terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Crônicas Artonianas II: A Tempestade Rubra #1

A Corrupção Lefeu


Chovia torrencialmente naquele lugar esquecido pelos deuses. O céu era vermelho, a chuva era ácida, o chão era estéril. Aquela era uma área de Tormenta, aquilo era lefeu. Tudo era lefeu.
Aquela criatura poderosa tamborilava seus dedos no que parecia ser uma cadeira, um trono vermelho pulsante como se vivo. As áreas de Tormenta eram pedaços de um universo invadindo e corrompendo Arton. Um universo onde tudo era lefeu: o ar, o céu, as pedras, as criaturas, os pensamentos, o tempo. Tudo funcionava como um organismo vivo.


Gatzvalith era um Lorde da Tormenta, o senhor daquele pedaço de universo vermelho que corrompia Arton. Ele movia sua mente para todos os cantos de sua área, planejando ou apenas zombando de seus inimigos artonianos. Havia, há pouco tempo, destruído um grupo de aventureiros que chegou a sua fortaleza, mas não sem antes oferecer poder em troca de aliança. Diferente dos outros Lordes, Gatzvalith era um conquistador. Ele não destruía, ele corrompia. Não queria adoração, dominação. Queria oferecer ao mundo de Arton a miscigenação.  Por isso, seduzia artonianos com promessas de poder ilimitado. Os que aceitavam, mal percebiam que já deixavam de ser eles mesmos e se tornavam lefeu.
Por isso, quando seu lacaio chegou, ele pode mostrar um arremedo de sorriso de satisfação. Gatzvalith imitava os modos artonianos por escárnio, por adaptação ou curiosidade. Um sorriso era uma demonstração tipicamente artoniana de sentimento, desnecessário aos lefeu, pois as sensações eram captadas e entendidas naturalmente em sua linguagem alienígena. Mas o sorriso vinha a calhar no momento. Seu lacaio ainda não era lefeu totalmente.
- Está tudo pronto, meu senhor. – curvava-se, o traidor de Arton.
- Eu sei. E agora você será recompensado. – Gatzvalith usava sua influência alienígena e moldava a vontade de seu servo. Ele chorava ao sentir o poder crescer em suas veias.
Sentia o vermelho, os pensamentos profanos. Sentia seu coração pulsar no peito com ardência. Sentiu suas costelas se moverem. Era seu pulmão que forçava o movimento. O coração estava se soltando das veias e artérias e se movia como se estivesse vivo.
- Agora você está mais um passo no caminho da perfeição total, servo.
A voz de Gatzvalith ecoava na mente de seu lacaio e ele não sabia se aqueles sentimentos eram bons ou terríveis. Talvez fossem os dois. Depois da mudança interna de seu corpo, ele se retirou dali. Andou por aquela paisagem vermelha e macabra como se fosse um nativo. Jogou-se sobre pedras e ali ficou. Teve lembranças de sua vida passada e de tudo que largou. Não importava.
Lembrou de suas pendências passadas e sabia que iria enfrentá-las com o tempo...

5 comentários:

R-E-N-A-T-O disse...

Espero que a campanha durando eu possa dar uns chutes no traseiro dele... Criaturas da tormenta temerão Hector. \o/
Conto curtinho, porém bom.

Aldenor disse...

A intenção é fazer vários contos curtinhos introdutórios para as aventuras e as aventuras em si serão gigantescas como foram no Crônicas 1. Hehehe

Acho que Ian vai jogar. Fechamos 5 jogadores... alguém tem o MSN dele?

R-E-N-A-T-O disse...

Lucas deve ter.

Aldenor disse...

Jogadores... malditos! Decidam o que serão! Preciso saber dos históricos para planejar a longo prazo as coisas! hehehe

Aldenor disse...

Lembrando que o jogo é de 13h até 17h... perder tempo com ficha e contando história será ruim! Me digam seus historicos vão com fichas montadas! heheh