terça-feira, 23 de março de 2010

Contos Artonianos #5


Contos Artonianos
Confrontos na Noite, parte II


Sangue espirrava nas paredes de alvenaria do salão. Mantos e capuzes negros moviam-se rapidamente como se dançassem num ritmo insano. Gazat estava no meio deles, despido de seu manto, apenas com sua armadura de couro que protegia seu torso. Girava seu machado grande freneticamente. Possuía toda sorte de cortes espalhados pelo corpo, mas resistia, ignorando a dor. Estava na Fúria Bárbara, um momento de insanidade em que o meio-orc desligava totalmente sua mente para concentrar-se na selvageria da matança.
Ele mesmo já pensara outras vezes em como sua consciência atrapalhava e era incomoda de vez enquando. Desde que se lembrava, ele sabia que havia um animal selvagem enjaulado dentro de si e que na verdade, ele vivia em uma prisão. Há muito ele já tinha entendido que saber quem ele era não importava. Ele sabia que quem ele era é o animal dentro de si, a fera ensandecida pela sede de sangue. Sua consciência era um castigo, uma punição dos deuses. Ele lamentava ter que conviver com ela. Mas adorava as batalhas. O confronto, a excitação de uma luta fazia emergir o verdadeiro Gazat. Sentia pena pela Fúria durar tão pouco durante um dia.
Naquela situação, ele não pensava, não distinguia o certo do errado. Via-se cercado de inimigos, como sempre vira durante toda sua vida. Como meio-orc, ele não teve a chance – talvez nem quisesse – de ter uma vida civilizada, uma chance de ser igual aos outros numa sociedade. Lembra-se de ter acordado sem memória, sem nome, sem história, em uma vila de Tollon, o Reino da Madeira. A partir dali, fora perseguido por homens que queriam matá-lo. Teve que matar a todos e gostou daquilo. Depois, sentiu fome e matou alguns animais para comer. Apenas para descobrir que pertenciam a outras pessoas e elas viam aos montes para caçá-lo. Durante muito tempo ele viveu aterrorizando lugares sem de fato querer. Até que entendeu o que ele era. Um homem feito para matar. Um animal feito homem para mostrar sua força para o mundo.
Aos poucos ele foi aprendendo a ver como as coisas funcionavam no mundo. Ele precisava de ouro para ter o que queria sem ter que matar. Não que ele não gostasse de matar, mas só queria matar quem demonstrasse ser tão forte quanto ele. Para ter ouro, ele se tornou mercenário. Vendia sua força para ter ouro, comida, mulheres. Até que fora procurado por um empregador muito diferente dos nobres e comerciantes empolados que estava acostumado. Era um goblin chamado Mogri.
- Preciso de seus serviços. Quero que mate um lobisomem para mim. Sabe como se parece um?
- Não. Ele é forte?
- Ele é muito forte. Tão forte que é capaz de destruir muros com as garras. Ele parece um cachorro, só que anda sobre as duas patas. Ele provavelmente usará um manto negro. Ele vai atacar a Vila Élfica hoje a noite para pegar uma jóia. Quero que você o mate e traga a jóia para mim. Certo?
- Certo. Quero dez barris de cerveja e cinco mulheres por isso.
- Tudo bem, meu caro, terá isso em ouro quando voltar.
Assim, ambos se despediram. O meio-orc foi até a Vila Élfica e conheceu os elfos. Eram ainda mais frágeis que os humanos. Mas alguns mexiam com magia e isso o fazia respeita-los um pouco. Ficou escondido numa moita perto do lago, aguardando. Quando viu o ataque, esperou o lobisomem sair da casa com as mãos e boca sujas de sangue. Carregava uma pedra brilhante que as pessoas costumavam chamar de jóias. Ele sorriu e saltou sobre o lobisomem.
A luta foi chata para Gazat. Com dois golpes de machado que nem sequer arrancaram algum membro deixaram o lobisomem no chão, sofrendo de dor. Gazat foi embora e deu a jóia para Mogri.
- Me prometeu luta. Me deve uma boa luta, goblin.
- Tudo bem, tudo bem! Vá a este lugar e você ganhará uma boa luta.
Gazat seguiu os conselhos de Mogri e foi a tal casebre abandonado, num bairro estranho onde as casas eram baixas, feitas de pedra. Encontrou um lobisomem poderoso nesse casebre que lhe foi um poderoso adversário. Depois de matar, Jasmira aplaudiu a força de Gazat e ofereceu uma recompensa ainda maior caso o ardiloso goblin Mogri que estava com a jóia que ela também queria fosse morto. O meio-orc sentiu-se usado, mas decidiu não ligar pra isso. Foi à favela dos goblins, matou Mogri e pegou a jóia élfica de novo. Quando foi entregar à Jasmira, percebeu quer fora enganado e que a recompensa seria se tornar num deles, um membro da Sociedade da Noite Eterna.

