domingo, 26 de abril de 2009

Aurora Carmesim - Prólogos, parte 7


Ano 632
O continente de Lamnor, berço da civilização, florescera em seus 632 anos de habitação e colonização. O barbarismo das tribos humanóides fora praticamente exterminado, a não ser pela ameaça constante dos goblinóides e outros "monstros" menores. No fim, todos os “colonos” foram bem-sucedidos em semear a terra, com feitos e tecnologia, sangue e fogo.

A crescente onda de violência se estendia por todos os reinos até então constituídos. Não uma guerra aberta, um conflito armado percebido por todos. Assassínio, mortes estúpidas, templos lotados queimados com fiéis dentro, seqüestros, torturas. O clima de agressividade velada não combinava em nada com tudo que fora conquistado até agora. Uma guerra santa instaurara-se, antes mesmo de seu conceito ser pensado por alguém.
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De seu trono, no centro da sua recém-construída fortaleza, o senhor da guerra planejava sua jogada. Teria de esquecer o conflito eterno entre goblinóides e elfos, mesmo com a satisfação pessoal que ele trazia. Agora era diferente. Os atos em Arton não beneficiavam seu aspecto em nada. Nenhuma guerra aberta, nenhum conflito armado, nenhuma violência declarada. Apenas traições, mortes, assassinatos, crueldades e atrocidades.

- O maldito deve estar adorando isso, deve sentir sua merda de poder crescer a cada dia. E a ironia é pensar que eu forcei a mudança daquele filho de uma cadela em direção ao que ele representa hoje. Mesmo um deus menor, ele deve farejar a oportunidade como um chacal. A morte o alimenta.

Levantando-se ele se adianta até uma grande mesa de pedra no centro do aposento. Sobre ela, um mapa de Arton detalhado e completíssimo. Posicionados em diversas posições, figuras de tropas, de máquinas de guerra, de navios e cavalarias. Uma inspeção minuciosa revelaria os movimentos autônomos e a semelhança com suas contrapartes reais. Ao norte do vasto continente, outras figuras dominavam o mapa. Tribos, animais, hordas. A guerra tinha muitos devotos e as crias de Kallyadranoch testavam sua fé. Convocaria uma nova reunião divina, tinha um plano traçado e seria sangrento, sujo, violento e o mais importante, rápido. Mas antes precisava cuidar dos seus no norte de Arton, dos que estavam longe das “civilizações”. Convocaria o batalhão.

Com um pensamento uma figura impressionante materializou-se na frente da divindade. Maior, mais forte e por incrível que pareça, mais ameaçador que seu deus. Mardoc era seu nome e guerrear fora seu propósito desde que Arton era jovem. Fora implacável e irrefreável em sua vida tribal ganhando passaporte direto para o reino de Keenn após tombar. Aprendera o modo de batalhar dos civilizados adequando-o à sua brutalidade bárbara. Era hoje o melhor que havia no reino.

- Sim, meu deus. Às suas ordens. – reverbera a figura ameaçadora, dobrando um dos joelhos. Fora vencido por Keenn em pessoa no último torneio e seu respeito pelo deus crescera enormemente desde então.

- Seu povo está sendo massacrado Mardoc. As tribos estão sendo literalmente devoradas pelos dragões e não tenho tempo de forjar os heróis para contê-los. Três deuses filhos da puta declararam guerra a todos os outros e o terreno em que essa merda será decidida é Arton. Você e seus irmãos são o melhor que disponho aqui pra mandar contra os lagartos. Vou mandá-los de volta. Será difícil como o inferno, mas se conseguir destruí-los prometo que seu sangue fluirá pelo povo que eu escolherei como meu. Seus descendentes formarão a nação de Keenn.

- Será um prazer meu deus, voltar a Arton depois de tanto tempo. Não sei o tamanho da merda, mas garanto que enviarei todos os lagartos filhos da puta a Werra, pra sofrerem em suas mãos pelo resto da eternidade. E depois festejaremos como nunca, povoando Arton com o povo mais feroz que existiu.

Levantando-se, a fúria lampejava nos olhos do homem. Uma besta de guerra. Dura, cruel, implacável e irrefreável. O júbilo que antevinha seu retorno era jovem em seu peito, mas o sorriso já denunciava seu prazer. Havia 300 anos que não pisava em Arton. Era uma lenda entre os seus e isso era uma certeza. Mas retornar em tempos de dificuldade para massacrar tudo que ameaçava seu povo garantiria uma marca na história que duraria pra sempre. Destruiria tudo que se movesse em prol de seu povo e seu deus. O tal deus dos lagartos iria sangrar.

