domingo, 11 de maio de 2008

Crônicas Artonianas #9 - Montanhas de Teldiskan


As Montanhas de Teldiskan possuem este nome pelo fato de que Teldiskan, o Gigante Máximo, vive nessa cadeia montanhosa em Deheon. Dizem que ele é uma divindade menor do clima, cultuado por alguns moradores simples que vivem da criação de cabras, carneiros e outros animais montanheses. Seus xamãs são especialistas em prever o clima para ajudar aos pastores.
Clima frio, as Montanhas de Teldiskan são uma cadeia montanhosa que faz parte das Montanhas Uivantes, o Reino de Gelo. O frio não chega a ser tão rigoroso e muitas pequenas aldeias podem ser encontradas ao longo de suas encostas. Dentre muitas delas, uma sofreu recentemente uma tragédia horrível, perto do Templo de Hippion...

***

O vento gelado cortava o ar e provocava um ruído fantasmagórico. Azgher estava hesitante no céu, envolvo em muitas nuvens. O que era normal no inverno. Edkar, o xamã de Teldiskan da aldeia de Gobark sorria sereno enquanto observava a chegada de Mika, uma das raras mulheres que cuidavam das cabras da aldeia.
- Bom dia, bom senhor Edkar. Venho perguntar-lhe sobre o tempo. Preciso ir à aldeia de Kebarg com minhas cabras. - Perguntou a jovem mulher de cabelos morenos e sardas no rosto.
- Bom dia, Mika. Não se preocupe, o senhor Teldiskan avisou-nos que Azgher terá pouca dificuldade em nos esquentar esta semana... - Edkar respondia quando seu semblante modificou-se completamente. Via no horizonte um homem à cavalo. Trajava uma armadura que combinava uma cota de malha e placas de metal - peitoral, ombreiras, protetores de antebraço, pernas e abdome - para as áreas vitais e com um par de manoplas. Correias e fivelas sustentam a armadura e distribuem o peso por todo o corpo. O símbolo de Keenn vinha de seu amuleto e de suas vestes na cintura.
Mika rangeu os dentes e segurou firme sua foice curta ao se deparar com a visão de Edkar. O sábio homem ordenou para a jovem pastora fugir para Selentine. Relutante, ela aceitou e fugiu o mais rápido possível.
Em poucos minutos, Bernard Jolk estava em Gobark. Desceu, imponente, de seu cavalo e gesticulou sinais com sua mão direita. Observou a terra e chutou uma pedra. Seu incomum comportamento era explicado por sua origem. Era um nativo de Fortuna, o Reino da Sorte. Caminhou, sem dúvidas até o homem velho com seus trajes simples de pastor. Com olhos serenos, parou à frente do xamã e mostrou um pequeno sorriso. Sua enorme maça, presa à cintura, soltou-se com facilidade extrema e, como um relâmpago, explodiu na têmpora do velho. Sem explicações, sem conversa, sem aparentes porquês. Bernard Jolk é um clérigo de Keenn, o deus da guerra e desferiu seu golpe seguindo o lema dos sacerdotes: "Bata primeiro, pergunte depois, se a boca do oponente ainda estiver em condições de uso." Mas Edkar era um sacerdote simples, idoso. Seu poder mágico era bastante rudimentar e sua perícia em combate era sofrível. Mas ele tinha contato com sua divindade menor. Teldiskan, o Gigante Máximo.
Depois de observar o velho homem se contorcendo no chão até o último suspiro, Bernard deu um olhar mais atento à aldeia Gobark. Nada. Improvável que sua caça estivesse aqui. Então, o clérigo de Keenn fez um rápido perímetro da aldeia. Caminhou pelas ruas, assustou os poucos moradores das cabanas. Sua presa deveria ter ido diretamente ao Templo de Hippion, o deus menor dos cavalos. Noutras épocas, antes da colonização, Hippion era um deus muito mais difundido e cultuado pelos bárbaros. Nas Montanhas de Teldiskan, havia um Templo em sua honra. Diziam que havia uma rede de túneis e labiritos debaixo de sua construção, mas nenhum aventureiro até hoje conseguiu algum relato.
Então, viu Mika. Uma jovem e bela mulher de cabelos morenos e sardas. Usando uma foice curta como arma, rangia os dentes, tremia os braços. Bernard deu-lhe pouca atenção, o que foi seu erro. Com um bom golpe, talvez por sorte, Mika abriu um ferimento numa brecha da grande armadura de Bernard. Surpreso, Bernard desferiu-lhe um golpe nas pernas, arruinando-as, esmagando-as. Pensou por alguns minutos e realizou: estava entrando numa maré de má sorte. Teria que se preparar melhor para seguir sua presa, ao Templo de Hippion. Precisava de amuletos da sorte, mas não os tinha trazido de sua terra natal. Olhou em volta mais uma vez e sorriu.
- Tenho tudo que preciso...

***

Valkaria. Favela dos Goblins. Vozerio, algazarra. Até que um deles ergue sua voz mais que os outros.
- Vamos fazer negócios com o humano. Ele vai morrer mesmo depois que o Grande General chegar!
Silêncio. Algumas vozes tímidas de consonância. Todos concordaram. Aplausos. Dispersão.

3 comentários:

Dudu disse...

Ou mai god!

=)

Quero matar clérigos de keen!

Marins disse...

suspense no ar!!!

R-E-N-A-T-O disse...

Tadinho do velho! :~~

Matarei clérigos de Keenn. >:/
Ladões de irmãs, hunf.