terça-feira, 9 de março de 2010

Contos Artonianos #3


A Dama das Trevas

“Era uma vez uma jovem princesa chamada Jasmira. Ela tinha cabelos negros como ébano, olhos tão azuis como o mar. Era bondosa e bastante gentil e era adorada por todos, desde servos e os animais. Entretanto, ao amanhecer de seu décimo quinto ano de vida, ela fora prometida a um burguês de considerável fortuna. Sua família, apesar do sangue nobre, já não possuía a glória dos tempos antigos e estava em franca decadência na elite da sociedade de Valkaria. Eram os tempos de Tibar, o deus do comércio. Os comerciantes prosperavam e ganhavam cada vez mais espaço na política e nos bailes. Roberk Maurice era um homem cruel e depravado, mas muito rico. Com um acordo de cavalheiros, conseguiu a mão da jovem Jasmira em casamento. A infelicidade da jovem foi tamanha que ela nunca mais sorriu de forma tão bela. Jasmira tinha muito medo de ser maltratada e ser infeliz pelo resto de seus dias.
Então, durante um baile onde seria formalizada para a alta sociedade a união das famílias burguesa e nobre, da união de Jasmira e Roberk, onde seria selada a infelicidade eterna de Jasmira, um homem misterioso surgiu. Ele possuía cabelos negros, espetados, um olhar de pura sedução que convidavam à perdição. Sua pele era pálida e seus lábios muito brancos. Possuía um magnetismo que fazia a todos reparassem em sua presença quando passava. Ele observava entediado ao baile quando reparou em Jasmira e em sua beleza estonteante.
Atraído, soube que precisava desesperadamente de um beijo da donzela Jasmira e nada ficaria em seu caminho. Nem mesmo um burguês, nem mesmo um nobre. Abordou a jovem donzela com cordialidade e ela sentiu-se tão vulnerável que não teve outra escolha a não ser ceder aos encantos deste misterioso homem que trajava roupas negras, sobretudo negro e pesadas luvas brancas.
Não demorou muito para que ambos satisfizessem seus desejos proibidos. Jasmira e seu misterioso homem se esconderam em algum local escuro, acobertado pelo manto estrelado de Tenebra sobre Arton. Então, o homem revelou-se um monstro.
Suas presas brotaram instantaneamente após um longo beijo. Mordeu o pescoço de Jasmira ferozmente até tirar-lhe todo o sangue. Jasmira perdeu o brilho dos olhos, perdeu a cor de sua pele. Aos poucos, uma nova consciência tomava conta de sua mente. Aos poucos, presas cresciam e uma fome insaciável tomava conta de seu ser. Ela precisava de sangue. Ela agora era uma vampira, uma criatura da noite. Uma criatura de Tenebra.
Não demorou muito para ela assassinar seu pretendente ao casamento forjado. Não demorou mais do que alguns meses para matar toda sua família e não sentir nenhum remorso. Sua mente não processava sentimentos humanos. Era uma cria da noite e abominava Azgher, o deus-sol. Seu misterioso homem que trouxera essa nova não-vida a ela simplesmente desapareceu como que por encanto. Ela não se importou. Não se importava com nada. Aos poucos sentiu-se agressiva e depressiva o suficiente ao perceber que não sentia mais nada, apenas um desejo insaciável de matar.
Foi quando ela descobriu outros como ela. Criaturas da noite que compartilhavam de seu destino. Lobisomens, necromantes, outros vampiros perdidos, anões devotos da antiga religião de Tenebra, elfos desiludidos com o calor do sol. E clérigos de Tenebra. Estes foram os mais amigos de Jasmira e lhe ensinaram tudo sobre a religião da deusa das trevas e das criaturas noturnas. Ela percebeu, então, que o mundo não deveria ser dos humanos. Percebeu que as crias de Tenebra eram seres superiores e não deviam dividir o mundo com seres tão inferiores e mesquinhos como os humanos e os clérigos de Valkaria pensavam.
Ela viu que Azgher deveria ser apagado para sempre.”
- Incrível história, Ferannia. É totalmente verdadeira?
