficio próprio em nome do que é certo, ou em nome do que deveria ser certo, mas que faticamente não é. Claro que tudo isso é muito subjetivo, e gera muitas discussões a respeito.
Subjetivo ou não, o fato é que Khalmyr sempre foi apresentado como o Deus das Leis (numa clara oposição a Nimb) e nao da Justiça. Se Justiça e Direito não se confudem, também nao se deve confundir, e agora com muito mais propriedade, Justiça e Lei.
Bom, alguns de vós, jogadores, irão descordar. Mas esta é minha visão do Deus e, em tese, não abro mão dela. Como disse, o conceito de Justiça é muito subjetivo, e, num rpg, os atos de um Deus da Justiça são igualmente discutíveis - ou até mais.
Tudo isso para não termos problemas hermenêuticos futuramente.
Como tinha dito no post passado, a idéia que tive era de começarmos uma campanha em níveis épicos. Mas, acho mais divertido começarmos em níveis inferiores.
Acredito, portanto, que o Nível 6 é o ideal para começarmos. O Nível 6, pelo menos para mim, representa o segundo estágio de um herói. Num primeiro, que iria do nível 1 ao 5, o herói seria um iniciante com muitas pretensões mas poucas possibilidades de realiza-las.
No nível 6, as coisas ja mudam de figura. Neste nível, o herói já representa um diferencial, uma verdadeira variante.
Como jogaremos, inicialmente, (frise-se bem isso! Meu propósito não é parar por aqui) as Guerras Táuricas, a campanha em si precisa de PJs que possam representar uma diferença. É uma campanha de guerra, onde personagens de níveis mais baixos ocupam lugar irrelevante e mísero.
Para uma campanha dessas, preciso de nobres comandantes, guerreiros capazes, experts em espionagem e sabotagem, magos que possam defender mágicamente o campo de batalha e clérigos poderosos o suficiente para não deixarem pessoas importantes caírem em combate e não de soldados que borram-se frente a uma parede de escudos.
Tudo isso temos, mínimamente, no Nível 6. Acredito, numa campanha de guerra, ser o Nível 6 o Nível 1 de uma aventura tradicional - isso, claro, no que eu considero divertido.

Bom, comandates e campo de batalha lembram um pouco de combates em larga escala. A priori, não pretendo por este tipo de peleja. Normalmente, os jogadores não gostam muito disso, e combate em massa só é divertido se os jogadores, todos (preferencialmente), desejarem encontros deste tipo. A escolha é inteiramente de vocês.
Normalmente, as regras de combate em massa não diferem das regras de combate singular, e o modo de jogo é o mesmo. O que diferencia é a imagem. Ao invés de atacar com um só personagem, faz-se um ataque com 500, 700 homens. Mas a rolagem é a mesma.
Também, nos combates em massa, pode-se jogar singularmente com um PJ. É arriscado, mas em outras campanhas que mestrei, um só personagem de 5 nível abordava uma unidade com 20 soldados de 1 ou 2 nível e a destruia, tendo como dado que a duração do round em combate em massa é, normalmente, de 5 minutos. 5 minutos são 50 rounds e, em 50 rounds um guerreiro de 5 nivel estupra 20 guerreiros de nível 1 - Fato. Isso é muito satisfatório pro nosso ego, só não é satisfatório pro personagem que fez isso, pois saí do combate violentamente sodomizado.
Claro que, se a unidade de 20 ganhar a iniciativa, o PJ de nível 5 está lascado XD
Deixo consignado que, um combate em massa é um tanto quanto trabalhoso de se fazer, e, na razão de darmos mais dinâmica a coisa, esqueceriamos muitas regras.
Anyway, vocês escolhem XD

