quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Angus, o flagelo da tormenta - Parte I


Angus nasceu na vila de Hrutgar, nas Montanhas Uivantes, filho de Siegurd e Svanhild. Hrutgar era uma vila antiga envolta em ruínas, talvez tão antiga quanto a chegada dos povos de Lamnor ao norte. Apenas sabe-se que era parte de uma antiga cidade cujo passado os séculos trataram de apagar, mas essa já é outra historia. O que me cabe contar é o fim de uma vida, e o nascer de Angus...
Essa vila era composta de poucos habitantes, as Montanhas Uivantes faziam o favor de manter o terreno hostil o suficiente para impedir qualquer crescimento, e o povo respondia a hostilidade com similar barbárie.
Havia um Xamã, líder para todos, e O Guardião, que protegia a região de um mal a séculos esquecido. Siegurd era O Guardião.
Sua função era guardar as ruínas, vigiar para que não fossem perturbadas, pois a anos havia aprendido que a missão de sua família era manter o que quer que tivesse debaixo daquelas contruções lá, para a proteção de todos.
Agora que sabem sua função na vila, podem entender o que acontece a seguir.
Durante muitos anos Siegurd foi mais do que eficiente em proteger a vila, mas foi oito meses depois da concepção de Angus, que seu dever foi posto à prova.
Certa noite, Svanhild foi ao seu encontro em meio às ruínas com um pouco de pernil e um odre com destilado. Caminharam devagar por entre as pedras enquanto Siegurd comia, estavam em silêncio. Era uma bela noite.
Mas pelos designíos dos deuses, não seria tão tranquila para eles.
Siegurd escutou passos, muito próximos, descendo escadas de pedra. Seguiu com urgência e cautela puxando Svanhild pelo pulso para verificar o que acontecia, até descobrir uma entrada, antes selada, de uma das portas que deveriam ser mantidas fechadas. Sem saber o que fazer, não podia deixar sua mulher, carregando seu filho, do lado de fora sozinha, mas também não tinha certeza se seria capaz de derrotar sozinho os inimigos garantindo a segurança de Svanhild dentro da ruína.
Aquela era sua missão na vida, não iria falhar. Entraram os dois.
Descendo as escadas, ouvindo os agora longínquos passos cada vez mais profundos dos invasores, chegaram à base. Uma espécie de hall foi o que encontraram, iluminado por tochas recém acesas nas paredes. Ali ficaria Svanhild. Seigurd avançava agora sozinho. Sem precisar se preocupar com outros, virara o caçador.
Segurava o arco a postos em suas mãos, e suas lâminas embainhadas, avançando agora com o silêncio e velocidade de um lobo.
Não demorou muito até avistar o ponto luminoso que eram seus inimigos e seguiu-os à distancia. Ouviu, conforme adentravam mais o lugar, mecanismos anciãos sendo acionados, mas sempre sem vítimas. Má notícia. Quando percebeu uma parada mais longa que o normal, escolheu o momento, começou a se aproximar.
Avistou-os mais a frente em uma grande sala, reunidos à frente de um grande portão de pedra cheio de inscrições, aparentemente sem saber o que fazer. Aproveitou o momento.
Eram três homens. Um armadurado, um de robes que dava ordens, e outro esguio com roupas leves. Escolheu. Atacou.
Enquanto isso, Svanhild tremia. Começou a ouvir uivos do lado de fora e percebeu que não havia nenhum obstáculo entre ela e as criaturas das uivantes. Tentou entrar mais um comodo, mas não tinha forças para fechar as portas sozinha. Patas começaram a descer as escadas, Svanhild correu.
Uma flecha certeira atravessou a nuca do homem esguio, que examinava a porta. Os outros olharam para tras, atordoados, sem conseguir ver o homem que se escondia na escuridão. O homem de robe começou a pronunciar palavras estranhas, enquanto outra flecha voava na direção do homem armadurado, atingindo-o no braço. O corredor se iluminou, Siegurd fora revelado, e o homem da armadura correu em sua direção, uma grande espada em punho.
O combate foi rápido, o homem de armadura tombou. Enquanto isso, o homem de robes se mostrava um mago, abrindo a porta e adentrando o novo aposento em grande velocidade.
Siegurd correu, para alcançá-lo próximo a uma estátua de pedra azul com a altura de quatro homens! O mago se virou e começou o embate entre lâmina e magia. O combate foi demorado, Siegurd, apesar de ferido, mantinha uma vantagem, mas o mago tinha seus truques.
Com uma palavra se transportou para cima do gigante de pedra e começou a alvejar Siegurd magicamente. Havia deixado seu arco pra trás, e não lhe restavam mais quase forças, correu então na direção da estátua. O mago, enxergando o que iria acontecer, gritou.Era tarde. Siegurd, com o ombro na estátua, e ela em seguida ao chão.
Os acontecimentos seguintes ocorreram simultaneamente: Svanhild chegou à porta com grunhidos em seu encalço; a estátua e o mago foram ao chão; Siegurd caiu desmaiado.
Ao tocar o chão, a estatua se despedaçou em milhões de fragmentos e raios de energia, um clarão tomou conta do salão e Svanhild fora atingida em cheio na barriga. Os lobos foram espantados pelos raios que tomaram conta do salão e do mago restaram apenas as cinza. E Angus nasceu.

4 comentários:

Marins disse...

=O

batalha!

ficou legal

R-E-N-A-T-O disse...

Que lindo. :~

Dudu disse...

ahuhuauhuhahuahu
É... Acho que me empolguei =P


Perdoem-me se estiver mal escrito.
Sou inexperiente, mas foi divertido!
Ainda tem a 2 parte...
hueuhehuehuehue

Aldenor disse...

No final alí era Angus ou Siegurd?

Ficou bom. Talvez eu coloque o de Tristan, Igan, etc. ahueeaaeuhauhae