quinta-feira, 22 de abril de 2010

A Confraria da Aventura: O Exército da Crueldade


Festa.
Jean-Luc du'Champs estava em sua mansão, o Solar du'Champs com vários convidados. Conhecido e adorado pela maioria deles, ele aproveitou seu último dia de folga antes de começar a seguir seu dever como mosqueteiro. Enquanto isso, Davie Crown, que havia convencido Farid a sair pela noite de Valkaria em busca de diversão e mulheres, terminaram a noitada sentados num banco de uma praça bebendo vinho, amargurando uma noite sem lua.
Vanthuir havia adquirido um gosto especial por duas coisas em cidades: tavernas e prostíbulos. Sempre pensava em satisfazer seu estômago infinito ao chegar numa cidade. E quando os companheiros demonstravam vontade de ficar mais dias numa cidade, ele procurava o prostíbulo e lá passava o tempo de sua folga. Estava começando a apreciar os prazeres das facilidades.
Quando uma de suas prostitutas gritou em desespero. O bárbaro das Uivantes, antes aliviado de suas tensões diárias, franziu o cenho.
- Não mexa em minhas coisas, sua puta! - um tabefe foi o suficiente para um roxo. Ela saiu escorando pelas paredes, gritando sobre aberrações.
O bárbaro loiro se aproximou de sua mochila e viu seu ovo aveludado. E notou algo diferente. Um olho havia brotado. Um olho humano que seguia os olhos de Vanthuir. Cabrero, guardou em sua algibeira e resolveu guardar pra si, esperando um momento oportuno para revelar aos companheiros.
No dia seguinte, a Confraria se reuniu no Solar du'Champs. Sentiram a falta de Elros Anárion, o clérigo de Glórienn, a deusa dos elfos. Ele alegava que havia partido no mesmo dia em que chegara com a Confraria. Uma missão divina em honra à Glórienn. Jean-Luc mostrou ao grupo a carta da Ordem dos Mosqueteiros e lhes pediu ajuda. Lider natural da Confraria - ou pelo menos, ele assim agia - guiou o grupo numa longa viagem até Cosamhir, a capital de Tyrondir, o reino do sul.

***

- Eu acho suicídio.
Com essa frase, Vanthuir Skullbringer, outrora um bárbaro sedento por desafios e poder, se tornava cada vez mais em um homem civilizado, acostumado às facilidades da cidade. Aprender a ler e a escrever e as técnicas mais refinadas de lutar lhe foram bastante úteis, mas a vida fácil que as peças de ouro proporcionava o seduziu. Sentia que sua vida valia mais do que um combate, uma batalha. De repente, tinha mais a perder do que estava acostumado quando era um guerreiro de sua tribo nas Montanhas Uivantes.
- Então, podemos mudar nosso nome para Confraria dos Cautelosos.
Davie Crown despejava seu sarcasmo como era seu costume fazer. Dessa vez, carregado de amargura e descontentamento, sentia a chance de invadir uma masmorra perigosa, enfretar um dos maiores desafios do mundo conhecido estava lhe escapando pelos dedos. Quando teria essa oportunidade de novo?
- Eu concordo com Davie. Devemos partir, aceitar a missão. Os deuses estão conosco, não viram Davie Crown ressussitar? Valkaria abençoa seus aventureiros!
Farid teve de discordar da frase de Jean-Luc. Achava que os deuses não abençoavam assim, facilmente a qualquer um. Naquele momento, ele se sentia qualquer um e um tanto cansado da paisagem árida de magia que o Reinado lhe forçou a conviver. Porém, com garantia de precauções mágicas com as compras de poções de cura e de pergaminhos de transformação e invisibilidade, a Confraria da Aventura aceitou a missão. Se auto-convenceu de que era possível, embora muito difícil o sucesso. Jean-Luc, o mosqueteiro, ficou imaginando o que Elros pensaria nessa situação. Farid se preocupava com a falta que os poderes divinos de Elros faria. Aparentemente Vanthuir e Davie não se recordavam ou não ligavam para o antigo companheiro.
A missão era bastante perigosa. Segundo o anão Wasurerimm, ele era descendente de um clã de anões que existiu em Lamnor. Este clã, liderado por seu ancestral direto, Durgeddin, havia construido uma fortaleza impenetrável nas montanhas que dividem Tyrondir de Lamnor. Entretanto, com as constantes ameaças dos orcs das montanhas e da Aliança Negra, este clã e a fortaleza fora destruída. O anão - ex-joalheiro e atualmente vidreiro - quer recuperar o tesouro, as jóias perdidas. Como pagamento, havia sugerido 500 tibares de ouro, mais o preço de mercado das joias. As lâminas mágicas, usadas para as lutas contra as tribos orcs, seriam parte da recompensa à Confraria da Aventura.
Depois de alguma relutância por parte de Vanthuir e Farid, o grupo se preparou e viajou para sul.