Então, jogaremos contra o Império de Tauron, no Nível 6.
Atributos:
Escrevi pra caralho até agora porque ainda nao pensei numa forma de estabelecermos os atributos =P Para ser sincero, neste momento eu ainda não tenho uma idéia muito clara.
Porém, não gostaria de personagens fracos. Como dito anteriormente, tenho gana de transformar essa campanha em uma campanha de níveis épicos.
Assim sendo, preferiria ter o controle das rolagens, estabelecendo um mínimo inicial, que seria de:
16,15,13, X, X, X
O x seria rolado, e este rolamento será feito na forma de 2d6+6.
A primeira rolagem não poderá ser menor que 12, a segunda não poderá ser menor que 10 e a terceira não poderá ser menor que 9.
Então, os atributos seriam: 16,15,13, 2d6+6(mínimo de 12), 2d6+6(mínimo de 10) e 2d6+6 (mínimo de 9).
Haverá, também, uma rolagem adicional que poderá modificar os primeiros numeros (16,15,13), que será feita na forma de UMA rolagem de 4d6, tirando-se o menor. Se o resultado for maior que 16, substituir-se-á o 16. Se o resultado for maior que 13 e menor ou igual a 16, substituir-se-á o 13.
Por exemplo: rola-se 4d6 e obtêm-se um 17. O 16 inicial será substituido por 17.
Rola-se 4d6 e obtêm-se um 15. O 13 inicial será substituido por 15.
Se o resultado for menor ou igual a 13, mas for maior que qualquer um dos segundos números(o dos mínimos), então aproveitaremos este resultado, fazendo a substituição pertinente.
Não me perguntem donde tirei isso, pois foi criação da minha mente maluca! XD Mas o objetivo é garantir que não tenham personagens bundões, sem ter que dar 82 pontos de atributos. Talvez haja colher de chá, dependendo do azar do lazarento que so tirar os mínimos! XD
Ainda nos atributos, resolvi adotar o que o Star Wars Saga e o Pathfinder fazem nos mesmos: ao invés de ganhar 1 pt de atributo a cada 4 níveis, ganhar-se-á 2 pontos de atributo a cada 4 níveis, um ponto para dois atributos, e nunca os 2 pontos num só.

OBS: Marins propôs um tal de piso e teto. Nao sei q porra é essa e ele também nao pode me explicar por MSN =P Talvez haja modificações no sistema de atributos.

Quanto aos personagens, nao peço nada espécífico. Vocês tem a liberdade para fazer o que quiserem.
Também não vou impor motivações, como lenda viva e essas coisas. Se quiserem ter, tenham. Se não, o próprio jogo dará - ou não.
Apenas, sugiro que o grupo seja composto por um Clérigo, um Mago e um Guerreiro. SUGESTÃO, apenas. Ao que parece, Renato entrará de Clérigo; Marins jogará de guerreiro. Se Dudu tiver vontade de jogar com Mago, esta parece ser uma excelente oportunidade.
Outra coisa: eu nao gostaria que o grupo fosse composto por fadinhas fofinhas e qualquer coisa animesca que tormenta oferece. Não gosto de animes, não gosto de mangás e infelizmente este cenário é cheio disso.
Eu sei, eles podem ser maneros, bunitinhos e engraçadinhos, mas eu tenho um bloqueio mental com certas coisas, assim como alguns de vocês tem o mesmo bloqueio com outras.
O mesmo com goblins e derivados. Goblin é NPC! A menos que vocês queiram me ajudar, vocês farão goblins. Sim, esta é uma vedação! Outra vedação é elfo com patinha de cachorro, rabinho de gato, cabelinho rosa e orelhinha de coelho. POOOORRA! ELES JÁ SÃO HOMOSSEXUAIS, DEÊM UM TEMPO PROS POBRES COITADOS! Ademais, isso aqui é um RPG, uma história de heróis, e não um relatório do Gala Gay.
Quanto as coisas mangalescas e "animelescas", não vou proibir, mas consigno, desde já, minha dificuldade.
Agora, uma dica: evitem personagens que sejam muito opostos entre si. Não vai adiantar ter um clerigo de Keenn no grupo com um devoto de Khalmyr. Esse tipo de coisa só trará malefícios, que poderão impedir o andamento do jogo.