Arthur Woodcastle III e Ferannia Holimion estavam numa praça, acomodados em bancos de pedra em frente a um pequeno gramado. O céu estava claro e bem azul. O sol queimava seus corpos com o verão de Altossol, o mês de Azgher. Arthur trajava sua armadura formada por um colete e protetores de perna de couro, coberta com plaquetas de metal sobrepostas, semelhantes a escamas de peixe. Em sua cintura, a espada bastarda embainhada de um lado e uma maça leve amarrada do outro lado. Ferannia se divertiu com a idéia de que Arthur era um jovem entusiasmado com a possibilidade de se aventurar a qualquer momento.
No dia anterior eles haviam se conhecido e a elfa havia deixado uma proposta no ar. Arthur quase não conseguiu dormir, em seu modesto alojamento, aguardando com ansiedade juvenil o encontro com Ferannia.
- Claro que é verdade. Estou te contando a introdução dessa missão, jovenzinho.
- Pare de me tratar como uma criança. Então, conte-me, o que isso tudo tem a ver com a missão?
- Estudei essa história na Biblioteca de Tanna-Toh, a Mãe da Palavra, como eu já disse, e fiquei intrigada. Jasmira se tornou uma clériga de Tenebra e fundou uma ordem, uma sociedade secreta. As autoridades de Deheon nunca conseguiram desmantelar esse grupo nem achar a própria Jasmira.
- Entendi. Mas ela já fez algum mal para alguém?
- Não prestou atenção? Ela é uma clériga de Tenebra. É um culto proibido aqui em Deheon. Não precisaria ter feito nada. Mas de fato, ela o fez. Matou uma elfa da Vila Élfica para sacrifício em nome de sua depravada deusa.
Ao falar disso, seu semblante sempre divertido e curioso se tornou mais tenso e fechado. Ela mirou no horizonte e observou alguns esquilos subindo numa árvore próxima. Arthur entendia (ou achava que entendia) o drama da elfa e estava disposto a ajudar de qualquer maneira. Mas, talvez para causar uma impressão de que não era um garoto afobado, resolveu perguntar mais.
- Então devemos achar Jasmira e entrega-la às autoridades? Ou você pensa em matá-la para se vingar?
- Não seja tolo, Arthur. Não tenho o desejo de vingança em meu coração. Ela é uma vilã e tem ambições obscuras em sua mente. Como herói, é seu dever derrotá-la e entrega-la às autoridades.
- Mas por que você se importa se não deseja se vingar a sua amiga elfa?
Ela voltou a olhar Arthur como quem não o reconhecia.
- Você faz muitas perguntas. Tanna-Toh fica feliz com sua sede de saber.
- Não posso sair confiando em qualquer um. Já dizia meu pai.
- Tudo bem. Eu quero algo que seus comparsas roubaram algo de valor dessa minha amiga que foi assassinada. Um objeto muito belo e de grande valor sentimental para mim.
Arthur sorriu, satisfeito com o que ouvira. Pensava que estava indo bem ao lidar com os aventureiros.
- Você vai me ajudar, então. Agora, deve ter alguma pista para termos onde começar, né?
- Muito esperto de sua parte. Sim, há três dias um clérigo de Khalmyr reportou à milícia um encontro com lobisomens do tipo bestial, menos poderosos que os do tipo feral. Estes são vulneráveis a quaisquer armas, não apenas as mágicas. Ele deve ter mais informações sobre o caso.
- E como descobriu isso?
- Você se surpreenderia com o que estas orelhas ouvem todo dia. Após a morte de minha amiga eu decidi resolver esse assunto e recuperar a jóia. Então fui para a Taverna do Pombo Perneta, onde sei que milicianos vão tomar sua cerveja para se refrescar destes dias quentes em seus horários de descanso. Então ouvi um deles comentar sobre esse caso, e sobre o clérigo de Khalmyr.
- Muito bem, você é uma aventureira esperta. E você sabe onde vive este clérigo de Khalmyr?
- Não. É um passo que precisamos resolver antes que eu precise usar sua espada para lutar.
- Bem, acho que isso eu posso descobrir.
Arthur sorriu para Ferannia e colocou a mão em seu ombro, reconfortante. Ela sentiu-se estranha com um pequeno susto.
