sexta-feira, 2 de abril de 2010

O início do Império, parte 2.

Os pesados passos do senhor de Carsten ecoavam pelo hall principal do Senado de Tapista. A construção, de mármore, extremamente bem feita e decorada com diversos afrescos e quadros que mostravam toda a história de Tapista – de escravos, a senhores.

Porém, não havia viva alma naquele lugar, usualmente lotado, exceto por alguns guardas e, claro, a comitiva de Carsten. Toda Guarda Pretoriana olhava Aggripa com admiração, principalmente aqueles mais devotos à Tauron.

Mas olhava também com estranheza: porque ele traria até o local mais importante de Tapista um bárbaro e uma escrava em frangalhos? Numa situação normal, eles o impediriam de entrar. Porém, acontecimentos estranhos tiveram lugar naquele dia.

Primeiro, o Princeps libertou todos os escravos, entregando-lhes o ofício que genuinamente pertence aos minotauros. Depois, Aggripa Miellienus entra no Senado acompanhado de pessoas não dignas ao salão mais nobre de Tapista.

Ademais, a hostilidade de N’kalit, o grande minotauro de pelugem negra e olhar agressivo impunham-lhes uma sabedoria que muitos deles não tinham – e que agora aprenderam.

Aggripa já estava no meio do salão e ordenou que os seus parassem. Dirigiu-se a direita, onde seguia o corredor para a Ágora de Tapista, onde ocorriam as reuniões. O inicio do corredor, estava guardado por dois guerreiros, os quais conheciam Aggripa.
Mas a intimidade não era recíproca.

“Onde está o Princeps?!” Perguntou Aggripa. No momento da pergunta, o ar encheu-se de violência. Sua voz ecoou pelo grande salão como um brado de guerra. Os outros guardas, num total de 6, ficaram assustados. Um deles, fez menção de sacar seu gladius, mas bastou apenas um olhar de Aelius, o Alto-Sacerdote de Carsten, para que ele mudasse de idéia.

O guarda interpelado por Aggripa suava frio. Não sabia o que temia mais, se era o olhar do grande senhor, o martelo de guerra que jazia inerte em suas costas, ou as escamas negras que decoravam seu ombro esquerdo.

Gaguejou.

“O Ppprincceps Aauraakas... Está... Está sendo julgado senhor.”
“É o suficiente.”. Respondeu Aggripa. Olhou para sua comitiva, e seguiu o corredor.

E os guardas agradeceram à Tauron por a comitiva ter saído de lá.

Atravessando os corredores, Aggripa pensava em inúmeras possibilidades. Se Aurakas fosse deposto, o Império demoraria muitos anos para ser construído. Aurakas era a chave do sucesso, Aurakas devia sair vitorioso, de qualquer forma.

Porém, como Aggripa poderia ajudá-lo? O que dizer aos Senadores? O que argumentar? O Senado era corrupto, e a muito tempo buscava uma chance para depor Aurakas. Aggripa estava furioso, e tamanha fúria podia até mesmo ser respirada. Mesmo N’kalit sentia-se intimidado.

Ao final do corredor, uma porta dupla, ricamente adornada, guardava a entrada da Àgora. Dois guardas, novamente. À essa altura, já se podia ouvir os murmúrios do outro lado da porta. Vozes indignadas, berrando o ultraje cometido pelo Princeps; outras, expondo um ponto político.
Sem qualquer pudor, Aggripa vocifera:

“Sou Aggripa Miellienus, senhor de Carsten, A mão negra de Tapista, o Gladiador Máximo de Tiberius, a Maldição dos Dragões Negros e aquele que carrega consigo o Escravizador de Almas, desejo, pelo Direito de Sangue e Força, acompanhar e julgar o Princeps.”

As vozes exaltadas do outro lado do portão pararam. Todos escutaram quem vinha, e todos sentiram o ódio de suas palavras. Todos, do outro lado, sentiram medo, pois uma apresentação era feita apenas na arena de Gladiadores. Representava batalha, intimidação – e morte.

E, agora mais calmo: “Anunciem-me.”

Um dos guardas saiu, e anunciou.

Os portões foram abertos, e a Comitiva de Carsten adentrara na Àgora.

A Câmara estava lotada. Os senadores mais influentes e mais velhos ocupavam seus lugares de praxe, enquanto outros estavam em pé. A câmara não estava repleta de Senadores: na verdade, tinham mais nobres e cidadãos comuns do que Senadores. Todos discutindo, todos julgando. Na defesa do lugar, Guardas Pretorianos, os melhores de Tapista.

No final da sala, numa mesa maior, estava o princeps. Aurakas estava impassível, e, pelo o que Aggripa percebera, ainda não tinha dito uma palavra. Seu olhar estava perdido na multidão, mas seus ouvidos captavam cada acusação, cada blasfêmia e cada defesa.

No momento em que Aggripa e sua comitiva entraram na sala, Aurakas direcionou seu olhar ao Lorde de Carsten – e sorriu.