***

Até que ele abaixou seus braços e largou o machado no chão. Jasmira ria em júbilo. Dos doze cultistas que ali estavam, restavam apenas quatro. O resto estava morto jogado e com membros espalhados pelo chão. Gazat, enfim, cansou-se e sua Fúria acabou. Se durasse um pouco mais, talvez ninguém ali saísse vivo.
Jasmira se aproximou do bárbaro a ponto de desmaiar, pálido pela perda de sangue. Tocou-lhe o rosto e disse num sussurro:
- Gazat, agora você é meu guerreiro e fará tudo que eu mandar. Assim ordena Tenebra.
- Sim, minha senhora.
Um milagre de Tenebra fez Gazat ficar enfeitiçado. Outro milagre curou seus ferimentos e ele era o soldado perfeito para Jasmira. E recebeu ordens.

***

Áquila recebeu Delrin, Ferannia e Arthur na sala de estar. Por mais que Arthur protestasse, Delrin achou melhor que Korn não fosse visto com eles, pois era um goblin, raça que os minotauros mais desprezavam no mundo e seus diplomatas em Valkaria insistiam em tirar a cidadania deles para torná-los em escravos definitivos. Korn amaldiçoou sua sorte e foi embora dizendo que ficaria escondido e apareceria quando eles saíssem da casa de Áquila.
A sala onde estavam era feita de pedra polida, branca com quatro pilastras em cada canto. No centro havia um tapete vermelho ricamente adornado com detalhes artísticos. Havia uma mesa feita de mármore onde Áquila sentava na parede atrás havia um quadro de um minotauro em armadura de legionário.
Após as conversas iniciais puramente protocolares, onde Delrin exaltava a força de Áquila e seus antepassados e o minotauro exaltava o deus da justiça, em seu aspecto guerreiro na guerra que era justa, eles se sentiram confortáveis para conversar sobre os assuntos daquela quase madrugada. Ferannia, contrariando as previsões, não se sentia entediada. Pelo contrário, ela observava atentamente a conversa de ambos e ficou curiosa sobre as relações entre anões e minotauros. Eles eram, na verdade, bastante parecidos. Disciplinados, rígidos. Arthur ficava calado a maior parte do tempo, tentando aprender o máximo que pudesse com Delrin.
- Diga-me Delrin Turgar, filho de Falrin Turgar. O que o trás em minha casa nessa hora tão incomum?
- Peço desculpas pelo incômodo, mas este jovem guerreiro e esta donzela élfica têm uma missão que tomei para mim como justa. Uma jóia de valor inestimável para Ferannia Holimion fora roubada por um lobisomem, uma cria de Tenebra, a deusa das trevas e matou uma de suas amigas. Eu acredito que a justiça prevalecerá se o pertence de Ferannia seja recuperado e o assassino da donzela élfica seja devidamente punido.
- Concordo quando diz que é uma missão justa, sábio Delrin Turgar. Ficarei feliz em ajudar nessa empreitada. Se a donzela Ferannia quiser, terá toda a proteção de Áquila. – Era difícil distinguir expressões faciais dos minotauros e por isso era difícil entender o que pensavam. Ferannia conteve sua cara de insatisfação como um pássaro jovem que sofre do perigo de ser capturado.
- Na verdade, Áquila, o que precisamos é de informação. Delrin é um homem sábio e disse que suas sentinelas são bastante astutas e observam com atenção as ruas do bairro dos minotauros. Como sua casa é próxima ao bairro dos anões, provavelmente eles puderam ter visto alguma coisa lá também.
Era Arthur, tomando a dianteira da conversa, pois não sabia qual seria a posição de Delrin no que tange a possibilidade de Ferannia ter “proteção” de Áquila. Nas entrelinhas todos pensavam a mesma coisa: Proteção do mais fraco pelo mais forte. Era o dogma de Tauron mais famoso e que mais gerava discussões e tensão no Reinado com o reino de Tapista. O dogma que justificava as práticas escravistas dos minotauros. Isso era algo que Arthur não queria arriscar.
- Entendo, jovem humano. Vou perguntar ao chefe das minhas sentinelas sobre algo. Podem aguardar na sala de espera, sim?
Levantando-se, Delrin o acompanhou saindo da sala. Ferannia e Arthur foram para a sala de espera, que era menor e sem janelas. Um local que eles entendiam como sendo destinada para as visitas inconvenientes. O sorriso de Ferannia era um agradecimento e Arthur sentiu que não merecia toda aquela beleza. Corou um pouco e deu de ombros, um tanto sem graça.
- Era o meu dever.
- Você é um bom líder, Arthur Woodcastle Terceiro.
- Obrigado. Vamos resolver isso tudo, Ferannia.
- Confio em você.
Seguiu-se um silencio que incomodava um pouco. Vários minutos depois Delrin e Áquila apareceram. O anão estava satisfeito e contou que um das sentinelas viu um homem encapuzado que pingava sangue caminhando pelas ruas do bairro anão e entrou numa casa abandonada, de um anão que há muito morrera. Era Torak Braço de Aço, um sacerdote de Azgher, o deus do sol. Diziam que ele era um mentor de uma medusa e que ela era também uma sacerdotisa de Azgher.
Arthur se levantou e agradeceu a Áquila com expressão séria no rosto. O minotauro via ali coragem e ficou satisfeito. O grupo saiu da grande casa de Áquila e foram ao beco onde Korn se escondera. Nesse momento, Arthur não se surpreenderia se Korn ali não estivesse.
E não estava.

