domingo, 28 de dezembro de 2008

Convergência

Aquela taverna nunca tinha recebido um bardo daquela estirpe. Também pudera, o público era simples e pouco atento à arte que estava exposta no palco. Ele caminhou por entre as mesas e rumou diretamente para o palco empoeirado que denunciava o pouco uso e a pouca higiene daquele estabelecimento. Os poucos frequentadores eram pescadores no final de um dia árduo de trabalho e um pequeno grupo de aventureiros que estava de passagem pela cidade. Ele postou-se de frente para o público puxou um pergaminho e fitou a platéia. Aos poucos as vozes foram morrendo, e todos olhavam para ele.

Era um meio-elfo de cabelos na altura dos ombros de um castanho claro. Seus traços eram finos, evidenciando sua ascendência élfica. Vestia-se com roupas pomposas e com foi para o palco com um andar arrastado.

Myleikee Teele pigarreou. Empostou a voz e recitou:

Quando a hora dobra em triste e tardo toque
E em noite horrenda vejo escoar-se o dia,
Quando vejo esvair-se a violeta, ou que
A prata a preta têmpora assedia;
Quando vejo sem folha o tronco antigo
Que ao rebanho estendia a sombra franca
E em feixe atado agora o verde trigo
Seguir o carro, a barba hirsuta e branca;
Sobre tua beleza então questiono
Que há de sofrer do Tempo a dura prova,
Poia as graças do mundo em abandono
Morrem ao ver nascendo a graça nova.
Contra a foice do Tempo é vão combate,
Salvo a prole, que o enfrenta se te abate.

Desceu do palco logo após. Passou por entre as mesas, abriu a porta, e saiu. Nunca mais foi visto no vilarejo de Odaruod.

***

O porão tem uma aparência úmida e quente. O ar é carregado naquele ambiente de bizarrice. Uma cama de matéria vermelha surge do chão e apoia sobre macias línguas uma mulher nua presa com tentáculos vermelhos que possuem farpas afiadas. Nos olhos da mulher lágrimas de desepero de quem sabe que seu destino será o sofrimento.
Coberto por um capuz, um homem de andar arrastado entra por uma porta secreta que não podia ser vista antes. Ele caminha falando palavras devassas e incompreensíveis. Em uma das mãos uma adaga afiada exaltando nomes que a mulher desconhece.
Para ela, ele diz:
- O aviso foi dado. Não há tempo, não há vida. Há lefeu.
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PS: Soneto obra de William Shakespeare.
PS²: Post número 100 de 2008.

5 comentários:

Aldenor disse...

Hehehehe. Legal.

=)








Post a lá marins

Aldenor disse...

*coment.

Ahauhahuahuhuaa
Porra, tomara que não seja a irmã de Tristan!!!
Ficou bom e criativo (Y)

Capuccino disse...

Porra! Vc realmente gosta da sua irmã!!

Marins disse...

haha

realmente ficou, como poderei dizer, em relação a lua e com serias influencias do mar, e com a visaum de nossso grande oxara dedo medio cavaleiros do zodiaco, ficou bom e criativo...

sim, risos.

hehe
=)

Aldenor disse...

IAHIHAUIAHHUAHUAHU Esse marinho...!

Renato, vamos comprar um redbull pra vc na proxima vez!!!