sexta-feira, 2 de maio de 2008

Crônicas Artonianas #7 - A Tormenta se revela


Então, a decisão de subir à favela para as investigações sobre os roubos dos goblins monges fora adiado para o dia seguinte, quando Azgher surgisse no céu para iluminar os cantos obscuros e perigosos.


Ilendar ofereceu a casa em que está hospedado, antiga casa de seu mestre Torak, para Kuala-Lampur pernoitar enquanto o misterioso Tildror preferiu voltar à Estalagem do Bico Molhado. Aparentemente, possuia planos que precisavam dar seguimento (ou começar).



***



Kuala-Lampur dormiu pela primeira vez numa "cama" como chamavam a rede-de-dormir, o povo do continente. Era um grande saco feito com alguma pele de algum animal, enchido de palha seca. Uma estrutura de pedra servia como esqueleto da cama. Kuala-Lampur se sentiu um pouco desconfortável, mas assim que deitou e fechou os olhos, acordou com os raios de Azgher iluminando o quarto. Dessa vez, nenhum sonho aterrorizante ou angustiante. Sua irmã estava em seus pensamentos desde que saira com seu barco de Khubar, mas já se passara tanto tempo... o pequeno rosto infantil de sua irmã estava começando a desaparecer de sua memória. O que era aterrorizante e angustiante.



***



Uma vez mais, uma olhada no quarto de seu antigo mestre, Torak. Ilendar, se não fosse clérigo de Azgher, também não deixaria transparecer o pesar em seu coração. As coisas aconteceram muito rápidas, desde que sagrou-se sacerdote d'O Vigilante. Seu antigo tutor, seu mestre, aquele quem mostrara o caminho de sua devoção, jazia inerte em seu quarto, em sua cama. Apenas uma pequena olhada e depois Ilendar já se preocupava com as possíveis explicações que descobria na expedição à Favela dos Goblins.



***



Muitos planos. Usaria os goblins para conseguir iniciar sua retomada triunfal em Ahlen. Tildror não se preocupava com o Símbolo Sagrado, realmente. Queria provar ser confiável e usar seus novos "companheiros aventureiros". Estava bastante cansado, depois de uma longa noite, mas usaria a madrugada para conseguir conhecer alguns comerciantes que tratavam com Gilban. Pediu ao taverneiro que avisasse à Gilban que queria conversar com ele ao amanhecer. Queria descobrir quem não gostava dele e quem estaria disposto a prejudicá-lo. Fazer aliados era um de seus melhores dons. Mas a noite não fora promissora. Os mercadores daquela noite aparentemente haviam ido embora mais cedo. Sinal de algum mal presságio? Enfim, restou a Tildror ouvir algumas canções repetidas de um jovem elfo e seu bandolim, com suas músicas tristes...



***



Manhã. Kuala-Lampur e Ilendar desjejuavam quando receberam a visita já esperada de um elfo. O irmão mago da elfa da noite anterior aparecia, sob o anuncio de Ielka, a anã governanta da casa de Torak. Seu nome era Peleannor. Com modos bastante refinados e discursos sobre honra, o jovem elfo de cabelos roxos, capuz e robes que combinavam com seus cabelos, se apresentou. Peleannor explicou-lhes que estes goblins monges poderiam, e provavelmente estariam, trabalhando para algum monge humano, tamuraniano renegado. Sabendo disso, a curiosidade de Ilendar aguçou. Kuala-Lampur estava distante.

Percorrendo seu caminho, o grupo encontrou Tildror com olhos fundos e olheiras, garrafa de hidromel na mão. Fez uma reverência debochada à Peleannor e apontou para a entrada da Favela dos Goblins. A visão desse bairro era um contraste em Valkaria. Os goblins eram vistos com desconfiança pelos moradores da capital, mas seu bairro também não ajudava a melhorar sua imagem. Localizado numa pequena elevação, um morro, cercado por muros de madeira numa formação circular. Uma entrada em arco com os dizeres na lingua goblinóide e valkar: "Bairro dos Goblins". Havia sujeira nos arredores do muro, como se os goblins que se prestavam a tirar o lixo de seus barracos - que eram raros - deixassem seus detritos à vista dos humanos que viviam ao redor. Que também não eram muito mais limpos...