***

Korn sentou-se no espaço gramado que era um beco escuro, entre duas casas de pedra. O bairro dos minotauros possuía uma vista frontal da estátua colossal de Valkaria. Uma visão “sem graça” segundo Korn. Poucos minutos sentado foi o suficiente para ele entediar-se daquilo. Decidiu ensinar humildade ao minotauro Áquila. Primeiro, criou uma distração. Com uma besta disparou um tiro certeiro numa placa de madeira de uma taverna onde dizia “proibidos magos e goblins”. As duas sentinelas nos portões da casa de Áquila olharam aquilo e uma delas fora averiguar. O outro observava aos arredores com uma disciplina difícil de acreditar. Eles trajavam corseletes de couro endurecido, portavam lanças e escudos de madeira. Possuíam elmos que se adaptavam a seus chifres. Eram atentos o tempo todo.
Korn aproveitou o ponto cego da visão que o minotauro que fora averiguar e se aproximou até chegar noutro ponto escuro. Ali ele pôde ver o minotauro voltar a seu posto. Moveu-se com mais cautela e seguiu os passos da sentinela, um a um, a fim de parecer uma sombra, desaparecendo na própria sombra do minotauro que era muito maior que ele. Korn suava frio naquele momento. Qualquer deslize significava problemas. Talvez a morte.
Então ele conseguiu aproximar-se o suficiente da grade que cercava a casa de Áquila e saiu da sombra da sentinela para entrar na sombra do poste na esquina. Dali, ele saltou para a grade e depois pôr-se a escalar. Saltou o muro e correu sem fazer barulhos até uma janela próxima. Bisbilhotou e viu outra sentinela do lado de uma porta de ferro. Era muito grossa e tinha uma fechadura muito grande. Com certeza ali haveria de ter algo caro. Korn sorriu de orelha a orelha.
- Psiu.
O minotauro olhou fixamente para a janela e não viu nada. Olhou para os lados, demonstrando confusão. Ele se aproximou da janela então. Quando pôs a cabeça para fora, Korn estava ali deitado com a besta apontada para ele.
- Adeus, cara-de-boi.
Um tiro silencioso fora disparado antes que o som da garganta do minotauro saísse. O virote atravessou o queixo e encontrou o céu da boca. O minotauro caiu de bruços pesado. Aparentemente, nenhum barulho o suficiente para atrair atenção. Korn se deu ao luxo de comemorar um pouco e xingar a sentinela morta.
- Quem é o papai? Quem manda aqui? Boi metido!
Pulou por cima e entrou na casa de Áquila. Foi até a porta com pressa e sacou sua sacola que ele gostava de chamar de “mil e uma utilidades”. Ali tinha baralhos, chaves-mestras e grampos de variados tamanhos. Todo tipo de material de arrombamento. Sacou seu melhor grampo e começou a trabalhar.
- Que Hynnin me ajude.
E ajudou.
Com um clique, abriu a porta bem devagar e bem pouco, o suficiente para seu magro corpo passar. Uma vez dentro, a sala estava escura. Ele viu alguns baús e armas espalhadas em cada canto da sala, que era quadrangular. Sorriu e começou a abrir os baús.
Momentos depois, ele saiu dali satisfeito, escaldado. Trancou a porta, saltou a janela sobre o corpo e correu. Em tempo de ver seus amigos parados no beco olhando para os lados. Foi Ferannia que o viu primeiro.

