segunda-feira, 13 de julho de 2009

Aurora Carmesim #1 - Travessia, parte 2


Um mundo verde, intocado, virgem. Thaedras não podia imaginar como as coisas tinham chegado até aquele ponto. Aquela era Lennórien, sua casa, seu lar. Como toda uma raça pôde deixar isso de lado?
Caminhava calmamente em direção ao acampamento goblinóide. A lua em foice era um rasgo avermelhado no céu, denunciando o sangue que seria derramado essa noite. O líder daquele acampamento devia morrer e ele estava ali para garantir isso. A resistência ganharia muito terreno depois de sua ação e o destacamento que cuidava daquela área fugiria feito um animal acossado.
O Leão aproximou-se da tenda que era seu alvo sem emitir quaisquer som maior que um sussurro. A noite estava perfeita para o assassínio e um certo júbilo correu por seu sangue quando ele se debruçou sobre o leito fétido de seu alvo. Gruundak dormia feito um bebê, incauto, alheio da ameaça que pairava sobre ele. O tempo ensinara Thaedras a manter sua intenção assassina contida até o último instante, até o momento do golpe da arma.
A lâmina deslizou de dentro de sua caverna espalhando um brilho lânguido pela tenda. Em um movimento suave ele a deslizou com um flash pelo pescoço de sua vítima, abrindo um talho rubro na garganta de Gruundak, no momento que ele abriu os olhos aflito. Nenhum som escapou de seus lábios apesar dos movimentos feitos por ele. O gorgolejar intenso quebrou a magia do momento e o Leão pisou em sua vítima, para impedir qualquer reação.
Em pouco tempo, o cadáver parou de se mexer e Thaedras deixou a tenda rumo à noite fresca da floresta.
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Xiucoahtl ouvia os relatos atentamente.
Numa torrente verborrágica seu vassalo desfiava informações, fatos e conjecturas. Ele bebia das palavras como um infante degusta o leite materno. Então esse era o plano, trazer a ruína dos dragões de volta à vida para acabar com Kallyadranoch. Mas o que fariam com o batalhão?
A pequena (tudo parecia pequeno face a Xiucoahtl) criatura findou seu relato num austo prolongado de ar.
- Obrigado Agnustaad. Como sempre você honra minha confiança. O que me trouxeste é deveras útil e recompensar-te-ei devidamente. Procure Hasmed-achinabul. Ela dar-te-há o que precisas. Agora vá e continue honrando-me, Agnustaad.
Debilmente a criatura correu em direção à parede mais próxima, interrompendo-se para uma última mesura exagerada antes de adentrá-la e sumir num brilho negro.
- Cledoveo, a mim! - urrou a figura titânica.
Num lampejo esverdeado uma figura baixa e compacta surgiu ante o dragão. Cabelos negros, túnica verde-capim, armadura forte e rija. Mãos poderosas fechavam em luvas desproporcionalmente grandes.
- Sim, mestre.
- Preciso que realize uma tarefa em meu nome, Cledoveo. A mancha rubra pretende manobrar contra nós trazendo um antigo mal a Arton. Eles querem aproveitar-se do momento de mortalidade de Kallyadranoch para dar-lhe um fim. E isso conflita diretamente com meus planos momentâneos.
Caminhando lentamente, Xiucoahtl atravessa a sala em direção a um pedestal na face sul. Enquanto movimenta-se ele lentamente se transmuta em uma figura pequena, ágil, furtiva. Logo a distância até o tabuleiro é coberta por um halfling de olhos muito vivos e careca brilhante. Pequenas bolsas assomam-se sob suas pálpebras, denunciando a idade já ultrapassando os trinta invernos. Roupas leves e confortáveis de viajante brincam sobre seus gestos controlados.
Olhando o tabuleiro ele recomeça:
- Um novo elemento adentrou o jogo Cledoveo - diz apontando um peão rubro -, novos poderes surgiram em Arton. Um pequeno grupelho, é verdade, que se devidamente conduzido pode nos auxiliar enormemente.
Movendo a peça por uma casa ele volta a fitar o tabuleiro, absorvendo sua nova configuração.
- Diga que desejo lhes falar. Um encontro amigável. Tentarei trazê-los para sob minhas bençãos sutilmente enquanto eles prestam-me favores sem perceber. Dar e receber, até que estejam sob meu jugo. Sei que não fui o único a notá-los mas desejo ser o primeiro a alcançá-los. Traga-os a mim Cledoveo. Logo.
- Sim mestre, já antecipo um meio de fazê-lo. Em dois dias eles estarão em sua presença. Retiro-me milorde.
- Vá com minhas bençãos.
E ele some em meio a um brilho suave, deixando Xiucoahtl imerso em conjecturas e projeções.
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- Olá Thaedras. Não é necessária tamanha precaução pois vim em paz. Vim trazer-lhe um recado de meu mestre. Ele deseja vê-los a todos em breve, em sua morada. Tome.
A tensão permanece quando Cledoveo entrega uma pedra seccionada no diâmetro a Thaedras, indo-se sem olhar pra trás.
Sob o olhar furtivo de Lena Thaedras examina a pedra e sopesa o momento.
Eles tinham que saber. Tinham que investigar.

3 comentários:

Aldenor disse...

Magnus é o nome do meu guerreiro épico com sua espada larga Grande atroz mágica. Homem bruto e sem meias palavras.
Sobre o aniversário... quando eu voltar e você estiver aqui, podiamos marcar um outback sessão aniversário especial! hauhahuauha

R-E-N-A-T-O disse...

Post número 200! \o/

S i n n e r disse...

Okie Dokie man!
Com certeza marcamos sim, até porque o meu niver vai estar próximo também.
Quanto ao Magnus, obrigado pela lembrança mas ele só aparece daqui a uns três posts por não ter começado junto... ^^
Com esses posts estilo romance vou sempre inserir coisas que estão acontecendo longe do solhos dos personas a fim de montar um romance propriamente dito.
Essa noite mais dois posts, um de extinção e um de aurora, continuando minha fase ultra-criativa.
Como eu vi que só Aldie comentou sobre seu fim, deixo aqui um spoiler: Você teve o melhor fim de todos, virar "zumbi". Ainda vai piorar muito antes de acabar. ò.ó
Abraços e adièau.
PS.: Feliz aniversário! Tudo de bom e todas aquelas coisas que todos desejam sempre! Beba, ria e aproveite porque o melhor da vida ainda está por vir.
PS2.: Post número 200! It`s mine! (como se eu não tivesse planejado isso né ^^) Cya. o/