segunda-feira, 18 de julho de 2011

Crônicas Artonianas II: A Tempestade Rubra #13

Trebuck

Iliar, Hector, William e Lâmina Rubra sentiram o umbigo puxar para dentro, típica sensação do teleporte que receberam. William tinha o pergaminho da volta, assim que eles terminassem a missão, o pedido de ajuda de Emyr.
O clima era abafado, chuvoso e nebuloso. À frente, do descampado desolado, um castelo formoso, de pedra, com aspecto de muito antigo. Depois de se anunciarem aos guardas, andaram pela ponte para dentro do pátio do castelo. Um cavalariço veio ter com eles. Era afetado e com maquiagem branca, já borrada pela chuva. Eles foram levados, então, para dentro do castelo.



Aidav Howe era um homem alto, ombros largos. Tinha por volta de quarenta anos e bigodes fartos, à moda do antigo rei-imperador. Ele tinha expressão dura, mas cordial. Recebeu a Brigada Escarlate em seu salão comunal com uma enorme mesa farta de comida.
- Onde está Emyr? – então, Hector faz a derradeira pergunta.
- O clérigo de Khalmyr, amigo de vocês, está desaparecido. Ele veio aqui com Lia, sua esposa, que já me ajudava em minha cruzada. Porém, num derradeiro confronto, ele despencou num penhasco e desapareceu.
A Brigada se entreolhou preocupada. E também desconcertada para o fato de Emyr ter uma esposa. William e Hector muito desconfiados.
- E que cruzada é essa? – Iliar perguntou.
- Primeiro, gostaria de saber mais sobre vocês.
Hector deu algumas informações. Pareceu satisfazer o barão.
- Minha família é bastante antiga em Trebuck e, desde que a Tormenta nos desgraçou, temos nos dedicado a destruir os corrompidos. E, em tempos recentes, descobrimos uma ordem de clérigos corrompidos que se infiltram em diversos cleros do Panteão. Primeiro somente em Trebuck. Mas Lia, clériga de Valkaria, veio de Deheon com informação de que havia clérigos infiltrados por lá e outros reinos.
- E onde está essa Lia? Por que não se juntou a nós? – disse William, desconfiado.
- Ela disse que não queria vir por agora. Não consigo entender todas as atitudes dela...
Mas Lia apareceu em seguida. Explicou que eles enfrentaram Felibar Blacklance, um antigo clérigo do Panteão que se corrompeu. E nessa batalha, Emyr caiu do penhasco, próximo às Montanhas Sanguinárias. Disse que usou de todos os recursos que tinha para buscar Emyr. Mas não conseguiu encontrá-lo. Novamente, Hector e William não se convenceram. E decidiram que era melhor ir até o penhasco onde Emyr havia desaparecido.
- Eu vi um grupo de mercenários de Felibar Blacklance numa direção a leste. Se seguirmos ele, tenho certeza que encontraremos Emyr.
Ainda desconfiados, a Brigada Escarlate partiu.

***

Andando por um descampado formado por pradarias e um relevo bastante acidentado e irregular, a Brigada Escarlate e Lia chegaram próximos a uma cadeia montanhosa. Ali começava as Montanhas Sanguinárias onde, segundo Hector, habitava uma quantidade infindável de monstros, o lar de Megalokk. William já havia sentido a terra e as montanhas, percebendo que muitas criaturas moravam nos subterrâneos.
Sem muita direção, já que Lia não tinha mais pistas alguma, eles acabaram emboscados por orcs, depois de várias horas sem encontrar uma única viva alma. A batalha foi relativamente fácil. Apesar do azar de William que quase perdeu a vida num golpe de sorte de um orc, Lia em combate sofrível, resignou-se a curar e ser protegida por Lâmina Rubra. Iliar e Hector devastaram os inimigos.
Depois disso, a noite começou a cair e eles acharam por bem encontrar uma caverna para se abrigarem dos perigos que poderiam ser mais evidentes. Depois de estarem devidamente abrigados, William notou com estranheza a escassez de monstros errantes.
No dia seguinte eles continuaram sua caminhada pelas montanhas e encontraram uma enorme caverna – onde o orc que eles haviam capturado com vida apontara. Adentrado, o grupo viu um complexo de túneis rudimentar com uma passagem para um lençol freático e um corredor que descia montanha adentro. Foi aí que a Brigada fora emboscada.
Cinco orcs apareceram e não foram um desafio. Porém, na descida, encontraram uma sala retangular com o piso ladrilhado. Na parede oposta a entrada, um símbolo enorme, como uma mandala, com os símbolos do Panteão. Mas no centro, um símbolo da Tormenta. Era de Aharadak. Então, súbito, a Brigada Escarlate foi emboscada por cerca de dezesseis orcs que tinham o traço da corrupção lefeu como olhos de inseto, casca viscosa e outros traços diversos. Eles surgiram por uma poderosa mágica de invocação.
O combate foi violento e bastante difícil. Um dos orcs era um xamã de Megalokk corrompido, mas ele foi morto rapidamente por Hector imbuído com o poder de Tanna-Toh representando o Panteão contra a Tormenta.
William e sua pantera se encurralaram próximos de Iliar e lutaram por suas vidas. Lâmina Rubra e Lia se ajudavam. A clériga curava enquanto Lâmina derrubava quem se aproximava. Hector estava próximo dando cobertura.
À queda do décimo quinto corpo, a mandala da Tormenta brilhou e invocou mais um adversário. Dessa vez, um Uktril. Um lefeu de verdade. Pela primeira vez o grupo se deparou com tal aberração alienígena. Havia uma pinça no lugar de uma de suas mãos de um corpo pretensamente humanóide. Sua pele, se é que se pode se chamar disso, era viscoso e não era totalmente sólido. Sua aparência era suficiente para arruinar a sanidade de qualquer um. Lia, inclusive, cedeu à loucura.
Menos a Brigada Escarlate. Todos já estavam calejados com o enfrentamento da Tormenta. Lutaram com afinco e, no final, com a espada curta de Lâmina Rubra, a criatura foi destruída.