***

Molok era uma vila fantasma. Ruas vazias, praças sem viva alma. Seu Osmar, o fazendeiro mais rico, foi escolhido como prefeito para guiar a população para o abrigo escondido debaixo da terra, durante as invasões dos exércitos da Aliança Negra.
O traço da crueldade e monstruosidade do exército de Thwor Ironfist era bastante marcante naquela região. Podendo ter destruído e devastado Molok do mapa há muito tempo, como fez com Khalifor, a Aliança Negra preferia empregar meios sádicos. Matava o gado, destruia plantações. Matava um ou outro homem saudável. Decapitava quem tentava fugir em busca de ajuda. Isolados, restava às pessoas uma morte horrenda e dolorosa.
Por isso seu Osmar sentiu que Khalmyr finalmente observava aquela região quando a Confraria da Aventura chegou. Contando a situação daquele lugar, Farid, Jean-Luc e até Davie Crown - acostumado a pensar apenas em si mesmo - sentiram profunda amargura. Vanthuir não se compadeceu, como era seu costume. Mas ele estava cansado de se irritar por nunca ser escutado. Resolveu apenas ouvir mais.
Então, ouviram batidas de tambor. Era a aproximação de um exército. Jean-Luc subiu na mais alta casa e avistou muitos combatentes goblins com bandeiras de guerra, se aproximando pela pequena floresta atrás da vila. Uma flecha o atingiu em cheio na barriga. Poderia ter morrido, mas ele aguentou com firmeza e pulou de lá, forjando uma queda. Avisou a todos que eram de 20 a 30 soldados. Enquanto isso, a população da vila se movia rapidamente com o desespero controlado para o abrigo. Davie os ajudou e usou de suas perícias furtivas para esconder melhor o abrigo. Farid olhou para Vanthuir. O guerreiro das Uivantes suspirou e apontou para os cavalos. Era a primeira vez que aquilo acontecia. Uma fuga.
Davie, Jean Luc e Farid subiram em dois cavalos e desamarraram da carroça. Vanthuir se moveu com muita rapidez aprendida em seus anos como errante nas Uivantes e se afastou. Viu muitos goblins. Mais do que Jean-Luc havia previsto.
E correu.
Antes que os outros pudessem correr, foram alvejados. Os cavalos acabaram morrendo. Sobrou as botas para serem gastas. Farid usou de sua magia para voar. A Confraria em fuga.
Fugiram durante a tarde inteira. Vanthuir chegou às montanhas primeiro e preparou fogo para ser mais facilmente encontrado por seus companheiros. Imaginou que o exército não chegaria ali tão cedo. Farid e Jean-Luc chegaram em seguida. Por último, Davie, mais morto que vivo, chegou. Todos estavam absolutamente exaustos. Farid, que usava sua magia para voar, estava bastante aflito e pensava nas pessoas que deixaram para trás. Será que foi mesmo a melhor saída?
Atravessaram as montanhas e encontraram praia. Mar, oceano. Agora restava seguir pelo litoral em direção sudeste, em busca das montanhas onde a fortaleza Khundrukar estava escondida...

