quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Elros Anárion - O fim da Eternidade




Ouro.
Lembro-me claramente da primeira coisa que vi quando nasci. O simbolo dela era de ouro, e dominava a extensão de todo o teto. O teto em si era uma imensa claraboia, que filtrava a toda a benção de Azgher.
A imagem de ouro, ao inves de criar sombra, espalhava a luz por toda a construção, e emprestava a essa luz uma coloração dourada, dando a impressão que todo o templo era construido assim.
Quando nasci, Azgher já havia completado metade de sua viagem, e reinava impune no alto do céu.
Pude sentir a alegria dos meus genitores quando chorei pela primeira vez. Todo o templo transbordava felicidade – mais um filho de Glórienn chegou ao mundo.
Mas senti também uma ponta de frustração. Assim que nasci os sacedortes buscaram o reflexo da luz - refratada pelo grande simbolo do teto – em meus olhos. Eles eram verdes, maravilhosamente verdes, mas não possuia o traço planar. Diferentemente do meu irmão, que era um Aggelus.
A segunda coisa que vi foi ele. Ecthelion era meu irmão e um sábio sacerdote da Mãe. Seus cabelos e olhos eram prateados e a sua pele extremamente branca. Em meio a todos os elfos naquela tarde, sua aparência era a mais destoante do lugar, devido a essas características.
Porém, a noite ele parecia o sumo-sacerdote de Glórienn, pois o grande simbolo filtrava a luz da lua, e toda a construção adquiria tons prateados.