Os quatro então, sob o olhar vigilante de Azgher, entraram na Favela. Logo de cara, depararam-se com um valão de detritos. Valkaria era uma metrópole que possuia inovações tecnologicas. Havia um sistema de canos que passavam por debaixo da cidade que levavam os detritos da população para um local distante. Mas não aqui, na favela. Aqui, o lixo ficava em céu aberto. Os goblins não se importavam com isso.O cheiro era nauseante. Kuala-Lampur achou muito estranho esse ninho de monstros dentro de uma cidade "civilizada" como Valkaria. E, de fato, o jeito como os goblins cuidavam de suas moradias lembravam as tribos mais selvagens e sujas de Khubar. Ilendar possuia uma certa vantagem por ter seu rosto coberto. Deu a idéia, juntamente com Tildror do grupo se dividir em três para buscarem informações com os poucos goblins que acordavam naquele momento para iniciarem sua semana de trabalhos sujos. Acharam por bem Peleannor e Kuala-Lampur não se separarem. Kuala não tinha conhecimento necessário sobre a cidade e muito menos capacidades eloqüentes para diplomacia... Ilendar e Tildror se dividiram e trabalharam separadamente, para o alívio de Tildror...



***



Kuala-Lampur demonstrava uma paciência infinita. Peleannor, que era morador de Valkaria há alguns anos, não parecia conhecer absolutamente nada. Suas abordagens com os goblins que, com suas caras horrendas e sonolentas, evitavam ao máximo falar com os estranhos, eram inúteis. Alguns até diziam saber sobre o que Peleannor e Kuala procuravam: os goblins monges, que vestiam trapos e uma máscara negra. Mas sempre apontavam para lugares sem saída. Nenhum, afinal, cooperou com os dois e até tentaram enganá-los.

Kuala, enfim, perdera sua paciência. A intimidação foi a sua melhor arma neste momento. Mas mesmo assim, não conseguiu nenhuma informação.



***



Ilendar tentou uma estratégia diferente: falou com alguns goblins que queria contratar os serviços dos goblins de trapos e máscaras negras. Depois de algumas horas, apenas conseguiu que um goblin aventureiro se apresentasse a ele, buscando serviço de mercenário.

Então, Ilendar resolveu usar da intimidação como meio coercitivo. Os goblins são muito medrosos e poucos deram informações úteis. Alguns alegavam que conheciam alguns destes goblins e que ninguém gostava deles. Eram mais ousados e roubavam outros dentro da favela. Mas fora isso, Ilendar andou em círculos. Ao meio dia, voltou ao local combinado, no valão, na hora em que Peleannor e Kuala-Lampur chegavam.

***



Tildror precisava achar algo que pudesse usar para seus planos. Queria eliminar Gilban e aproveitar os goblins monges para achar culpados. Usando da diplomacia, conseguiu achar o esconderijo desses crimonosos. Voltou ao valão, rapidamente e se reencontrou com o resto do grupo. Os quatro, então, se encaminharam ao local.

O lugar onde estaria o esconderijo dos goblins monges era subterrâneo, como a maioria dos barracões goblins, que preferiam viver no subsolo. A entrada estava oculta por detritos, lixos e muito cheiro nauseante. Com uma rápida busca, Tildror abriu o alçapão para o interior do esconderijo. Então, um ataque surpresa ocorreu. Kuala fora alvejado por pequenos pedaços de metais com lâminas para todos os lados. Shurikens. Peleannor recebeu uma pedrada de uma funda no rosto e o sangue jorrou farto pelo rosto, tingindo de vermelho seu capuz.

Sem descobrir da onde vinham os ataques, os aventureiros desceram a escada para o subterrâneo escuro. Tochas e lâmpadas foram acesas. Logo, eles já eram aventureiros. Adentrar numa "masmorra" era a característica principal de aventureiros.

Após se esgueirarem em corredores muito pequenos e apertados, o grupo enfrentou os goblins monges numa sala maior. A batalha fora muito difícil e Peleannor, após sair da sala - despertando alguma desconfiança no grupo - fora abatido. As magias de cura de Ilendar estavam já esgotadas e sequer havia descoberto nada.

Enfim, encontraram a origem de tudo: um homem alto, forte, careca. Tamuraniano. Seu nome, Kurumada Sano. Sorriso no rosto, havia algo de estranho nele. Havia outros goblins na sala. Após alguns momentos de bravatas, Ilendar, Kuala e Tildror invadiram o dojô. Era um espaço bem maior, com equipamentos improvisados para o treinamento do combate de monge.

Então, antes da luta, Kurumada Sano mostrou o horror: em seu braço esquerdo, havia uma monstruosidade que os cérebros artonianos apenas suportaram traduzir como um escorpião horrendo. Várias pinças estavam encravadas em seu braço e quando a mostra, várias veias enegrecidas surgiram por todo o corpo maciço do monge.
Então, luta. Kuala e Kurumada se enfrentaram de cara, enquanto Tildror e Ilendar cuidavam dos outros goblins. Foi um combate difícil. Tildror havia conseguido lidar com seu adversário. Não estava lutando para impressionar uma donzela élfica, não estava pensando em garantir a confiança de seus colegas aventureiros: lutava para sobreviver. Sentia dores horríveis de algumas costelas quebradas e seu nariz estava sangrando. Ilendar, apesar de errar muitos golpes, se denfendia bem com seu escudo e o símbolo de Azgher prolongava o combate.

