Crônicas Artonianas III: Contra Arsenal #0

Prólogo

1401, Valkaria comemorava sua libertação. Mas esta história começa em Bielefeld, o Reino da Ordem da Luz.

Bielefeld é um reino de tradição feudal, de camponeses orgulhosos e terras férteis. A nobreza é, em sua maioria, formada por guerreiros garbosos, cavaleiros honrados. Os aventureiros são vistos com a desconfiança padrão pelo povo, mas os clérigos, paladinos e cavaleiros da luz são vistos como verdadeiros heróis.

Mas até o momento, nenhum cavaleiro fará parte dessa história.

Farid é um feiticeiro que tem o sangue mágico em suas veias e busca conhecimento das maravilhas mágicas do mundo. Anne é uma moça cheia de curvas e insinuações que busca um lugar no mundo, um bando de aventureiros a quem se unir e viver livre pelos ermos. Thaedras é um elfo forjado na Infinita Guerra, desacreditado em sua deusa criadora, não baixou a cabeça perante a derrocada final dos elfos, pois não há espaço para resignação.

Juntos, parte para uma pequena missão como um grupo qualquer de aventureiros. Porém, mal desconfiam que um destino grandioso se encontra pela frente.

***

Yuden, semanas antes.

A Fortaleza Hardof é inexpugnável e carregava um ar de massacre, dor e sofrimento. Os inimigos dos Yudennach e do regime ditatorial e opressor de Yuden muitas vezes têm um julgamento que não resulta em morte. O resultado, porém, pode ser pior. A Fortaleza Hardof é uma prisão onde estes criminosos e potencialmente perigosos rebeldes vivem - ou sobrevivem.

Porém, muitas criaturas vis estão por lá também. Ou são transformadas em criaturas vis depois de sobreviver ao horror, ao ódio opressivo e esmagador. Dizem, inclusive, que a Fortaleza é guardada por demônios carcereiros.

Um homem de pele negra saiu de lá. Possuía toda sorte de cicatrizes de uma vida dedicada à selvageria da guerra em seu corpo massivo de músculos e veias explodindo em rigidez. Seu nome era Zynkas Skablesh e ele tinha muito trabalho a fazer.

Dois homens o esperavam na saída. Depois que os raios solares tocaram sua pele depois de uma década inteira na escuridão, ele chorou. Via com emoção o descampado rochoso e desolado onde aquela torre se situava. Os homens se aproximaram, vestindo mantos pesados de quem não queria ser reconhecido.

- Tens uma tarefa, Skablesh - disse o mais baixo com voz mais fina. Talvez uma mulher.

- Alegre-se, poderá servir ao seu senhor novamente. - era o outro colocando a mão em seu ombro.

Sim, Zynkas sorriu em júbilo. Havia muito trabalho a se fazer para seu senhor, o Mestre Arsenal.