Então, recaptulando: Personagens Nível 6, contra o Império de Tauron, com atributos já definidos.
Tendência: Leal, Neutro ou Caótico e Bom.
Lembrando, desde já que a bondade não importa que o personagem se vista de freira.
Quer jogar de neutro? Proponha uma idéia que me agrade, e eu pensarei no assunto. XD

Livros:
Bem, libero todos os livros que utilizamos. Ainda tenho que pensar no uso do Spell Compendium...
Mas, certo certo mesmo são: livros básicos, livros de tormenta, todos os completes, unearthed arcana, Playerhand Book II; Libris Mortis e Heroes of Horror também podem ser utilizados, caso alguem queira esta área (se eu permitir) e um livro que é da terceira edição, mas que contem bons conceitos que é o Book of Exalted Deeds.

Dica: Complete Champion possui preciosos recursos pro personagem de Marins, assim como o de Renato.
O Complete Mage, se houver um mago, pode ser de grande valia.

Acho eu que não tenho nada mais a relatar aqui.
Desde já, pergunto:
Marins, decidiu se será cavaleiro da luz ou de Khalmyr?
Renato, será Clérigo de quem?
Dudu, o que farás?

Até a próxima, senhores.



domingo, 14 de fevereiro de 2010

Frases Lendárias #2


Últimos Dias.
Aventura do Monstro Atrapalhado.
Após caminharem pelos ermos, antes de encontrarem a vila que estavam buscando encontrar - que seria o sinal de que a Confraria da Aventura estava indo no caminho certo para Deheon - foram atacados por um velho homem em mantos clericais de Tanna-Toh e seguido por goblins mercenários.
Após serem cercados e tendo armas apontadas em ameaça, a Confraria atacou os seus agressores. Súbito, o velho homem ficou indignado e soltou a pérola:
- TOOOOOLOS! EU SÓ QUERIA CONVERSAAAAAAAAAAAAAAAR!!!

Frases Lendárias

Bom galera, tenho a honra de iniciar mais um marcador neste nobre blog, o Frases Lendárias.
Vejam, criamos personagens fodas, salvamos mocinhas e matamos dragões; mas nada é tão divertido quanto algumas perolas XD

Ouso iniciar a primeira perola:
"O poderoso Beholder investe furiosamente contra o sapo-pururu gigante vai toma no cu, berrando alucinandamente:

Uhhhhhh!! Vou ajudar meus amigos!"



Ótima, Aldi XDDDD

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Possível jogo.



Bom, primeiramente parabens ao grupo pelos jogos! XD
Acho que estamos conseguindo nos recuperar da crise =p E isso é mt bom !
Últimos Dias engrenou, Marins ta com uma proposta bem interessante de jogo, proposta esta que eu nunca joguei efetivamente (2 sessões com o antigo jogo de renato, talvez?), que é um tormenta focado na tormenta e Daniel propoe um GURPS Medieval, que eu também nunca joguei e, pelo que dizem, deve ser bem divertido.

Temos, entretanto, um problema:
Em todos estes jogos, daniel joga (claro que este nao é o problema!), de maneira que, se eu nao estou enganado quanto aos horários de daniel, só poderiamos ter jogos em uma parte do mês. Em 15 dias haveria possibilidade de jogo, enquanto que nos outros 15 eu, marins dudu e renato ficariamos parado.

Tendo em vista isso, venho propor um jogo nesses 15 dias em que daniel está na lua =P para que não fiquemos parados.

Minha proposta inicial seria um RPG em D&D 3,5 no cenário de tormenta mesmo. Por incrível que pareça, minha antiga antipatia ao cenário passou, sendo certo que agora possuo um relativo comforto para mestrar.

