sexta-feira, 1 de julho de 2011

Crônicas Artonianas III: Contra Arsenal #7

Capítulo 7 – Os Filhos do Fogo - conclusão

Farid, Jean-Luc, Thaedras e James eram os heróis que salvaram Bane Konane e seu filho Kuala-Lampur. Porém, os dois khubarianos eram guerreiros e não eram reles vítimas. Estavam conscientes dos acontecimentos políticos do reino e sabiam o lado que deveriam apoiar na luta. O lado certo.
No meio da viagem pelo centro da ilha principal de Khubar, James interrompeu a marcha anunciando que deveria se despedir do grupo. Indagado, ele respondeu com serenidade.
- Eu tenho um dever e um compromisso com minha missão de Deheon. Vim como chefe da guarda da Diplomacia de Valkaria e preciso avisar-lhes sobre o paradeiro do exército dos Escolhidos das Chamas. Despeço-me aqui, amigos. Encontramos-nos no campo de batalha.



Ele sorriu, cumprimentou todos e partiu para sul, numa viagem para a capital Havanah. O grupo chegou à vila de Bane e Kuala-Lampur onde se despediram. Comemoraram durante a noite, comeram frutas exóticas e beberam água de coco e prepararam seus espíritos. No dia seguinte partiram num barco. A Confraria da Aventura estava no mar e não demorou muito para chegar à ilha de Hutka, à noite.

***

Grakgran Khore girava os braços, entoava cânticos lentos que completavam o ritual. Súbito, do chão, um jato de fogo surgiu alcançando o céu. O fogo tomou forma e se tornou um humanóide. Era colossal, chamas infinitas que esquentavam muito aquela região que já era bastante quente e úmida por conta do verão.
A Confraria da Aventura tinha chegado a noite na ilha de Hutka, onde o vulcão Kurur Lianth cuspia fogo e crenças.
Andando pela extensa vegetação formada por coqueiros e palmeiras, a Confraria encontrou soldados numa torre de vigia feita de bambu. Nada que a magia de sono de Farid não os inutilizasse. Passando no meio de uma trilha, um grupo de soldados dos Escolhidos das Chamas surgiu com suas lanças. Lutaram e foram derrotados antes que pudessem chamar reforços.
Continuando sua andança, o macaquinho de Farid trouxe um coco aberto. A água brilhou e transmutou um rosto. Era o diplomata Eric Holland, de Valkaria. Ele avisou que o exército de Khubar estava de prontidão e avançando para a ilha. Chegariam no dia seguinte, ao meio dia. Pediu para que a Confraria esperasse.
- Acho que podemos averiguar mais e ver se podemos dar conta. – Era Farid.
- Podemos sim. Vamos acabar levando a guerra a eles, de qualquer maneira. – disse Thaedras.
O grupo decidiu averiguar e viu que havia muitos khubarianos armados em todos os lugares. Thaedras ouviu os cânticos de alguém e a Confraria viu surgir um gigante de fogo.
- É um elemental de fogo. Não temos chances.  – decretou Farid, desolado.

***

Dia seguinte, a Confraria acordava, escondida entre folhas largas e três árvores de palmeiras. Então, eles começaram a ver os khubarianos se moverem. Havia agora dois gigantes de fogo. Parecia que o exército de Khubar havia chegado. Os heróis avançaram para a vila de onde havia nascido os elementais de fogo e encontraram alguns soldados dos Escolhidos das Chamas vigiando alguns escravos khubarianos.
Sem pestanejar, Thaedras avançou carregando Farid e Jean-Luc juntos. A luta foi fácil e os soldados foram derrotados, libertando aquele povo. Eles chamaram o grupo para uma cabana e lá encontraram uma velha com um enorme corte na barriga. Os khubarianos usam lanças como armas, que gera ferimentos de perfuração. Mas o ferimento daquela velha era de corte.
Thaedras gastou seu último poder mágico para curá-la. Ela acordou e revelou que tinha tido uma visão.
- Eu sei o nome de vocês. E sabia que iriam me salvar. Recebi uma visão de meu deus, Benthos. E agora eu sei o que vocês devem fazer.
Ela apontou para o vulcão.
- Grakgran Khore está lá. – com um estranho sorriso de resignação.
O grupo avançou até o vulcão, buscando uma caverna. Enquanto subiam, eles puderam ver que um dos gigantes já havia desaparecido. O outro sofria ataques. Khubarianos se enfrentavam com suas lanças e muito sangue banhou a areia da praia. Havia um navio de guerra com a bandeira de Deheon. Era o apoio do continente para garantir a regência de Khulai-Hûk.