22 comentários:

Marins disse...

gostei!

ficou bem legal

Capuccino disse...

CAMBADA DE MARICAS! XD

O q um elfo nao faz, hein hein! =P

R-E-N-A-T-O disse...

Que falta faz magia de cura... rs

Queremos viver!

S i n n e r disse...

Olla...
Bem, confesso que não gostei do retratado aqui e, se eu realmente passei a "estar acostumado com a vida fácil", Aldie está completamente enganado.
Retratou minhas decisões e argumentações como falta de coragem, não sensatez.
Vanthuir não é nem burro (Int 13) nem imprudente (Sab 15), é uma pena.
Abraços e adièau.

PS.: Quando haverá o próximo jogo?

Aldenor disse...

Vanthuir pode considerar que foi sensato, mas que desistiu de testar sua força contra os goblinóides, ele desistiu.
Eu não falei sobre sua falta de coragem. Ele acabou, na minha visão, por desenvolver uma sensatez que ele não tinha antes de conhecer a civilização. Antes, a vida dele só fazia sentido quando ele mostrava sua força, sua capacidade de sobrevivência. Mesmo que ela fosse arriscada e houvesse chances mínimas de sobrevivência. Na última sessão ele entendeu que não valeria a pena arriscar sua vida naquele conflito que seria muito difícil (não impossível).
Então, eu entendi que ele mudou sua visão por conta da influência da civilização que fez ele repensar no valor de sua própria vida, nos prazeres extras além de lutar que ele poderia ter enquanto vivo.

P.S: até segunda ordem, tem jogo domingo às 8h até 14h.

S i n n e r disse...

Discordo de você.
Ele não desistiu de arriscar a vida pensando em "prazeres extras além de lutar". Não arriscou por que, como você mesmo fez questão de salientar em dado momento do jogo, está de saco cheio de não ser ouvido. Vanthuir já vem adquirindo lentamente a conciência que, para mais da metade do grupo, ele é um poste com um machado, incapaz de um conselho ou uma idéia útil.
Enfrentar os goblinóides com o grupo como estava pareceu pra ele uma perda de tempo, não um ato de bravura ou força. Jean-Luc estava ferido, Davie é muito ruim no melee, Farid é frágil e quebradiço.
Porque se arriscar quando tudo o que o grupelho pensa sobre ele é que ele é uma ferramenta? Pra que correr o risco de ter que cuidar dos fracos feridos (e quiçá mortos) ao invés de deixá-los pra trás, sob protestos infinitos? Porque lutar pra satisfazer a si próprio quando toda e qualquer demonstração de força, toda atitude dentro da sua crença é taxada como "crueldade" ou como "desnecessária"?
Então pra que lutar por pessoas que não o respeitam pra salvar pessoas incapazes de sobreviver por conta própria?
Vanthuir não se considera parte e ninguém faz nada pra que ele pense ao contrário e sua paciência tá acabando, garanto isso. Correr por aí atrás da missão de um bufão que só luta por fama, arriscando a vida por um punhado de metal que não lhe tem serventia, quando poderia estar procurando algo mais importante sobre o tal ovo que lhe é tão caro é sem sentido pra ele.
"Evite problemas maiores", esse têm se tornado seu mote enquanto viaja com a Confraria. E assim vai ser até que se prove o contrário.

Aldenor disse...

Se entendi bem o ponto, entendi melhor o drama de Vanthuir. Mas eu tbm vi que os outros personagens - principalmente os que são bondosos como Farid e Jean-Luc - tentam aos poucos explicar as coisas para Vanthuir, mas acho que há uma certa preguiça na interpretação que poderia transformar aos poucos Vanthuir num personagem mais "herói". Bastava demonstrações de amizade, eu acho.