A um tempo atrás tive uma idéia de um possível plot pro jogo. Porém, esta idéia só poderia ser executada em niveis épicos. Só que, eu nao gostaria que os PJs começassem no nivel 21. Também nao desejo que os personagens sejam de nível 1, pois assim eu teria que criar verdadeiras aventuras "encheções de linguiça". O que é muito chato, tanto pra mim, quanto para vocês. Ademais, é bem interessante acompanhar, "in-game" a evolução do personagem até o nível 21 - eu nunca tive essa oportunidade, nao sei se vocês já conseguiram, mas suponho que deve ser bem gratificante.

Portanto, os personagens começariam o jogo entre os níveis 5-7. E, como proposta de aventura, gostaria de explorar, primeiramente, as guerras táuricas. Não sei vcs já tiveram a oportunidade de jogar uma campanha de guerra, mas eu já e é bem divertido XD

Se formos jogar, gostaria de que o grupo seja formado por heróis. Nada de anti-heróis ou vilões, pelo amor de deus! A tendência bondosa é uma conditio sine que non.

Outra condição, que não é bem uma condição, mas um pedido... Seria de ter, no grupo, alguem ligado DIRETAMENTE a Khalmyr. Um paladino dele, um cavaleiro da luz, um clerigo... Noutros termos, gostaria que tivesse o tipico defensor dos frascos e comprimidos =P

Não que este personagem seja o lider, o principal ou chosen one, mas creio ser necessário alguem com este portfólio para o início da possível campanha épica. Não sei se o Marins ainda tem a idéia na cabeça, mas no último rpg dele no forgotten group ele criou um PDM que era um paladino e cavaleiro da luz, do qual, a algum tempo, ele expressou o desejo de tornar esse PDM num possível PJ. Se o marins quiser jogar o jogo, e, por ventura, ainda tiver a idéia na cabeça, creio ser um bom momento para executa-la.

Claro que isso é um pedido. Se nenhum dos 3 tiverem vontade de jogar com um personagem assim, aí eu me viro =P

Bom, outros detalhes eu direi caso vcs manifestem o desejo de jogar.

O que acham?

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Elros Anárion - Do Crepúsculo e do Amanhecer.

Suspiro. E depois, lágrimas.
-E fomos para Valkaria...

O elfo havia terminado a narrativa. Sua ouvinte olhava-o como uma criança que acabara de ouvir uma grande história. Elros, desde que chegou em Valkaria, estava acostumado a lidar com as crianças da Vila Élfica, pois era seu professor - por isso, acabou aprendendo a contar uma boa história, e como surpreender as várias crianças do templo de Glórienn.
Porém, a história que acabou de contar nao era para os ouvidos de uma criança. Na verdade, esta historia não deveria ser nunca contada, nunca relembrada, mas vazia parte do que a ouvinte dizia com "vencer os desafios". De fato este era um desafio, e foi superado...
Até mesmo a jovem nao acreditava no que havia ouvido. E, pelo resto da noite, sentiu o peso da dor de Elros. E perguntava-se: se Valkaria cair, será que vai ser assim comigo?
O medo começara a tomar seu coração, quando ouviu algo reconfortante...