- Não se preocupe, tenho um amigo que nos ajudará. Mas é melhor eu ir até ele sozinho. O lugar onde ele mora você não seria bem vinda.
- E onde ele mora?
- Na Favela dos Goblins.
***
Favela Goblin.
Azgher despontava no céu bem em seu centro. Os estômagos roncando denunciavam a hora da parada no trabalho para o almoço. Arthur subia o pequeno morro onde estavam os barracos de madeira e pedra dos goblins. Fungou fundo, incomodado pelo cheiro muito hostil. Tão hostil quanto os olhares desconfiados e maliciosos dos goblins que observaram sua entrada.
Sentia os olhos em sua nuca, mas sabia que estava seguro, Nenhum goblin ousava se aproximar de um humano com armas e armaduras. Um aventureiro atacado em plena luz do dia só traria dor de cabeça desnecessária. Arthur chegou ao casebre humilde de seu amigo. Bateu na porta e gritou seu nome. Ele atendeu com olhares e sorrisos genuínos de felicidade.
- Arthur, seu fedelho nojento! Você não vem me visitar faz muitos dias!
- Sim, Korn, faz tempo. Mas eu estava me preparando para ser aventureiro, lembra?
Arthur e Korn se cumprimentaram com sorrisos, mas sem abraços. Eles se conheciam há muito tempo, desde quando Arthur se mudou para Valkaria. Os dois se conheceram em alguma taverna onde o goblin fora acusado de trapacear no jogo e quase morto por isso. Arthur o defendeu e ambos acabaram tendo que brigar com toda a taverna. Apanharam, foram expulsos e presos por uma semana. Na cadeia ambos se tornaram amigos.
- Lembro sim, uma idéia louca, se quer saber. Nada mais confortável que viver sob esta apetitosa estátua.
- Nada mais em graça e fácil, né? Sabe que quero ser um herói como meu pai e...
- Ta bom, ta bom, ta bom. Você escolhe como será sua vida. Mas não escolhe como será sua morte, saiba disso. Conte-me, o que quer?
- Tornei-me aventureiro de fato, Korn. Estou numa missão com uma elfa que é tremendamente linda, meu caro. Ela se chama Ferannia Holimion.
- Seu borra-botas. Já a levou para a cama?
- Não seja tão estúpido! Sou um cavalheiro.
- Bicha.
- Como eu ia dizendo, recentemente ela perdeu uma amiga, vítima de assassinato. Foi sacrificada para Tenebra, a deusa das trevas, sabe?
- Sou um goblin e não um burro.
- Então, acontece que quando mataram essa amiga dela, roubaram um objeto de valor sentimental de Ferannia. E ela o quer de volta. Ela buscou saber o paradeiro desse assassino, que era um lobisomen e acabou descobrindo sobre Jasmira, sociedades secretas e tal.
Korn arregalou os seus olhos vermelhos e chamou atenção de Arthur.
- O que foi? Sabe da história de Jasmira?
- Não é nada, continue. O que quer de mim?
- Ferannia descobriu que um clérigo de Khalmyr enfrentou lobisomens há três dias. E ela acha que existe uma ligação. Afinal, lobisomens não saem por aí em toda esquina. Quero que você descubra quem é esse clérigo e onde ele mora.
Korn colocou a mão sobre suas têmporas já sentido que viria uma enxaqueca daquelas. Lembrou do encontro com Delrin Turgar, o anão que é o clérigo de Khalmyr que seu amigo procurava. Lembrou dos lobisomens que ele enfrentara, lembrou de Mogri, seu amigo que desaparecera na mesma noite em que tudo aquilo aconteceu. Desde então ele havia achado melhor não se envolver com isso, temendo desaparecer também.
- Como você é um aventureiro, vou lidar com isso de forma profissional. Quero um pagamento de cinqüenta tibares de ouro.
- Korn, você receberá esse dinheiro caso consiga a informação antes do anoitecer.
- O clérigo de Khalmyr que procuram é o anão Delrin Turgar. Ele mora no bairro dos anões. Eu indico o caminho. Agora, me dê o ouro.