***

- Muito bem. Achei que fosse ser pego pelas sentinelas.
- Fui me esconder noutro lugar porque aqui é fácil de me verem.
- Sei.
Os dois se miraram pos alguns segundos. Mas no fim, ela sorriu para ele. Ele sorriu para ela entendendo que tinha aprovação naquela situação.
Delrin olhou os dois e bufou sem paciência. Arthur temia que o anão pudesse interrogar Korn e acabasse descobrindo algo que Khalmyr desaprovasse. Algo que até ele mesmo desaprovasse. Sabia que Korn tinha métodos que ele considerava radicais, mas respeitava o amigo. E por isso não gostava de saber de muita coisa.
- Estejam prontos, agora iremos invadir uma casa abandonada. Provavelmente encontraremos uma porta secreta que nos levará a uma masmorra escondida. Ali teremos lobisomens e toda sorte de criaturas ligadas à Tenebra.
- Mortos-vivos como zumbis, esqueletos, vampiros, carniçais. São os mais comuns, jovem. Mas Khalmyr está com os justos. Quem for justo e honesto prevalecerá. – um olhar incisivo para Korn foi lançado pelo anão.
- Isso mesmo. Que vençam os justos e morram os injustos. – Korn mal sabia (ou queria) disfarçar o sarcasmo.
- Não tenho mais poder mágico por hoje. Preciso descansar por oito horas em média ou vocês precisam me dar uma arma para lutar.
- Não, menina. Você é uma mulher, não deve lutar. – Era Delrin.
- O que? Como ousa, anão? Eu posso lutar tão bem quanto um homem.
- Acalmem-se vocês dois. Delrin, ela tem razão. Não é por ser mulher que se saiba lutar menos. Mas Ferannia, você estudou magia, duvido que tenha tido tempo para aprender a manejar uma arma tão bem assim.
- Me dê um arco ou uma espada e veremos.
- Eu tenho um arco.
Korn revelou da escuridão, um arco longo adornado com símbolos élficos. Apesar de não ser mágico, era de qualidade invejável. Delrin olhou para o arco admirado e logo ficou vermelho de raiva.
- Você roubou de Áquila, seu ladrãozinho mentiroso!
- Você já viu minotauros usando arcos, amigão? Não seja tão pessimista comigo. Eu achei por aí. Eu juro por Khalmyr.
- Ora seu...
- Não é hora para isso. Se Korn roubou, irá devolver. O fato é que Ferannia não pode ir nessa empreitada desarmada ou morrerá. Delrin, seja razoável dessa vez.
O anão resmungou bastante. Ferannia fitou o arco e o segurou. Ficou em silêncio por longos minutos, enquanto os outros ficavam discutindo sobre honra, honestidade e roubos.