Percebo então a grande dificuldade do Forgotten Group de lidar com personagens nao-bondosos... da próxima vez eu exigirei um grupo com uma parcela "bom" na tendência e que tenham vontade de ser heróis.

E o que farei é simples: deixarei rolar as coisas e se Vanthuir se desgastar muito e achar que tem que seguir seu rumo, vou achar bom ter um NPC poderoso para lutar contra a Confraria da Aventura no futuro AHAHAHAHAHAHAHHA. Mas aí vcs que decidam isso em ON.

Dudu disse...

Ei, não sou muito ruim no melee... Só não sou muito bom...
Hehehe!

eu só acho q as interpretações são levadas ao extremo demais a ponto de beirar à "cabeça-durisse"!

Mas é que o grupo parece que tem uma tendência a se "automenosprezar entre si", e não sei se a gente se ouve direito. Beijundas, amanha tem mais!

Hê!

Capuccino disse...

falou e disse, dudu XD

R-E-N-A-T-O disse...

Farid tenta e muito fazer com que Vantuir entre no grupo, mas é realmente muito difícil. Precisa também existir possibilidade para ajudá-lo. Farid tentou de todas as maneiras ajudar Vantuir com seu ovo. Todo seu conhecimento mágico foi posto a disposição dele, porém ele é inexperiente e não descobriu nada mesmo pesquisando muito.
Acho que a relação dos dois é bem próxima, mas também ele é bem cabeça dura e dificulta qualquer aproximação.
Situações em que a amizade seria posta em cheque seria uma boa prova para os persongens.
O mestre também precisa não só descrever cenas e jogo, mas também os sentimentos e intuiçoes dos personagens, não esqueça o lado psicológico deles. É também responsabilidade do mestre dizer o que ver ou ouvir tais coisas faz o personagem sentir.

Essas são as minhas opiniões sobre esse caso, podemos conversar melhor ao vivo no domingo já que o jogo foi confirmado. Abraços.

Aldenor disse...

Eu tento ser descritivo desse lado psicológico também. Mas é bastante difícil porque pode ferir a autonomia do jogador perante seu personagem.
Farid é um personagem que é bastante bondoso e por isso tenta se aproximar bastante de Vanthuir pq o vê como isolado e perdido, sem culpa por ser ele mesmo. Davie Crown não sente-se na mesma obrigação de ajudar, é mais individualista e bastante aleatório. Jean-Luc é o oposto de Vanthuir. Um é urbano, galante, sofisticado. O outro é rustico, brutal e "do campo".
Mas o carisma de Vanthuir, se vcs bem lembram, é 9. Ele é bem intragável não a toa e por isso vejo uma boa interpretação do bárbaro das Uivantes.
Problemas de relacionamento são óbvias consequencias da tendencia e do carisma. Acho que a Confraria tem tudo para ser bastante profunda em sua interpretação.

Dudu disse...

Eu também quero uma foto, como fás?

R-E-N-A-T-O disse...

Edita o seu perfil Dudu.

Marins disse...

Deu merda galera.... estou com um problema aqui em casa q poucos entederiam... Não consegui resolver até agora, e o sono pesa. Vou tentar acordar cedo e resolver pela manhã... infelizmente não garanto, pois não depende de mim, e sim da minha mãe.

Marins disse...

sobre as opniões eu coloco depois, mas vcs já comentaram td q eu poderia falr..

R-E-N-A-T-O disse...

preguiçoso...

Aldenor disse...

Depois eu ponho o resumo da última sessão.

Aldenor disse...

Quero ver o resumo de Con(di)vergencias, porra!!

R-E-N-A-T-O disse...

Outro preguiçoso... deve demorar! UAHHuhauha
Tudo pra depois, depois! :P

Capuccino disse...

Olha quem fala! XD

Marins disse...

eu falo depois mesmo!

cheio de coisa pra fazer, ta foda

=/

Marins disse...

mas eu amo vcs

=)