segunda-feira, 20 de junho de 2011

Crônicas Artonianas II: A Tempestade Rubra #11

Crônicas Artonianas II: A Tempestade Rubra #11

O Coração de Allihanna – Parte 3 Conclusão

Adhurraraim era um homem velho, corcunda e barba branca fina. Sua cabeça era coberta por rugas que a idade trouxera. Mas sua característica mais importante era a ausência de língua. Adhurraraim era incapaz de falar.
Por isso, quando a Brigada Escarlate tentou falar com ele, foi difícil chegar a um entendimento. Porém, antes que o velho homem e os heróis pudessem se entender, as estátuas de seu jardim ganharam vida.



A batalha difícil contra aquelas estátuas teve duas fases: primeiro, o grupo achou que Adhurraraim as estava comandando. Mas, mesmo ameaçando sua vida, as estátuas não pararam. Não havia medo que não fosse pela força bruta. E assim, a Brigada Escarlate mostrou-se efetiva.

***

- Isso é um símbolo élfico. Chamem Hector.
Depois de derrotar as estátuas, Adhurraraim chorou por elas. E depois, resolveu comunicar-se com os aventureiros. Mostrou-lhes o diário que muito interessou a Willian. Hector demonstrou estranho desinteresse ao livro, somente o símbolo élfico lhe chamava atenção. Segundo seus estudos sobre ordens élficas antigas, ele conseguiu entender que aquele símbolo era muito antigo.
No diário, Willian descobriu que o velho era um ranger daquele lugar e havia descrito suas experiências. Cruzando as informações da mente de Hector com o diário que Willian lia, eles descobriram uma fortaleza élfica antiga, de uma ordem milenar de rangers élficos a qual Adhurraraim pertencia, mesmo sendo humano. Com as coordenadas escritas, eles já tinham direção.
Dentro da cabana, Andrew encontrou uma gota de sangue vindo debaixo da cama do velho. Avisando a todos, eles acabaram investigando e descobrindo que sua bisneta estava morta e enterrada lá. Ela havia sido morta por servos de Megalokk, há poucas horas.
Achando os hábitos do velho excêntricos, o grupo partiu.

***

Iliar vagava pela floresta, enquanto seus amigos discutiam planos. Ele não podia ficar parado. Súbito, o brilho de uma fada chamou sua atenção. Ela, curiosa e matreira, entregou-lhe uma semente, sem maiores explicações.
- Tudo bem... – guardou.

***

Dois dias de viagem foram necessários para alcançar a fortaleza, numa região quase pantanosa, cercada por um charco bem fundo. Depois de contornar e encontrar um lugar para atravessar o charco, eles se aproximaram em definitivo de seu objetivo. O Coração de Allihanna estaria lá?
A resposta para isso começou a tender para a positiva, pois aranhas monstruosas surgiram como defensoras do lugar. Crias servas de Megalokk, tudo indicava que o artefato de sua deusa-irmã estava lá.
A luta foi feroz. A pantera de Willian morreu numa terrível mordida do animal monstruoso. Willian entregou-se a fúria e o combate terminou num instante depois. Iliar e Willian acabaram se envenenando. Antes que Emyr pudesse derramar as bênçãos de Khalmyr para extrair o veneno de seus companheiros, a batalha se seguiu.
Dentro da fortaleza de madeira tollon, bárbaros que falavam numa língua muito antiga os convocavam para a guerra. Ao lado deles, uma nagah druida de Megalokk. Hector olhou para eles e sua mente começou a funcionar quase que sem controle.
Os bárbaros eram da tribo dos Arborícolas, praticamente dizimados com a colonização, séculos atrás. A nagah possuía símbolos intrincados, que significavam seu nome: Tephanis.
Relgor, o líder dos bárbaros insultou, os chamou para o combate dentro da fortaleza. Porém, o grupo era experiente demais para cair nessa desvantagem. Emyr comandou com o poder de Khalmyr e Relgor avançou para fora, deixando todos os bárbaros confusos. Uma vez lá, ele recebeu muitos golpes de Hector, Iliar, Willian e Andrew. Morreu rapidamente.
Do lado de dentro, tentando evitar a permanência deles do lado de fora, Tephanis conjurou muitas magias. Tentou causar medo em Iliar, mas este debochou. Sua vontade era pétrea. Então, plantas e galhos com espinhos surgiram do chão e enroscaram os heróis, dificultando sua mobilidade. Vendo que eles não viriam, Tephanis ordenou a destruição do Coração de Allihanna.
O artefato da deusa da natureza estava ali próximo, escondido num chão falso. Três bárbaros pularam sobre ele e desferiram golpes. Um outro ficou na frente dos heróis. Forçados a entrar, a Brigada Escarlate caiu no combate corporal dentro da fortaleza. Porém, sem a ajuda de Relgor, eles tiveram uma batalha menos difícil.
Andrew se esgueirou jogando-se no perigo, desviando das lâminas dos machados selvagem prostrou-se sobre o artefato, protegendo-o. Iliar e Willian avançaram sobre os outros bárbaros e Hector avançou sobre a druida de Megalokk.
Tephanis recebeu uma martelada poderosa de Tanna-Toh, a martelada da civilização sobre a selvageria sem sentido e percebeu que teria que se dedicar a combater aquele guerreiro sagrado.
Emyr sabia que o Coração de Allihanna estava ferido. Tinha que fazer alguma coisa e lançou sobre todos os aliados sua energia positiva. Deu forma de cura a vontade de Khalmyr. E o Coração se curou. Nesse momento, Tephanis riu.
E um basilisco surgiu invocado. Ele era um lagarto cumprido, escamas esverdeadas e espinhos nas costas até a cabeça. Seu olhar, para o horror de todos, petrificava.
A druida de Megalokk morreu pelas marteladas de Hector, os bárbaros caíram um a um e alguns se tornaram pedra. O combate com o basilisco foi difícil igual.
Andrew era o único que conseguia se manter intacto, sem se petrificar, pois tinha em mãos o artefato que lhe curava os ferimentos e evitava a habilidade do basilisco. Iliar, Hector, Emyr e Willian sofreram com constantes petrificações e curas devido aos malabarismos de Andrew. Ao fim, o basilisco morreu.

