quinta-feira, 5 de março de 2009

Sir Lothar Orselen, O Javali de Bedivere.




Fazia um sol escaldante em Tapista. O grande homem de 1,95m de altura olhava o horizonte numa varanda da arena dos gladiadores. Seu novo senhor, Golias, havia lhe informado que lutaria com Gerontius Cornelius III, um clérigo de Tauron. Augustus lhe aconselhara cuidado, pois o minotauro era muito forte.

Pouco importava a força de seu inimigo: havia falhado com Bruenor, com a Ordem da Luz e com Khalmyr. Olhava sempre para frente, deveria ganhar a liberdade de forma honrada, pouco importando a força de seu adversário. Tamanha era sua determinação que nem notara que seus cabelos haviam crescido bastante e que a sua barba já pedia a muito para ser aparada.

Faltavam ainda algumas horas pro derradeiro combate e Allieny veio ver o gladiador, como começou a fazer freqüentemente, quando ficou sabendo que lhe faltavam poucas lutas para ganhar a liberdade.

- Lothar... Já esta ficando fácil encontrá-lo por aqui. Quase nunca desgruda desta varada.

- A brisa do mar alivia muito de meus tormentos, senhora. Não só ela, como também sua companhia.

Houve silêncio. Lothar olhou por alguns segundos nos olhos de Allieny, mas depois dirigiu seu rosto para o mar. Allieny respondeu o gesto do guerreiro com um meneio e timidez.

Quando o vento parou, Allieny quebrou o silêcio:

- Lothar, diga-me: porque tens um javali e um dragão desenhados nos seus ombros?

- O Javali representa meu passado; o Dragão azul de Bedivere representa o que me tornei e que, hoje em dia, não sou mais. Mas pretendo voltar a ser, se Khalmyr ainda fizer bom juízo de mim.

Lothar parou de falar neste instante. Allieny ainda olhava para ele, como uma criança prestes a escutar uma história fabulosa.

Então o gladiador continua:

- Nasci de uma família humilde, senhora. Minha mãe, Sabine Orselen, era uma simples tecelã, enquanto que meu pai, Dirt Orselen, era um líder comunitário, criador de porcos. Eles viviam numa pequena fazenda, segundo me disseram.

- Não conheceu seus pais, Lothar?

- Não, não pude ter a honra de conviver com eles. Meu país estava em guerra com outro; morávamos na fronteira entre os reinos. Houve um ataque e o dono das terras de onde vivemos acovardou-se, deixando os camponeses e soldados à própria sorte. Fui salvo porque outro homem, conhecido como Dragão viviamos, defendeu nosso lar como se seu fosse. Seu nome é Bruenor de  Bedivere. 

- Após o ataque, Bruenor viu-me nos braços de minha mãe, já morta. Deste dia em diante, ele decidiu que me criaria e que um dia eu o serviria como um escudeiro... Pois bem, o Javali é em honra ao meu pai, que criava porcos. Bruenor achou que não seria elegante, e não seria mesmo, que eu fosse um porco...

[risos]

- E depois, Allieny, o Javali representa, em certa parte, a evolução de minha família. De caça a caçador, algo neste sentido.. Os clérigos de Khalmyr tentaram me explicar esse enigmático sentido, mas nunca fui muito atento...

- E o Dragão seria então em homenagem a Bruenor, Lothar?

- Exatamente. Mas não só isso. Bruenor recebeu a alcunha de Dragão de azul, pois ele não queria participar de um conflito no limiar do ano novo. Segundo ele, aquele ano deveria terminar de forma diferente para que diferente fosse o próximo.

- Como isso é possível? A guerra sempre envolve ferimentos e morte, não é possível...

- Allieny, Bruenor fez o que chamamos de muralha de escudos. Seus homens foram cercados e resistiram por horas e horas. Quando os mercenários estavam cansados, Bruenor propôs um acordo de paz em função do ano novo. Então, os inimigos comemoram o ano novo com festa. E ambos perguntaram-se o porquê de estarem se matando, se podiam conviver em paz. Deste dia em dia, Bruenor começou a repensar suas ideologias, inclusive relativizando os conceitos de barbarismo e civilização.

- Mas porque o Dragao Azul?

- Defesa e luta.

- Bom... Então eu cresci ao lado de Bruenor e sua mulher, Lissa. Ambos me tratavam como filho, e estavam felizes, pois nascera Valahad, seu filho de sangue. Infelizmente, as clérigas de Lena donde eu vivia constataram que Lissa não poderia mais ter filhos. Contudo, ambos estavam felizes com sua prole.

- Cresci ao lado de Valahad como um irmão. Claro que ele tinha como destino a cavalaria e eu seria um escudeiro por muito tempo e depois, quem sabe, um soldado de honra. Eu o chamava de escudeiro pederasta, em virtude das várias pompas que ele tinha...

- Ele não tinha ciúmes de você, Lothar?

- Não... Embora tivéssemos sido criados pela mesma família, ele era o cavaleiro e eu o escudeiro. Mas nunca reclamei, agradeço a Khalmyr por ter sobrevivido e ter oportunidade de orgulhar minha família, esteja ela onde estiver. Todavia, Valahad sempre fez questão que eu desfrutasse de tudo que ele desfrutava. Lembro-me de como consegui Aruel...

- Aruel?

- Sim, um grande corcel de batalha. O maior dos cavalos de Bedivere e o mais violento. Negro como a noite. Valahad o havia domado. Contudo, como eu era maior que ele, Valahad ofereceu-me o grande animal. Disse que combinaria mais comigo do que com ele... No fundo, ele desejava que eu fosse realmente seu irmão de sangue e que tivesse direito a tudo que ele tem...

Depois de algum tempo de reflexão, Allieny, de novo, quebra o silêncio.

- E então, Lothar, o que aconteceu?

- As coisas mudaram. Ele abandonou todas as tradições para trilhar um caminho sem volta. Depois disso, tornei-me...

Neste momento, Augustus grita:

- Lothar, venha! É sua vez de morrer!! Hahaha!

- Bom Allieny, outro dia termino a história.

- Não se machuque muito, hein!

- Com uma clériga de Lena assistindo, essa não é a maior das minhas preocupações.

Seguiu, pensando sobre seu fracasso e sobre como faria para retornar a Bielefeld e retomar seu posto...

Defesa e luta.



8 comentários:

Aldenor disse...

Que triste. Mimimimimi.
Muito herói. Pena que Valahad agora trilha um caminho muuuuuito diferente. Quem sabe vcs não se encontram de novo?

Capuccino disse...

AHuAhauhaU

Quer que eu ja role a iniciativa?

Agora posso rolar, nao tenho o -1!

hehehehe ^^

Dudu disse...

ahuhuahuauhauh

PEI!

Lothar frouxo! Pega logo essa clériga!

Capuccino disse...

Q nada rapá
Pegarei ela e Illendar em homenagem a Marah!

Capuccino disse...

Faremos uma "Menage"


AHAUhAUhaUhAUhua =pp

R-E-N-A-T-O disse...

EIiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii! Ilendar é minha!

Pow, parabéns Caputo, bem escrito e bem feito. Você tem talento, continue postando aqui. =)

Capuccino disse...

Obrigado Renatin!

Marins disse...

ficou maneiro mesmo...


farei força pra ir amanha... pelo menos pra falar com a galera