-Pelo menos, vocês humanos tem vidas curtas, e não precisam amargar séculos de lembranças...
-Mas nós sentimos dor também, Elros... Pela primeira vez, Sonya Deryn falara.
O elfo sorriu.
-Dor? Sua raça é jovem ainda Sonya... Vocês experimentam o topo de vossa sociedade, vocês provam da glória de vários feitos eternizados. Mas dor? Isso vocês ainda não conhecem.
E espero que nunca venham a conhecer.
E ela exaltou-se.
-Você se engana, elfo! Muitos humanos sofrem a cada dia! Como não conhecemos a dor?
-Que seja, Sonya, que seja. Não vou discutir isso com você. Vieste aqui para ensinar-me a superar meus desafios - e você fez bem. Nunca tinha dito o que disse a ninguem, e depois da morte de Ecthelion, jamais contei sobre suas cruzadas e seus feitos. Porém sua aventura não para por ai, não é mesmo? Valkaria nunca descansa...
-Não mesmo...
E Sonya levantou-se da cadeira e foi até a janela, onde Elros estava.
Lá permaneceu junto ao elfo por algum tempo. Podia-se ouvir o som dos pequenos animais da noite a Vila Élfica era um dos poucos pontos da cidade de Valkaria em que se podia fazer isso.
-Então, Elros... Você veio a Valkaria...
-Eu vim a Valkaria junto dos que sobreviveram a queda de Lenorienn.
Elros engasgou-se com as próprias lágrimas, mas prosseguiu.
-Eu lutei junto com 200 elfos... Aquela foi minha primeira parede de Escudos.
-Os elfos lutam assim?? Sonya pergunta, surpresa.
-Tivemos de aprender. A medida que a Aliança Negra avançava, as florestas de Lamnor caiam sobre seu poder. Ao final, lutavamos em terrenos desolados e pantanos. A parade de escudos era algo inevitável.
E eu sobrevivi a primeira. Ao final, eramos 15 sobreviventes, 10 destes com alguma sequela. Porém, graças aos meus esforços e aos esforços de outros tres sacerdotes, estes infelizmente mortos, esses 15 sobreviventes nao largaram a religiao. Afinal, foi por causa dela que sobreviveram.
Viemos para cá e iniciamos esta vila. Nao fiz nada de mais depois disto, apenas fiquei dando aulas as crianças da vila. Ensinar o élfico para estas pestes é uma tarefa extremamente difícil!
Risos quebraram o gelo da noite...
E Elros continuou:
Tenho pena dos sacerdotes que atormentei no meu aprendizado. Ria deles, e agora vejo essas pequenas aberrações de Hynnin rindo de mim...
Tirando o fato de nossa pequena empreitada, eu não fiz mais nada quando vim para cá.
-Elros! Pequena empreitada! Você quase morreu! E não só você, aquele guerreiro de Petrinia também quase caiu! e só sobrevivemos por causa do Halfling...
-Sim, é verdade. Eu duvidava do poder destes Elfos Negros. Eles são uma verdadeira ameaça para este lugar e, graças a vocês, pude colher mais subsídios sobre sua organização e metodo de combate.
Eu mesmo quase entrei para este viés...
-Como isso?
-Com a queda de Lenorienn, eu perdi a fé em nossa mãe. Vários companheiros tentaram fazer com que eu voltasse. Até mesmo Soveliss, com toda sua sabedoria, nada pode fazer contra meu descontentamento.
Quem me livrou deste triste destino foi nosso Sumo-Sacerdote. Tillis Redwood convenceu-me do poder de nossa mãe. E através deste eu pude descobrir sobre aquela seita de Tenebra.
Agora, Sonya sabia de toda a história do elfo, mas precisava fazer mais uma pergunta:
-E quanto a armadura e a espada? Eles não sao mágicos? Tentei ver magia neles, mas são apenas itens belos...
-Isso é um mistério que assombrou os clerigos de Lenorienn naquela epoca. Quando Ecthelion morreu, este equipamento perdeu todas as suas propriedades.
Vaithis, a poderosa armadura de Ecthelion, já nao mais dá as antigas proteções. Todos sabiam que o item lhe garantia vantagens, mas suas propriedades nunca foram identificadas. Nem mesmo o Sumo-Sacerdote da epoca quis observa-lo.
O mesmo com a espada, Nielathiel.
Num resumo Sonya, busco saber o que aconteceu com estes itens, bem como, e este é meu maior objetivo, erguer os elfos.
Mas isso é algo que só Thyatis sabe...