Um dos senadores, ofendido com a comitiva de Aggripa, levantou-se de sua mesa e indagou:

“Porque o Senhor de Carsten trás a nossa casa seres indignos?” Imediatamente um murmurinho começa.

Quando o silêncio voltou a reinar, Aggripa faz uma mesura ao Senador, e responde:

“Porque o Senado não se preocupa com o objeto desta sessão extraordinária? Acaso os seres indignos merecem mais atenção que nosso Princeps?”

O murmúrio volta a reinar, e o Senador recolhe-se em seu lugar, indignado com a ofensa, mas receoso o suficiente para não voltar a falar.

Aggripa e sua comitiva sentam-se na extremidade do salão, ouvindo a discussão que voltou com toda força.

Os absurdos contra o Princeps continuaram. O Senado, em peso, ia contra Aurakas, quer com argumentos religiosos, quer com estatísticas econômicas. Riscos foram apresentados. Passagens jurisprudências foram lidas, tudo para fundamentar a culpa de Aurakas, seu pecado máximo para com Tauron, e seu crime mortal para com Tapista.

Mal sabiam eles que ambas as entidades cobriam o Princeps.

Um dia inteiro se passou. Foi garantida a cada um a oportunidade de falar. Na sua vez, Aggripa recusou-se.

Até que, no amanhecer do dia seguinte, o Presidente do Senado perguntou ao Princeps:

“O que tem a alegar em sua defesa, Princeps Aurakas?”

A tensão no ar era palpável, Aurakas enfrentava Tapista inteira, e este era um desafio nunca imaginado em sua vida de Princeps.

“Eu, Princeps de Tapista, nada tenho a dizer.”

Peso. O Senado não imaginava uma resposta deste nível. Todos estavam preparados para passar mais um dia discutindo, pois é comum que Aurakas enfrentasse cada argumento exposto contra ele com outro. Ele, em tese, falaria com todos os presentes – mas recusou. Teria ele admitido sua culpa?

Aggripa sorria.

“Então, se o princeps nada tem a dizer em vossa defesa é porque aceita tudo o que foi dito aqui como verdade, e que aceita a punição do Senado em terra, e a punição de Tauron em morte.” Disse o presidente.

Aelius adiantou-se.

“O Princeps nada tem a dizer em sua defesa, mas o Senhor de Carsten demanda o Direito de voz.”

“Que este direito não lhe seja negado.” Respondeu o presidente ao sacerdote de Tauron.
A multidão abriu-se, e as mesas do Senado conseguiram ver Aggripa em pé, em toda sua fúria guerreira.

“Que todo Senado se cale imediatamente e proste-se ante a vontade imperiosa de Tauron!” Berrou Aggripa, agora em toda fúria. Seu olhar guardava uma besta faminta pronta para o massacre. Seus dentes estavam à mostra, desafiando quem tivesse a coragem de se por em seu caminho. Sua respiração estava assustadoramente forte e seus punhos cerrados.

A multidão olhava-o, apreensiva, mas segura de que os guardas impediriam qualquer demonstração de violência – mas até eles estavam atônitos.

“No Império de Tauron, só existe uma voz – e essa voz é a voz do Imperador.” Aggripa desafiava o presidente.

“Diga logo sua mensagem, Aggripa Miellienus. O Senado já enfrentou essa questão em tempos imemoriais: sua voz é a voz de Tapista!” O presidente reuniu coragem, mostrou toda sua arrogância, e toda a multidão inflamou-se em orgulho.

Aggripa acalmou-se. Respirou fundo, e, quando se fez silêncio, disse:

“N’kalit, lhes entregue minha mensagem...”

E a carnificina começou...

4 comentários:

Capuccino disse...

Bom galera, voltando a atividade literária depois de algum tempo XD

Bom, qual a possibilidade de termos oblivion semana que vem, no domingo? Como vcs estao de horários?

Bom, proximo post será a parte final do Inicio do Império! Preparem-se, maggots! E prestem atenção no que vocês possível terão de enfrentar XD

Ainda essa semana, pretendo postar um resumo da curtíssima primeira sessão e também o post relativo a Caedros Galamion.

Renato, eu nao peguei as fichas do Oblivion com você naquele dia, portanto, nao se esqueça de traze-las!

Dudu, tente postar alguma coisa sobre seu personagem, não me recordo muito bem dele...

Bom, vlw senhores!

Aldenor disse...

MUITO GRANDE, caputo! Vou ler ainda! Peraí!
Sobre o vilãozão do meu conto, vai dizer que não sou criativo? AHAHAHAHAHAH

Capuccino disse...

Criativo? vc é tosco mlk!
Ainda tenho que ler as outroas histórias XD

Porra, esse post deu 4 paginas de word com o parágrafo maior que o normal...

3 paginas com espaçamento zero!

Caralho hein, vcs estao mt preguiçosos... nao fode! XD

R-E-N-A-T-O disse...

Não to lendo nada! pqp, se eu parar pra ler isso nao leio o Percy Jackson e os olimpianos. Hunf! Vagner love é o caralho!