Súbito, ela fechou os olhos e começou a cantar. Sua bela voz era cristalina e silenciou a discussão. Todos admirados pela música. Realmente, o idioma élfico era muito belo e parecia poesia pura mesmo quando apenas falado. Ao final da canção Ferannia olhou para Korn e lhe deu um beijo na testa.
- Esta é uma canção élfica que está escrito nesse arco. Ele pertencia a um artista, um bardo chamado Leonnantalas que tinha um amor não correspondido. Obrigada, Korn.
Arthur e Delrin admiraram um pouco mais. Delrin não conseguia manter a boca fechada. Arthur sorriu para ela, maravilhado.
Korn ficou embasbacado por uns segundos.
- Viu só? Podemos ir agora?
O anão resmungou algumas palavras e deixou passar. Se aquele arco era élfico e estava com Áquila, significava uma coisa: escravidão. Delrin discordava dos métodos dos minotauros e resolveu conversar com Korn sobre roubos alheios, ainda que por uma causa justa, não era justificável. Mas conversaria depois.
O grupo partiu em marcha para o casebre abandonado no bairro dos anões.

7 comentários:

S i n n e r disse...

Olla senhores.
Passei para algumas reiterações (palavra estranha né?) e um pedido. Reiterar a habilidade para escrita de Aldie - cara tá bem legal -, reiterar que mestrarei Aurora no domingo, de 8h as 14h caso todos queiram e pedir que Aldie separe seus capítulos em partes menores. É horrível ler esses textos colossais de uma vez. Vez ou outra passa, mas todo capítulo assim é foda. Mesmo que você precise de mais de um dia de post, acho válido e essa é MINHA opinião, pessoal e intransferível.
De mais, é só.
Abraços e adièau.

Marins disse...

To com Daniel... a preguiça de ler os textos grandes de todos ta foda... vão ser criativos e escritores no raio q os parta.. PQP.

Voltando a normalidade, confirmado épico no domingo, caso exista imprevisto, avisem!

Vou fazer barbaro! Será?

Aldenor disse...

Ok... vou separar os posts em duas ou três partes. A média dos textos são 10 páginas de word.
Daí posto uma parte por dia, a partir da terça feira.

Marins disse...

porra 10 páginas!

=O

R-E-N-A-T-O disse...

Quero jogar épico mas Dudu ainda não se moveu pra começar a porra do jogo dele? Que caralho, domingo vai rolar esporro!

Dudu disse...

huauhauhauha

Jah comecei a escrever, so quero encontrar vcs e falar dos personagens, mas isso é pra amanha.... beijinhos!


PS: ALdie filho da puta! Invadiram minha casa! Logo tenebra! Azgher não vai deixar isso passar!!! Que Ilendar seja o punho de chamas que destruirá essa profanação!

Aldenor disse...

HEHEHEHEHEHE...