***

O retorno aos Jardins de Adhurraraim foi tranqüilo e todos foram curados tendo o Coração de Allihanna em posse. Curaram a língua do velho ranger e ele revelou seu verdadeiro nome: Balthus. Adhurraraim era um apelido que ganhara por que parecia com o som que ele emitia quando tentava falar sem a língua...
Com o artefato também ressuscitaram sua bisneta. Então, eles se surpreenderam com o tamanho do poder daquele Coração. Emyr segurou uma lágrima. Era o maior dos milagres divinos.
Balthus e sua bisneta agradeceram ao grupo e Willian acabou ganhando seu diário. Ele seria copiado e deixado na Biblioteca das Duas Deusas. Então, a Brigada Escarlate partiu e chegou à Trodarr, a cidade dos anões em Tollon. Iliar recebeu uma arma como recompensa e explicações foram dadas. Os druidas de Allihanna não eram os responsáveis pela perda da qualidade da madeira tollon, mas sim os druidas de Megalokk. O Coração de Allihanna fora omitido. Pelo menos, por enquanto.
A chegada à Valkaria foi comemorada por todos como uma chegada em casa (talvez com exceção de Willian que fez um ritual para reencontrar a alma de sua pantera em outra).
O comerciante Phalzir Kalick ficou muito satisfeito com a vitória do grupo e lhes pagou com escudos de madeira tollon. Curiosamente, ele ficou mais feliz em lhes recompensar com itens muito mais caros que os tibares de ouro oferecidos no lugar anteriormente.
Andrew tentou se aproximar romanticamente de Scarlett Kalick, mas a cultura tolloniana foi o obstáculo. Sendo muito protegidas – ou mesma mantida cárceres de seus lares – elas só tinham permissão de ter um romance com um homem para casar. Andrew resignou-se a imaginar como seria.
O grupo passou uma semana em Valkaria melhorando seus equipamentos, comprando outras coisas, trabalhando em seus deveres. Iliar, que nem ao menos ficou para receber seu escudo, já havia desaparecido. Melhor para Andrew e Willian que tiveram um financiamento inesperado para seus planos...

3 comentários:

Lucas disse...

Bom post.
Agora falta a parte 2 sobre as aventuras menores do grupo, que resultaram naquele estranho re-encontro, he he he!

Só não gostei da omissão da selvageria do Willian quando ele tentou arrancar o coração do bárbaro no meio do combate.

Espero a continuação.

Aldenor disse...

ARGH!
E isso eu achei maneiro. Acho que a burocratização está me fazendo esquecer essas partes.

Ian Freze disse...

Bom post, um bom resumo para uma sessao com varios acontecimentos...
Vou agora para o proximo post =D