sábado, 28 de agosto de 2010

Vida Bandida

Havia, naquela entardecer no porto de Malpetrim, um homem sentado na areia branca. Seus cabelos cheios, embaraçavam ao sabor do vento enquanto visava o horizonte infinito a sua frente.
Ele sabia que seus dias de pirata estavam acabados. Aos poucos, suas lembranças passavam como um filme em sua mente.

Semanas antes.
Jack sacava sua espada curvada de suas costas com leveza e encaixava no estômago de um miliciano de uma aldeia. A lâmina deslizava abrindo espaço para o intestino desprender com um grande volume de sangue. Assim, mais uma vítima do ataque de seu bando tinha sucesso. Ele gargalhava eufórico do sucesso. Ouviu ordens do capitão e foi ajudar a carregar os mantimentos daqueles miseráveis.
Horas depois, dentro do navio de madeira envelhecida, aquela tripulação comemorava com rum velho mais um ataque de sucesso. Em meio a sujeira e miséria de corpo e alma, eles cantavam, e dançavam. Outros contavam entusiasmados como mataram e estupraram. Jack ria de tudo, apesar de não compactuar com aquilo. Ele fazia o que tinha que ser feito para sobreviver. Matava quem ficasse em seu caminho. As vezes um velho ou uma mulher bancava a heroína para tentar impedí-lo, mas ele apenas os nocauteava. Jack havia decidido há muito tempo que sua espada era só para adversários que soubessem lutar de verdade.
Depois de beber até dormir, acordou com um chute.
O sol acabou aguçando sua dor de cabeça de ressaca. Demorou alguns minutos para entender que o navio havia sido atacado pela frota real de Petrynia. Antes de ser amarrado como os outros, ele levou uma surra de bastões até quebrar uma perna. Antes de lhe colocarem um capuz velho para embarcar no navio dos corsários, viu de relance o segundo em comando recebendo uma bolsa com moedas de ouro. Ele havia traído a todos.

Dias antes.
Jack estava com um olho roxo e tão magro que seu estômago colava nas costas. Seu corpo era diariamente castigado. Marcas profundas de cativeiro. Naquele dia ele viu seus companheiros, seu bando, pela primeira vez em dias. Foram todos levados para um penhasco, frente ao Mar Negro. Havia uma pequena população ribeirinha de famílias e pessoas que queriam ver sua morte. A morte de seu bando. Xingavam, gritavam e jogavam bosta de cavalo neles. Eles eram os piratas presos e condenados ao enforcamento.
Notou que seu capitão não estava mais lá. Devia ter sido o primeiro e morrer. Quando começou o espetáculo da punição, viu seus amigos de 10 anos sendo mortos. Logo seria sua vez. Apesar de tudo, ele não sentia tristeza. Não queria se vingar do segundo em comando. Não queria salvar seus amigos. Ele não sentia nada. Apenas um vazio profundo.
Jack sabia que um dia isso iria acontecer. Inevitavelmente ele iria ser capturado e morrer. A vida era assim. Ele era um bandido e era caçado. Ninguém choraria por ele, ninguém sentiria sua falta. Foi então que, ao chegar sua vez, percebeu que tinha alguma vontade de viver mais. Queria fazer muito mais no mundo. Não deveria ser sua hora. Não por questão de justiça, mas porque ele era livre e queria se manter assim.
Antes que pusessem a corda em seu pescoço, ele gastou sua última fagulha de energia para surpreender a todos correndo para a beira do penhasco. Deu uma última olhada para o povo enfurecido e sorriu sarcasticamente. Saltou de costas.

Hoje.
Jack se levantava, tirando um pouco de areia do corpo. Colocava sua mochila nas costas e vestia suas botas recém roubadas. Ele tinha roubado essa mochila de um aventureiro descuidado em uma taverna. Sua cimitarra ele achou por acaso numa estrada. Afinal, a vida se resumia a isso. Caminhou para o leste. Queria conhecer Valkaria, a maior cidade do mundo. Talvez se tornaria aventureiro, ou mercenário. Talvez fosse viver nas ruas. Afinal, tudo na vida se resumia a isso. Acasos.

4 comentários:

R-E-N-A-T-O disse...

Vai mudar pq?

Aldenor disse...

Porque quero fazer algo diferente de guerreiro humano comum. Segundo marins, será bom tanto in-game quanto off-game.

Marins disse...

hehe

adorei o comentário meu, usa aspas...
hauahuauhahahua

zizoo disse...

MAX?
hehehe