Kuala e Kurumada faziam um combate a parte. Os golpes da lança do khubariano eram efetivos e Kurumada sentia bastante os golpes, era furado e sangrava. Entretanto, os socos do monge corrompido eram muito fortes. Suas mãos pareciam maciças como barras de ferro. Talvez mais um efeito da corrupção da Tormenta. E, de repente, de braço erguido, Kurumada pronunciou:

- Bankai.

Uma rajada horrível, improvável, alienígena, de ácido foi disparada. Acertou em cheio no ombro de Kuala-Lampur. Sua pele macia foi derretida e a dor era insuportável. Mas não tanto. Outra estocada foi quase fatal para o monge.

Tildror e Ilendar começavam a lutar com um olho na batalha de Kuala. Se ele caísse...
E foi o que aconteceu. Kuala foi ao chão, com mais uma rajada de ácido corrompido. Parecia morto.

Mas Ilendar, felizmente, derrotava seu adversário e avançou com a cara e a coragem pra cima de Kurumada Sano. Apesar de balançar sua cimitarra sem ameaça para o monge, ele estava muito ferido devido aos golpes de Kuala e decidiu fugir. Jogou uma pedra ao chão e logo, fumaça pela sala. Barulho de porta sendo aberta.

Batalha finada, Ilendar e Tildror acharam uma passagem secreta e foram em busca do monge corrompido. Infelizmente, tarde demais. Mas Tildror achou a caixa de jóias élficas, da irmã de Peleannor. E, secretamente, achou uma varinha mágica. Mas, infelizmente para Ilendar, nada do símbolo sagrado de Azgher.


***


O grupo então, descançou. Em sua primeira aventura enfrentou um adversário muito além do normal: a Tormenta. Muitas coisas a pensar. Muitas coisas a decidir. Onde estaria o Símbolo Sagrado de Azgher? Ilendar decidiu ler os papeis que recolhera quando estava no esconderijo. Eram cartas entre um clérigo de Keenn, Eric Hobsbawm falando à Kurumada Sano - um devoto de Keenn - sobre um ritual. Uma menina de nome Keilana Peni. O símbolo sagrado. E havia a corrupção da Tormenta no monge, provavelmente concedida por este mesmo clérigo de Keenn. Decidiram ir à milícia entregar os itens roubados. Mencionaram a Tormenta e Arkam, líder do Protetorado do Reino, a elite de aventureiros recorrentes da Coroa de Deheon, foi chamado. Testes mágicos foram feitos e ninguém foi atestado que ninguém foi corrompido. Antes, Tildror caminhou, ferido pelas ruas de Valkaria, visando voltar para a Estalagem do Bico Molhado. Um homem o seguia: vestia uma armadura de metal pesada, escudo grande nas costas e uma enorme maça. Possuia cabelos curtos, bem cortados, louro. Olhos castanhos e calmos. Tildror resolveu surpreender e abordou seu observador. Bernard Jolk não se sentiu muito surpreso. Mostrou seu símbolo sagrado: era um sacerdote de Keenn, o deus da guerra. O homem era intimidador e sabia muito bem a origem de Tildror. Sabia de sua fuga de Ahlen. Sabia de sua nobreza. Sabia de seu verdadeiro nome, Guildror Tivanov. Sem muita opção, o ex-nobre ahleniense fora coagido a ir para onde Bernard Jolk queria. Beco escuro, cara na parede. Uma adaga furtiva surgiu e uma dor horrível. Tildror estava cansado, ferido e sua consciência se perdeu e a última coisa que sentiu foi uma queimação na orelha... Acordou no dia seguinte, no meio à sujeira do beco, um pedaço de orelha faltando. Estava "aleijado", para sua concepção. Buscou forças sabe-se lá da onde para se apresentar ao Protetorado. Queria vingança, queria respostas. Seria seu inimigo de Ahlen que o buscava? Seria sua família? Precisava de mais hidromel.




5 comentários:

R-E-N-A-T-O disse...

Vamos salvar todos! Keilanaaaaaaa!

Marins disse...

Salvar?

eu vou acabar com esse FDP q tirou minha orelha...

Podem apostar esse vai perder td e antes vai perder Kenn!

=p

Marins disse...

naum eh na minha concepção q estou alejado... Eu REALMENTE estou alejado...

Aldenor disse...

Marins, você encarna muito o personagem.... ahuauhahuahuhua

Marins disse...

=p

c axa? magina....

=p