Elros Anárion - O fim da Eternidade




Ouro.
Lembro-me claramente da primeira coisa que vi quando nasci. O simbolo dela era de ouro, e dominava a extensão de todo o teto. O teto em si era uma imensa claraboia, que filtrava a toda a benção de Azgher.
A imagem de ouro, ao inves de criar sombra, espalhava a luz por toda a construção, e emprestava a essa luz uma coloração dourada, dando a impressão que todo o templo era construido assim.
Quando nasci, Azgher já havia completado metade de sua viagem, e reinava impune no alto do céu.
Pude sentir a alegria dos meus genitores quando chorei pela primeira vez. Todo o templo transbordava felicidade – mais um filho de Glórienn chegou ao mundo.
Mas senti também uma ponta de frustração. Assim que nasci os sacedortes buscaram o reflexo da luz - refratada pelo grande simbolo do teto – em meus olhos. Eles eram verdes, maravilhosamente verdes, mas não possuia o traço planar. Diferentemente do meu irmão, que era um Aggelus.
A segunda coisa que vi foi ele. Ecthelion era meu irmão e um sábio sacerdote da Mãe. Seus cabelos e olhos eram prateados e a sua pele extremamente branca. Em meio a todos os elfos naquela tarde, sua aparência era a mais destoante do lugar, devido a essas características.
Porém, a noite ele parecia o sumo-sacerdote de Glórienn, pois o grande simbolo filtrava a luz da lua, e toda a construção adquiria tons prateados.

