domingo, 1 de março de 2009

Crônicas Artonianas #35 - Peleannor


A fraca iluminação da sala vinda de algumas velas era o suficiente para ele. Uma taça de vinho, vazia, jazia deitada sobre a enorme mesa de madeira. Ele estava sentado numa cadeira confortável, feita de madeira e veludo fino. Sua cabeça estava atirada sobre os vários pergaminhos e livros abertos e empoeirados. Quando sentiu algo em sua alma. Abriu os olhos rapidamente e ergueu-se num susto. A embriaguez ainda fazia seu efeito deixando-o um pouco anestesiado. Mas a dor das lembranças logo o atormentaram. Sentiu uma profunda tristeza que o álcool não podia anestesiar. Uma lágrima furtiva desceu em sua face élfica.

Hitsugaya Roki era um tamuraniano versado nas artes arcanas, estudava na Academia Arcana, com autorização do Daimyo e havia feito uma amizade improvável com o elfo Peleannor. Um era calado e muito disciplinado. A honra era um peso que limitava seus conceitos, pensava o elfo. Peleannor, pelo contrário, encontrava prazer nas simples e rápidas coisas da vida da vida humana. Uma forma de enterrar o passado de Lenórienn. Os dois eram amigos fazia cinco anos ea súbita perda de seu amigo despertou Peleannor para a vida. Estava enfurnado em sua torre em Fortuna fazia meses e não evoluira em nada com seus estudos.

Alguma coisa havia de ser feita. Pegou o pergaminho que contia os encantos mágicos que faziam os dois amigos se comunicarem. Havia uma ligação entre os dois, uma amizade que a magia arcana contribuia para manter viva. Agora, Histugaya Roki havia morrido e Peleannor queria saber de tudo. Fez seus experimentos, contatou aliados no Reino da Boa Sorte. Passou meses investigando, pesquisando, estudando sobre o assunto. Descobriu sobre a Sétima Lâmina de Keenn. Descobriu sobre seus aliados. Descobriu sobre seu intrincado ritual que envolvia algumas jóias, um cajado de osso e uma menina khubariana. E desconfiou.

***

- Talvez eu possa ajudar nisso.

Peleannor tinha um sorriso, no mínimo, inadequado à situação. Estava preso ao chão por uma bota pesada e sentia o frio do metal da ponta da espada sobre seu pescoço. Ele estava em algum bosque de Petrynia e havia feito contato com a Sétima Lâmina de Keenn. Soube que Iqmar Strongfeet, o halfling da guerra e Quarta Lâmina de Keenn, estava pesquisando a veracidade do ritual com magos errantes do Reino das Histórias. Peleannor imaginou que o halfling fosse aberto ao diálogo, que os instintos raciais falassem mais alto que a selvageria de sua fé. Peleannor até estava certo, mas não esperava que Iqmar estivesse com um aliado, ou melhor, um superior. A bota e a espada pertenciam à Valahad de Bedivere, a Terceira Lâmina de Keenn.

- Keenn não precisa de derrotados para nos ajudar. - Foi a resposta ríspida do bielefeldiano.

- Senhor, podemos saber se ele está mentindo. Se ele estiver de boa vontade, poderá nos ajudar mais que esses magos que intimidamos anteriormente. - Disse Iqmar. Sua postura de nada lembrava um guerreiro violento.

- Faça o milagre, então. Se ele estiver mentindo, será morto. - Valahad segurou Peleannor pelo braço e o ergueo do chão. Segurando seu outro braço o fez arquear a coluna. Sabia que, para um mago, os braços eram fundamentais para conjurar magias. Iqmar fez o milagre e sentiu a boa vontade de Peleannor pois ele sequer resistiu. Descobriu sobre sua bondade também.

- Meu senhor, ele diz a verdade. Quer nos ajudar porque possui uma boa alma e descobriu sobre antigos companheiros de um amigo morto. São os Desafiadores do Destino. A menina khubariana é irmã do guerreiro deles.- Revelou Iqmar.

- Sim, meus caros senhores. Venho aqui para prestar meus serviços a vós porque minha intuição diz que a gloriosa Sétima Lâmina de Keenn está sendo enganada. - o tom irônico de Peleannor quase desapercebido, palavras que beiravam à ofensa.

- Os Desafiadores não são problema. Em breve enfrentarão Peter Burke e não sairão vivos. Muito bem, elfo. Nos ajude. Saiba que Keenn está de olho em suas ações e basta um passo em falso para que comece a sangrar como um porco no espeto. - Sentenciou Valahad de Bedivere e os trabalhos começaram.

Os estudos avançavam bem quando Iqmar recebeu ordens de Eric Hobsbawm, a Primeira Lâmina, para viajar para Ahlen, por solicitação de Peter Burke. Aparentemente, os Desafiadores do Destino seriam derrotados em breve, mas não seriam mortos. A Ordem precisava de dinheiro e a venda como escravos era uma das melhores formas de se arrecadar dinheiro. Iqmar conhecia um mago que poderia falsificar documentos, levá-los por magia de Ahlen à Tapista. Peleannor e Valahad ficaram sozinhos por semanas, até que algo foi descoberto.

- Viu só? Minha intuição se provara conclusiva! - Disse Peleannor, suspirando de cansaço, bebendo mais vinho. Valahad estava firme, com sua armadura, com armas sobre o elfo. Era todo dever. De fato, o ritual estava errado. As jóias e o símbolo sagrado de Azgher serviriam como meios profanos para criar um receptáculo de poder. Poder necromântico. A essa altura Peleannor já sabia quem era a aliada da Sétima Lâmina de Keenn: Ilker, a medusa das trevas. Peleannor, então, deduziu que ela queria fazer uma filacteria. Queria se tornar uma lich.

- Mas e a menina? E o cajado? São inúteis, então.

- Não, meu senhor. Apesar da khubariana não ser a reencarnação daquele que vocês queriam trazer de volta, ela serviria para um ritual de sacrifício, para libertar algum demônio das profundezas do inferno que seria aliado de Ilker. O cajado, bem. Isso é história mais antiga ainda. Não tenho como saber. Talvez os Desafiadores do Destino saibam.

- Chega. É suficiente. Agora vá embora.

- Nenhuma recompensa, milorde? - Claro tom de sarcasmo.

- Ora, seu... - Valahad pôs suas mãos no enorme mangual que jazia sobre uma mesa. Peleannor deu passos para trás e conjurou sua magia. Gargalhou com entusiasmo e sumiu.

***

De volta à sua torre, em Petrynia, Peleannor percebeu que os Desafiadores não estavam completos. Soube que haviam sido vendidos como escravos para Tapista, mas faltava alguém. Um humano que havia insultado sua irmã, muito meses atrás, em Valkaria. Sorriu com satisfação. Conjurou uma magia, capturou um grifo para impressionar. Fechou sua torre e partiu para Fortuna...

O resto, é história.

3 comentários:

R-E-N-A-T-O disse...

Caraca! Keilanaaaaaaaaaaaaaaaaaa

Que merda, esse Peleanor ajuda ou atrapalha?! Não entendi!

Marins disse...

=p


ele naum precisava de um grifo...
soh de poder teleportar, jah era impossivel ganhar

=p

mas ficou bem legal

Capuccino disse...

esse tal de valahad é mt mão de vaca!!

Oo