Foi neste templo que eu vivi por 235 anos...
Eu e Ecthelion possuiamos o título de Elebeh. Um Elebeh é simplesmente alguem que nasceu da união de dois clérigos de Glórienn. Esse título indicava verdadeira nobreza em Lenorienn, pois os Elebeh eram a força política do clero.
Em tempos normais, um Elebeh viveria com extremo conforto e não necessitaria empunhar armas ou lutar. Porém, os tambores da guerra já chegavam em Lenorienn e muitos clérigos eram obrigados a aprender o ofício das armas para seguir os guerreiros na guerra.
Fui iniciado no clericato desde cedo e recebi todas as honrarias que meu título fazia jus. Mas eu sempre fui o segundo da linhagem. Ecthelion era o mais sábio e mais poderoso da família. Qualquer um sentiria uma pontada de inveja, mas eu admirava meu irmão e sempre desejei ser como ele um dia, mesmo não possuindo seus traços planares. Como se não bastasse, Ecthelion aprendeu a ser um formidável guerreiro e comumente cumulava ambas as funções.
Foi assim por 50 anos. Depois disso, iniciei o treinamento militar e meu tutor era, como não poderia deixar de ser, meu irmão. Porém, com o avançar da idade, acabei adquirindo fama de fanfarrão entre os sacerdotes.
Sempre que havia festas, eu sempre aprontava alguma. Geralmente eu terminava na cama com alguma elfa e logo depois algum senhor pedia satisfações a minha família.
Na verdade, com um expoente tão grande na família – e aparentemente insuperável – os jovens tendem a fazer coisas para atrair atenção. Quer estes atos sejam positivos, quer sejam negativos. Elfo ou humano, a tentativa sempre ocorrerá.
Mas Ecthelion sempre convencia meus superiores de que eu era um garoto esforçado e que a cada dia me aprimorava mais como sacerdote.
Verdade ou mentira, meu irmão sabia que eu mudaria. E a mudança veio aos 200 anos.
Era meu aniversário naquele dia, e houve grandes festas, como sempre havia. Muito embora minha conduta não fosse apropriada para o clero, eu tinha o amor da minha família – e seus presentes eram sempre surpreendentes. Meus pais eram artífices e construiam coisas com o poder de Glórienn, porém a muito tempo já não conseguiam inspiração para fazer nada novo. Meu irmão também sabia algo sobre o ofício, mas raramente acertava alguma coisa. Eu sempre achei bonito, mas nunca me interessei.
Porém neste dia Ecthelion não trouxe presente algum.
Era de se estranhar, por isso perguntei seus motivos. Até hoje posso ouvir sua voz dizendo-me a resposta:
-“ E quem disse que não lhe darei um presente? Infelizmente, acho que você não gostará muito, mas está escrito e assim será. Na manhã do terceiro dia você deve seguir os corvos que estarão no horizonte. Buscará eles por dois dias e então caminhará entre os mortos. Ao final de 3 dias, você me encontrará nas Planícies de Kendrath e lá tera seu presente.”
Infelizmente, estava bebado de mais para enter a seriedade de suas palavras...
No dia subsequente houve ataques de goblinoides no perímetro oeste da cidade e muitos guerreiros foram para lá. Minha família suspeitou que Ecthelion tivesse atendido o chamado e levado seus homens ate la, devido ao seu desaparecimento.
O segundo dia correu com preocupação, pois a batalha no oeste estava difícil; no terceiro dia, bem na manhã, pude ver corvos voando alto. Mas não no oeste, mas sim no leste.
Então, lembrei-me do aviso de meu irmao e iniciei uma viagem às pressas. Estava angustiado e temia pela vida de Ecthelion.
Segui os corvos por 2 dias. Sai e muito da proteção de Lenorienn e eu já deveria ter sido capturado, mas as florestas estavam estranhamente em paz.
No terceiro dia, comecei a ver os mortos. Mas não eram poucos. Um verdadeiro massacre teria ocorrido por ali... Podia ver centenas de goblinoides mortos ao chao. Caminhei por eles por algum tempo, interrompendo a refeição dos corvos, até que achei o primeiro corpo de elfo. Era um guerreiro, e morrera perfurado com uma lança.
Continuei andando e a paisagem mostrava apenas morte. Elfos e goblinoides haviam se chocado aqui e o massacre fora total.
Até que, no inicio do quarto dia, na planície indicada, achei Ecthelion. Sua armadura prateada recebeu a pintura vermelha e negra de Keenn. O verde e o prata em seus mantos já no podiam ser vistos.
Ele estava ajoelhado em cima de um corpo de Bugbear. A criatura tinha duas vezes o tamanho do elfo, mas Ecthelion estava segurando sua espada, e esta estava cravada no peito da criatura.
Ecthelion e seus soldados estavam mortos, e com eles morreu também uma vasta horda dos goblinoides.
Fiquei junto ao meu irmao ate que viessem me resgatar.
Seu presente era, entao, sua armadura e sua espada. Estes itens foram criação dos nossos pais para ele. Depois disso, jamais conseguiram criar algo novo.
Para os nossos artificies, existem obras que consomem a alma do criador, deixando-o vazio. Era exatamente o caso destes itens. Quando um artifice cria algo perfeito, ele só consegue faze-lo apenas uma vez.
Logo após, os sacerdotes, pelas bençãos de Glórienn, interrogaram os corpos mortos e souberam que o Bugbear era um tipo de enviado de Ragnar, como um Sulfure dele. Descobriram também que de alguma maneira o Bugbear sabia como entrar na cidade.
Com a perda do meu irmao, eu aprendi a maturidade. Acho que, na realidade, esse foi seu presente. Lenorienn teve 35 de paz quase que total e eu trabalhei duro para tornar-me alguem como meu irmao. Devia isso a ele.
Entao, veio Thwor Ironfist....
E a história já é sabida por todos. Mas fiz o que Ecthelion faria: lutei com todas as minhas forças. Ajudei todos os que lutaram comigo com as bençãos de Glórienn – e ao final, só sobrevivi por causa deles...
Ai, então, fomos para Valkaria.

7 comentários:

Aldenor disse...

Muito bem!
TEndo em vista do atraso de Marinho, o que acham de terminar 15h o jogo?

Capuccino disse...

Me programarei amanha pra poder jogar o dia todo...
Por mim, sem problemas

Aldenor disse...

Beleza, alguém avise a DUDU? Eu não posso usar o celular...

Marins disse...

Gostei muito caputo, influencia de SdA ou não ficou muito bom!

"Para os nossos artificies, existem obras que consomem a alma do criador, deixando-o vazio. Era exatamente o caso destes itens. Quando um artifice cria algo perfeito, ele só consegue faze-lo apenas uma vez."

Seu irmão era muito Feanor!
hahuauhauha

Capuccino disse...

Nao era o irmao, eram os pais!


Nao nao, feanor era mt epico! =p
Eu tirei essa parada do primeiro livro do romance de forgotten realms, ach que ficou manero XD

De qualquer maneira, obrigado maretz!

Marins disse...

Me empolguei, vou escrever o historico de Jean Luc!

Aldenor disse...

Dudu confirmou.
Avante, Confraria da Aventura!