Foi neste templo que eu vivi por 235 anos...
Eu e Ecthelion possuiamos o título de Elebeh. Um Elebeh é simplesmente alguem que nasceu da união de dois clérigos de Glórienn. Esse título indicava verdadeira nobreza em Lenorienn, pois os Elebeh eram a força política do clero.
Em tempos normais, um Elebeh viveria com extremo conforto e não necessitaria empunhar armas ou lutar. Porém, os tambores da guerra já chegavam em Lenorienn e muitos clérigos eram obrigados a aprender o ofício das armas para seguir os guerreiros na guerra.
Fui iniciado no clericato desde cedo e recebi todas as honrarias que meu título fazia jus. Mas eu sempre fui o segundo da linhagem. Ecthelion era o mais sábio e mais poderoso da família. Qualquer um sentiria uma pontada de inveja, mas eu admirava meu irmão e sempre desejei ser como ele um dia, mesmo não possuindo seus traços planares. Como se não bastasse, Ecthelion aprendeu a ser um formidável guerreiro e comumente cumulava ambas as funções.
Foi assim por 50 anos. Depois disso, iniciei o treinamento militar e meu tutor era, como não poderia deixar de ser, meu irmão. Porém, com o avançar da idade, acabei adquirindo fama de fanfarrão entre os sacerdotes.
Sempre que havia festas, eu sempre aprontava alguma. Geralmente eu terminava na cama com alguma elfa e logo depois algum senhor pedia satisfações a minha família.
Na verdade, com um expoente tão grande na família – e aparentemente insuperável – os jovens tendem a fazer coisas para atrair atenção. Quer estes atos sejam positivos, quer sejam negativos. Elfo ou humano, a tentativa sempre ocorrerá.
Mas Ecthelion sempre convencia meus superiores de que eu era um garoto esforçado e que a cada dia me aprimorava mais como sacerdote.
Verdade ou mentira, meu irmão sabia que eu mudaria. E a mudança veio aos 200 anos.
Era meu aniversário naquele dia, e houve grandes festas, como sempre havia. Muito embora minha conduta não fosse apropriada para o clero, eu tinha o amor da minha família – e seus presentes eram sempre surpreendentes. Meus pais eram artífices e construiam coisas com o poder de Glórienn, porém a muito tempo já não conseguiam inspiração para fazer nada novo. Meu irmão também sabia algo sobre o ofício, mas raramente acertava alguma coisa. Eu sempre achei bonito, mas nunca me interessei.
Porém neste dia Ecthelion não trouxe presente algum.
Era de se estranhar, por isso perguntei seus motivos. Até hoje posso ouvir sua voz dizendo-me a resposta:
-“ E quem disse que não lhe darei um presente? Infelizmente, acho que você não gostará muito, mas está escrito e assim será. Na manhã do terceiro dia você deve seguir os corvos que estarão no horizonte. Buscará eles por dois dias e então caminhará entre os mortos. Ao final de 3 dias, você me encontrará nas Planícies de Kendrath e lá tera seu presente.”
Infelizmente, estava bebado de mais para enter a seriedade de suas palavras...
No dia subsequente houve ataques de goblinoides no perímetro oeste da cidade e muitos guerreiros foram para lá. Minha família suspeitou que Ecthelion tivesse atendido o chamado e levado seus homens ate la, devido ao seu desaparecimento.
O segundo dia correu com preocupação, pois a batalha no oeste estava difícil; no terceiro dia, bem na manhã, pude ver corvos voando alto. Mas não no oeste, mas sim no leste.
Então, lembrei-me do aviso de meu irmao e iniciei uma viagem às pressas. Estava angustiado e temia pela vida de Ecthelion.
Segui os corvos por 2 dias. Sai e muito da proteção de Lenorienn e eu já deveria ter sido capturado, mas as florestas estavam estranhamente em paz.
No terceiro dia, comecei a ver os mortos. Mas não eram poucos. Um verdadeiro massacre teria ocorrido por ali... Podia ver centenas de goblinoides mortos ao chao. Caminhei por eles por algum tempo, interrompendo a refeição dos corvos, até que achei o primeiro corpo de elfo. Era um guerreiro, e morrera perfurado com uma lança.
Continuei andando e a paisagem mostrava apenas morte. Elfos e goblinoides haviam se chocado aqui e o massacre fora total.
Até que, no inicio do quarto dia, na planície indicada, achei Ecthelion. Sua armadura prateada recebeu a pintura vermelha e negra de Keenn. O verde e o prata em seus mantos já no podiam ser vistos.
Ele estava ajoelhado em cima de um corpo de Bugbear. A criatura tinha duas vezes o tamanho do elfo, mas Ecthelion estava segurando sua espada, e esta estava cravada no peito da criatura.
Ecthelion e seus soldados estavam mortos, e com eles morreu também uma vasta horda dos goblinoides.
Fiquei junto ao meu irmao ate que viessem me resgatar.
Seu presente era, entao, sua armadura e sua espada. Estes itens foram criação dos nossos pais para ele. Depois disso, jamais conseguiram criar algo novo.
Para os nossos artificies, existem obras que consomem a alma do criador, deixando-o vazio. Era exatamente o caso destes itens. Quando um artifice cria algo perfeito, ele só consegue faze-lo apenas uma vez.
Logo após, os sacerdotes, pelas bençãos de Glórienn, interrogaram os corpos mortos e souberam que o Bugbear era um tipo de enviado de Ragnar, como um Sulfure dele. Descobriram também que de alguma maneira o Bugbear sabia como entrar na cidade.
Com a perda do meu irmao, eu aprendi a maturidade. Acho que, na realidade, esse foi seu presente. Lenorienn teve 35 de paz quase que total e eu trabalhei duro para tornar-me alguem como meu irmao. Devia isso a ele.
Entao, veio Thwor Ironfist....
E a história já é sabida por todos. Mas fiz o que Ecthelion faria: lutei com todas as minhas forças. Ajudei todos os que lutaram comigo com as bençãos de Glórienn – e ao final, só sobrevivi por causa deles...
Ai, então, fomos para Valkaria.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Parabéns e projeção

Queria apenas dizer o quanto tenho gostado de jogar de novo, o grupo ta muito bom, espero conseguir o nível de empolgação para meu jogo, que vai começar logo na primeira semana de Março, tormenta - tormenta.

4d6 x7 (descartando o pior número e o pior somatório de resultado).

Porém tenho outra proposta prum jogo meu

Senhor dos anéis no sistema de senhor dos aneis... é legal pela mudança.