***

Thaedras encontrou a caverna escura. Caminhando pela rocha negra, a Confraria entrou munida de luz pela magia de Farid. Jean-Luc estava ansioso para enfrentar o facínora que trazia a guerra para Khubar.
Grakgran Khore recepcionou o grupo com um machado em mãos. Ele tinha pele bem mais clara que os khubarianos e possuía uma tatuagem no meio do peito. Farid identificou: era um qareen do fogo. Porém, era um guerreiro.
Com um poderosíssimo golpe, cravou sua lâmina quebrando a clavícula de Thaedras e rasgando sua carne do peito à barriga. Uma cicatriz ali seria formada para o resto da vida do elfo abençoado ou amaldiçoado por Keenn.
Farid ficou distante, disparando suas rajadas de fogo. Sabia que Grakgran Khore tinha uma grande tolerância ao fogo como ele, mas seu poder mágico era muito grande, capaz de feri-lo.
Jean-Luc teve grandes dificuldades. Apesar de não usar armaduras, o qareen tinha uma pele muito dura.
No fim, Farid deu o golpe final com seu raio ardente.
Fora da caverna, eles puderam ver que a guerra foi vencida pelo exército de Khubar, derrotando os rebeldes e os Escolhidos das Chamas. O filho do regente, líder dos rebeldes, desapareceu novamente.
O grupo reencontrou James que agradeceu a ajuda da Confraria. Disse que gostou muito de conviver com eles, mas estava pensando em seguir suas próprias viagens.

***

No navio, indo para Bielefeld, Jean-Luc, Farid e Thaedras estavam num quarto, pensando no que fazer a seguir. Quando a porta bateu. Jean-Luc atendeu e era ninguém menos que Arkam Braço-Metálico. Os dois pareciam se conhecer, Jean-Luc tinha um misto de respeito e disputa interna.
- Caros colegas da Confraria, gostaria de dar os parabéns a vocês por ajudar um país aliado a Deheon e membro do Reinado num momento tão difícil. Vocês têm as credenciais necessárias para a missão que vou pedir a vocês.
O grupo se entreolhou. Jean-Luc mostrou um sorrisinho de vitória.
- Cerca de algumas semanas um duelista, membro do Protetorado, chamado Julian Helington desapareceu nos ermos de Namalkah. A missão dele era averiguar uma fortaleza antiga que fora descoberta no sul do Reino dos Cavalos há alguns meses e catalogar tudo que encontrasse por lá. Ele chamou alguns aventureiros locais e foram para a tal fortaleza. Desde então não deram mais sinais de vida. Gostaria que vocês fossem para lá averiguar se estão vivos e, se possível, ajuda-lo em sua missão. O que acham?
- Aceitamos, é claro – disse Thaedras.
- Tá bom pra mim – disse Farid.
- O Protetorado costuma se meter em mais encrencas que podem suportar, não é? Os Mosqueteiros Imperiais estão felizes em ajudar. – sorriso sarcástico. Os Mosqueteiros e o Protetorado tinham uma relação de rivalidade para saber quem mais protegia o Imperador-Rei e o Reinado.
Com uma magia de teleporte, eles surgiram próximos a uma aldeia em Namalkah. Havia um centro urbano muito pequeno, com casebres de madeira e vastas fazendas no entorno. Um desses casebres no centro era uma taverna, pois tinha uma chaminé que soltava uma fumaça. Na taverna, a surpresa:
Um minotauro.
Magnus Leocadius bebia e comia solitário, pensando em seus próximos passos. Ouviu rumores de um aventureiro que buscava um grupo para uma missão, mas aparentemente chegara tarde para ser recrutado.
A Confraria da Aventura estava nos ermos de Namalkah. Um clima ameno se comparado com o calor infernal de Khubar. A civilização caminhava de mãos dadas ao meio rústico e calmo daquela região do Reinado. Um aventureiro naquele lugar poderia ajudar o grupo naquela empreitada.
- Posso me juntar a vocês?
Simples, um sinal de Valkaria (segundo Jean-Luc), o acaso trouxe mais um integrante. O grupo voltava a ser formado por quatro e partiram pelo descampado verdejante de Namalkah.

***

O chão agora era arenoso, terra batida. A poeira voava com facilidade. A Confraria da Aventura encontrou dois enormes rochedos que pareciam ser bem antigos. Ao passarem pelos rochedos, eles viram o primeiro sinal de terreno irregular. O chão descia e a fortaleza de pedra polida jazia no meio do que parecia ser um buraco.
Antes que pudessem se aproximar de seu destino, dos rochedos saíram quatro criaturas humanóides feitas de pedra. Farid anunciou que eram elementais da terra. Thaedras e Magnus começaram a usar martelos pois acreditavam que as lâminas das espadas não surtiriam efeitos nas criaturas.
Porém Jean-Luc provou que não fazia diferença. O objetivo era golpear com força e Jean-Luc destruiu um deles. Magnus largou seu martelo e pegou sua espada táurica. A lâmina era quase do tamanho de Thaedras, um elfo de grande altura. Percorrendo o arco, destruiu no meio uma criatura. Thaedras derrubou um outro e Farid terminou com o último.
À frente deles, a fortaleza recheada de mistérios.

2 comentários:

R-E-N-A-T-O disse...

Gostei do jogo. Pena tantos faltantes. Mas em breve todos voltam.

Aldenor disse...

Os faltantes poderiam me quebrar as pernas. Mas ainda bem que eu soube solucionar a parada com mínimo de coisas forçadas hehehe