quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Elros Anárion - Do Crepúsculo e do Amanhecer.

Suspiro. E depois, lágrimas.
-E fomos para Valkaria...

O elfo havia terminado a narrativa. Sua ouvinte olhava-o como uma criança que acabara de ouvir uma grande história. Elros, desde que chegou em Valkaria, estava acostumado a lidar com as crianças da Vila Élfica, pois era seu professor - por isso, acabou aprendendo a contar uma boa história, e como surpreender as várias crianças do templo de Glórienn.
Porém, a história que acabou de contar nao era para os ouvidos de uma criança. Na verdade, esta historia não deveria ser nunca contada, nunca relembrada, mas vazia parte do que a ouvinte dizia com "vencer os desafios". De fato este era um desafio, e foi superado...
Até mesmo a jovem nao acreditava no que havia ouvido. E, pelo resto da noite, sentiu o peso da dor de Elros. E perguntava-se: se Valkaria cair, será que vai ser assim comigo?
O medo começara a tomar seu coração, quando ouviu algo reconfortante...

-Pelo menos, vocês humanos tem vidas curtas, e não precisam amargar séculos de lembranças...
-Mas nós sentimos dor também, Elros... Pela primeira vez, Sonya Deryn falara.
O elfo sorriu.
-Dor? Sua raça é jovem ainda Sonya... Vocês experimentam o topo de vossa sociedade, vocês provam da glória de vários feitos eternizados. Mas dor? Isso vocês ainda não conhecem.
E espero que nunca venham a conhecer.
E ela exaltou-se.
-Você se engana, elfo! Muitos humanos sofrem a cada dia! Como não conhecemos a dor?
-Que seja, Sonya, que seja. Não vou discutir isso com você. Vieste aqui para ensinar-me a superar meus desafios - e você fez bem. Nunca tinha dito o que disse a ninguem, e depois da morte de Ecthelion, jamais contei sobre suas cruzadas e seus feitos. Porém sua aventura não para por ai, não é mesmo? Valkaria nunca descansa...
-Não mesmo...
E Sonya levantou-se da cadeira e foi até a janela, onde Elros estava.
Lá permaneceu junto ao elfo por algum tempo. Podia-se ouvir o som dos pequenos animais da noite a Vila Élfica era um dos poucos pontos da cidade de Valkaria em que se podia fazer isso.
-Então, Elros... Você veio a Valkaria...
-Eu vim a Valkaria junto dos que sobreviveram a queda de Lenorienn.
Elros engasgou-se com as próprias lágrimas, mas prosseguiu.
-Eu lutei junto com 200 elfos... Aquela foi minha primeira parede de Escudos.
-Os elfos lutam assim?? Sonya pergunta, surpresa.
-Tivemos de aprender. A medida que a Aliança Negra avançava, as florestas de Lamnor caiam sobre seu poder. Ao final, lutavamos em terrenos desolados e pantanos. A parade de escudos era algo inevitável.
E eu sobrevivi a primeira. Ao final, eramos 15 sobreviventes, 10 destes com alguma sequela. Porém, graças aos meus esforços e aos esforços de outros tres sacerdotes, estes infelizmente mortos, esses 15 sobreviventes nao largaram a religiao. Afinal, foi por causa dela que sobreviveram.
Viemos para cá e iniciamos esta vila. Nao fiz nada de mais depois disto, apenas fiquei dando aulas as crianças da vila. Ensinar o élfico para estas pestes é uma tarefa extremamente difícil!
Risos quebraram o gelo da noite...
E Elros continuou:
Tenho pena dos sacerdotes que atormentei no meu aprendizado. Ria deles, e agora vejo essas pequenas aberrações de Hynnin rindo de mim...
Tirando o fato de nossa pequena empreitada, eu não fiz mais nada quando vim para cá.
-Elros! Pequena empreitada! Você quase morreu! E não só você, aquele guerreiro de Petrinia também quase caiu! e só sobrevivemos por causa do Halfling...
-Sim, é verdade. Eu duvidava do poder destes Elfos Negros. Eles são uma verdadeira ameaça para este lugar e, graças a vocês, pude colher mais subsídios sobre sua organização e metodo de combate.
Eu mesmo quase entrei para este viés...
-Como isso?
-Com a queda de Lenorienn, eu perdi a fé em nossa mãe. Vários companheiros tentaram fazer com que eu voltasse. Até mesmo Soveliss, com toda sua sabedoria, nada pode fazer contra meu descontentamento.
Quem me livrou deste triste destino foi nosso Sumo-Sacerdote. Tillis Redwood convenceu-me do poder de nossa mãe. E através deste eu pude descobrir sobre aquela seita de Tenebra.
Agora, Sonya sabia de toda a história do elfo, mas precisava fazer mais uma pergunta:
-E quanto a armadura e a espada? Eles não sao mágicos? Tentei ver magia neles, mas são apenas itens belos...
-Isso é um mistério que assombrou os clerigos de Lenorienn naquela epoca. Quando Ecthelion morreu, este equipamento perdeu todas as suas propriedades.
Vaithis, a poderosa armadura de Ecthelion, já nao mais dá as antigas proteções. Todos sabiam que o item lhe garantia vantagens, mas suas propriedades nunca foram identificadas. Nem mesmo o Sumo-Sacerdote da epoca quis observa-lo.
O mesmo com a espada, Nielathiel.
Num resumo Sonya, busco saber o que aconteceu com estes itens, bem como, e este é meu maior objetivo, erguer os elfos.
Mas isso é algo que só Thyatis sabe...

Um comentário:

Aldenor disse...

Muito bom, gosto de personagens com várias deixas. Fico contente que uma boa sessão tenha inspirado o pessoal com seus personagens. Amanhã as coisas vão se tornar mais complexazinhas... hehehe