Embasbacado, Arthur arregalou os olhos.
- Como sabia disso? Não me diga que estava com ele durante a luta contra os lobisomens?
- Estava sim. Eu vi primeiro os lobisomens conversando com um conhecido meu, o Mogri, que Nimb o tenha. E resolvi seguir esses monstros. Quando eu os vi lutando contra o anão resolvi ajudar. Mas para conseguir mais um informante futuro, sabe como é. Salvar a vida de um clérigo da justiça é sempre bom.
- Você tem porte de aventureiro também, Korn. Lutou contra lobisomens, salvou vidas.
Arthur zombou de Korn, mas ficou feliz sobre as informações e das atitudes do amigo.
- Me pague agora.
- Vou te pagar sim. Mas só se houver ouro nessa jornada para ser pilhado. – Sorriu para o amigo e colocou sua mão sobre seu ombro.
- Maldito humano. Aprendeu tudo que eu ensinei mesmo, hein?
Os dois desceram da Favela dos Goblins em direção à praça onde Ferannia estava.
- Ela é uma elfa. A primeira reação dela quando te vir será péssima. Mas não a leve a mal. Sabe como é...
- Eu sei muito bem, Arthur. Eles perderam seu reino para monstros como eu. Tudo bem, não mencionarei a cidade perdida de Lenórienn.
***
Os dois logo alcançaram a praça e viram Ferannia sentada, lendo seu grande livro de capa grossa de couro. O sol iluminava seus cabelos dourados e sua pele branca a deixando levemente corada. Era uma visão muito bela, de fato. Ela levantou os olhos lentamente e viu Arthur e Korn. Ergueu uma sobrancelha e suspirou.
- Este é seu amigo?
- Korn, muito prazer, madame.
Ferannia olhou com desprezo para Korn e Arthur sentiu que ali poderia perder o controle de tudo se não tomasse cuidado nas apresentações.
- Korn é um amigo que conheço há uns três anos. É confiável. Meio rude, meio covarde, mas um bom amigo. Ele me deu as informações que precisávamos. Sei quem é o clérigo de Khalmyr que procuramos e onde ele mora. Korn nos guiará.
- Isso mesmo, Arthur. Então vamos. Primeiro as damas.
Korn começou a se divertir um pouco zombando da expressão de desprezo de Ferannia. Ela pensava que poderia ter errado em sua escolha de guerreiro. Que tipo de homem fazia amizade com um goblin, uma criatura que te apunhalaria na primeira oportunidade? Deteve seus pensamentos ao analisar a conversa dos dois. Já faziam sinais faciais que dialogavam silenciosamente. Demonstravam uma grande intimidade entre os dois. Talvez por ser um goblin do Reinado e não de Lamnor, ele fosse menos selvagem. Mas era difícil ignorar que aquela raça foi uma das responsáveis pela maior tragédia da vida dos elfos: a queda de Lenórienn, o antigo reino dos elfos.
Arthur comentava algo com Korn sobre lugares de Valkaria e perguntava à Ferannia mais sobre Jasmira. Ele juntou os conhecimentos dos dois. A Sociedade da Noite Eterna era responsável pela morte da elfa, amiga de Ferannia, e o roubo de um objeto especial. Eles tinham contato com goblins provavelmente porque possuíam a melhor rede de informações disponível. Quando soube que o clérigo de Khalmyr era um anão, Ferannia sorriu com sarcasmo. Haveria o destino pregado uma peça com ela? Nunca havia pensado na formação de um grupo tão multirracial como esse.
Delrin Turgar abriu a porta de sua casa e viu os três aventureiros. Korn era o único que ele conhecia realmente. O anão ficou desconcertado, incerto ao reparar no grupo uma elfa e um goblin juntos.