***

Não demorou muito para destruírem a mandala maculada pela Tormenta. Encontraram um túnel ali. Agachados, se arrastaram até uma sala onde encontraram uma mesa muito velha. Em uma gaveta, um amuleto. William tomou para si, pensativo. E decidiu por em si mesmo. Não sentiu nada de estranho.
Num compartimento secreto, Iliar encontrou uma espada com lâmina avermelhada. Segundo Hector, era uma espada longa de aço rubi. Um incrível tesouro feito por anões em suas secretas forjas do subterrâneo. O jovem gladiador decidiu dar à Lâmina, pois parecia combinar mais com seu estilo e roupa. Hector ergueu uma sobrancelha. Desde quando Iliar se preocupava com roupas e estilos?
O grupo estava novamente sem rumo. Decidiram ficar naquela caverna para recuperar as energias para o dia seguinte. E nada como uma noite depois da outra. Lia acordou já melhor da insanidade temporária que sofrera. Foi dado a ela a ideia de fazer uma nova Adivinhação para procurar por Emyr. Ela disse que já havia tentado na última vez e não tinha conseguido.
Mas ela deu de ombros e disse que tentaria de novo. Com cem tibares de ouro sacrificados, ela fez um ritual. Abriu os olhos e viu uma seta imaginária. Ela sorriu, pois provavelmente o milagre estava funcionando. Por que Valkaria não a ajudou anteriormente? Será que ela não estava pronta para seguir Emyr anteriormente e agora, com um grupo de aventureiros, ela estava pronta?
O grupo a seguiu por quase um dia inteiro.

***

Depois de deixar o terreno montanhoso das Montanhas Sanguinárias, eles caminharam por uma região mais verdejante, bem longe das estradas. Encontraram um declive onde um riacho límpido passava. Lia sempre correndo à frente, parecia bem decidida. O grupo ia logo atrás. No começo da tarde, eles chegaram a um bosque, para a felicidade de William.
A noite caiu, mas eles continuaram bravos e resistiram ao cansaço.
O dia amanheceu lentamente trazendo a umidade fazendo todos suarem bicas. Trebuck era uma região muito quente e úmida. Assim, eles encontraram mais um declive e, dessa vez, uma região com vários campos de plantação e criação de animais com cercas e casebres espaços. Foram até um desses casebres e descobriram que nas proximidades a plantação estava pisoteada e não havia animais por perto. A casa, inclusive, estava chamuscada.
Ao entrarem, se depararam com uma menina de uns quinze invernos que gritou pelo susto de ver vários homens armados. Ela parecia estar mentalmente instável. Contou que sua família havia ouvido um clérigo e se transformaram em monstros. Naquele momento ela odiava todos os clérigos e suas divindades. Hector se ofendeu um pouco e disse que nem todos estavam corrompidos. Lia entendeu a dor da menina e colocou sua mão sobre seu ombro.
Hector então, se aproximou dela e disse que a Brigada Escarlate iria vingar sua família.
O grupo seguiu pela estrada que era bem feita, de terra batida, cercada por cercas e plantações. Lia então, percebeu onde estavam.
- Aqui são os campos de Barucandor, onde vários fazendeiros vivem. Aqui eles tentavam viver normalmente, mesmo tendo o horror da Tormenta a oeste.
Aquilo soou de alguma forma bastante cruel. A Tormenta chegara àquele lugar.
William à frente, se guiava por pegadas de muitos passos e por isso eles encontraram uma encruzilhada e um casebre na esquina. Hector imediatamente detectou a presença maligna vinda de lá.
- São cinco. Todos têm o mesmo nível de poder que nós.
Lia bateu sua maça estrela na mão.
- O que estamos esperando?
Iliar se identificou na hora.
O grupo invadiu a casa e viu criaturas horríveis. Assim que Hector as viu, gritou que eram mortos-vivos. Eram cadáveres com barrigas inchadas, semi-transparente, onde podia se ver uma massa asquerosa e agitada de vermes. Seus corpos também eram cheios de pústulas, cada uma abrigando um verme.
A luta não foi tão complicada, porém Hector e Lâmina se infectaram violentamente. Segundo o estudo do paladino de Tanna-Toh, eles tinham um dia para se curarem. Todos saíram da casa e conversaram com Lia, pois ela podia curá-los, mas somente no dia seguinte, quando orasse à Valkaria. Iliar entrou na casa, sozinho, para averiguar.
Um verme saltou de um dos corpos dos infectos e grudou em sua mão. Sem conseguir resistir, ele também foi infectado.

CONTINUA...

2 comentários:

Aldenor disse...

Pelo menos no dia do meu aniversário vcs podiam comentar no meu post HUAUHAHUAHUAHUA

Lucas disse...

Acabei de ler agora.

Apesar do início um pouco truncado e dos tradicionais erros de português que tanto me chamam a atenção gostei do post no geral.
Houve algumas confusões quanto à ordem dos acontecimentos invertendo alguns passos do grupo e claro há omissões/confusões de atitudes tomadas pelos personagens, mas isso não comprometeu o entendimento do contexto e progressão da anventura.

Que continue por bastante tempo!

Parabéns novamente!