Depois da explicação, os quatro estavam sentados sobre a mesa de jantar do anão. Era inicio da noite e eles pensavam em prioridades. Arthur desejava ajudar Ferannia que não mencionou recompensas. Korn queria ter ido embora, apenas apresentando Arthur e Ferannia à Delrin. Mas ele foi convencido por Arthur a ficar e ouvir. Mas ele insistia em pedir recompensa para Ferannia, que solenemente o ignorava. Delrin não era exatamente amigo de Korn, mas por ele possuía estimas e ficou aborrecido por saber que o amigo de Korn desaparecera. Arthur conciliava todos. Perguntava a Korn sobre como era Mogri, indagava à Delrin sobre os assuntos de Tenebra e os objetivos da Sociedade da Noite Eterna. Perdia alguns olhares para Ferannia e demorava alguns segundos reparando sua beleza e depois perguntava sobre o objeto.
- Mogri era um covarde. Certo, todos nós, goblins, temos essa fama, eu sei. Mas ele era considerado covarde até mesmo para nossos padrões. Nunca ousou roubar no jogo com medo de ser pego. Não roubo muito, mas quando sua mão vem ruim, você não tem muita escolha se você quiser ganhar o seu pão de cada dia. Ele sempre foi na dele, calado. Não tinha nem família. Não que eu conhecesse. Um dia eu o vi tatuado, com essa maldita estrela negra e pensei nos problemas que ele poderia causar para a favela. Ele trabalhava como faxineiro em uma loja de jóias, na Rua dos Cristais. E sumiu completamente logo depois que eu e meu amigão Delrin matamos os lobisomens. – disse Korn.
- Como vocês sabem, Tenebra é a deusa das trevas, da noite e das criaturas noturnas. O que vocês podem não saber é que ela também é uma deusa criadora dos anões. Ela e Khalmyr formaram uma união certa vez e dela nasceu os anões. Essa é a história mais bem aceita no clero de Doherimm. Acontece que o culto à Tenebra está cada vez mais caindo em esquecimento na Montanha de Ferro. Entretanto, meu irmão mais velho, Falrin Turgar II, se tornou num sacerdote de Tenebra e está desaparecido faz alguns anos. Por isso tenho algum respeito por seus servos. Acontece que estas bestas, os lobisomens, fazem parte de um culto em especial de Tenebra. A Sociedade da Noite Eterna tem como objetivo apagar Azgher do céu de Arton e nos envolver com a escuridão da noite para sempre. – Disse Delrin.
- O objeto era uma jóia, um cristal de cor azulada, preso num cordão de ouro bem fino. É uma relíquia de minha família e eu herdei há alguns anos. Ela possuía uma leve aura mágica que eu estava pretendendo estudar assim que me formasse maga. Presenteei à Melinnya, minha amiga, para que ela cuidasse enquanto eu viajava para meus estudos arcanos. Quando voltei à Vila Élfica, havia descoberto essa tragédia. – Disse Ferannia, diminuindo seu tom de voz até tornar sua melodiosa voz em melancolia.
Ela sentia-se um pouco desconfortável com a petulância de Korn e com os meios quadrados, rígidos e teimosos de Delrin. Arthur era o único que a fazia sentir-se mais animada para prosseguir e logo descobriu que havia feito certo em escolher o jovem humano para ajudá-la.
Arthur entendia a seriedade da questão que envolvia assuntos sérios e pessoas poderiam ser feridas. Mas não conseguia esconder muito bem o seu entusiasmo pela aventura. Era sua primeira missão e nem precisava ter saído de Valkaria. Tinha seu amigo Korn como alguém ardiloso, silencioso que obtinha informações valiosas. Tinha Delrin Turgar como um anão sábio e que era abençoado por Khalmyr, o deus da justiça. Via com extremo valor a presença de uma elfa que tinha conhecimentos mágicos. E havia ele mesmo, com sua perícia na espada, um forte lutador.
Então ele traçou um plano. Disse que nessa noite eles deveriam agir para avançar sobre a Sociedade da Noite Eterna, impedir que seus planos avançassem. Os lobisomens estavam no bairro dos anões, indo a algum lugar. Lugar que o lobisomen que foi interrogado não revelou sob nenhum interrogatório. Delrin como era um conhecedor do bairro, deveria liderar essa parte. Arthur, Korn e Ferannia seguiriam seus passos pelo pouco iluminado bairro dos anões.
E assim, um grupo de aventureiros, como muitos outros, partiram em ação em Valkaria sob a lua em escudo de Tenebra.

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