- Quais são suas ordens meu deus, antes de partir?

- Reúna o Batalhão do Martelo. A ordem é matar. Ataquem à vontade. Você é meu arauto e minha palavra. Cace e destrua.

Em Arton, sacerdotes reuniam 50 relíquias de heróis do passado no círculo sagrado. Nenhum tinha consciência do que trariam a Arton. Nenhum estava no controle. Todos eram Keenn.
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Quando se sentaram à mesa, 4 meses haviam se passado desde a última reunião. Pacientemente, Khalmyr ouviu relatos e mais relatos. Ataques por toda Arton, incursões aos planos dos outros deuses, morte e destruição. Sozinhos não conseguiram progressos significativos. Os seguidores dos três eram engenhosos em seus métodos, a cada dia mais poderosos e mais ambiciosos. Um de seus maiores feitos fora invadir o plano de Lena e matar milhares de criaturas, se aproveitando da indecisão da deusa. Antes que ela tomasse a decisão de intervir, eles se foram da mesma maneira que chegaram. Isso se repetiu nos planos de Marah, Tanna-Toh e Lin-Wu.
Os poderes dos três reunidos era grande demais, admitiu para si um Khalmyr abatido. Sua força estava em agir em conjunto, como um, enquanto o panteão se dispersava como abelhas, cada um cuidando de sua colméia. Desconfiava que apenas Keenn tivesse tido algum sucesso, dado o sorriso maléfico em seu rosto. O que quer que fosse decidido ali sabia que seria difícil de engolir, mas era necessário como ele mesmo havia dito a algum tempo atrás. Praticaria a humildade que pregava, era um líder e sabia quando recuar e ceder.

- Eu convoquei e como imaginam, venho a vocês com um plano. É temporário, já adianto, mas nos dará a chance de vencer de uma vez esses malditos. Uma jogada pelo prêmio todo. Uma única vez.

E contou seu plano, que veio a ser apenas um esboço do verdadeiro curso de ação. Todos opinaram, todos debateram, todos acrescentaram. Juntos.
Arton iria tremer, se salvar ou cair de uma vez.
Era guerra.

14 comentários:

Aldenor disse...

Maneiro... esperando!

*Keenn, Khalmyr.

Aldenor disse...

Maneiro... esperando!

*Keenn, Khalmyr.

Capuccino disse...

Elerê!
Quando sai o próximo??

S i n n e r disse...

Pronto Aldie, corrigido (e você bem que poderia logar e fazê-lo pra mim né?).
Espero que todos estejam gostando da série (que espero finalizar antes de desembarcar) e estou aberto a discussões, sugestões e dúvidas, como sempre.
A falta de comentários sempre me sugere uma total falta de interesse pelo que escrevo, estranho mas eu comumente penso assim.
De qualquer jeito, a idéia primária seria chamar essa força de elite (que tomara que apareça em outros episódios e/ou seja inserida de vez no nosso universo) de Hammer Battalion (mesmo que fique mais "bonito"em inglês, iria contra a idéia do texto e do mundo, 100% tupiniquim), porém desisti durante o curso da escrita.
Torço pra que continue sendo útil e/ou divertido.
Abraços e adièau.

S i n n e r disse...

PS.: A idéia de Mardoc se deu devido o curso de colonização artoniana se dar de sul para norte. Com isso as uivantes e demais regiões seriam ainda bárbaras em essência. Com níveis de guerreiro e bárbaro ele merece ser temido, pois também seria um PdM épico. E sim, o cara da imagem é Skarin, de Vikings.

Capuccino disse...

Fla ae ^^

Bom, agora que to respirando mais, pude pensar e posso opinar melhor aqui.
Daniel, achei mt bom essa ideia do Batalhão do martelo e que Mardoc seria um PdM epico.
Pq?
Em se tratando do cenário tormenta, a unica coisa a se confrontar seria a própria tormenta, em níveis épicos. O que, num rpg a longo prazo, pode ser massante.
Uma opiniao leiga, devo dizer.
Acredito ser interessante, em que pese a existência deste batalhão, a criação de novos grupos como este, como se cada Deus tivesse uma força deste tipo, residente em seu próprio plano.
Ou, nao que cada Deus tenha uma força dessas, mas que existisse grupos assim.
As sanguinárias pode ser um bom "spot", assim como as uivantes e a grande savana. Além das outras áreas entre o deserto da perdição e tapista. Lugares, creio eu, ainda nao explorados.

R-E-N-A-T-O disse...

Tais exércitos podem existir sim facilmente para a maioria dos deuses, principalmente os deuses guerreiros. Oceano, tem os seus monstros marinhos, Khalmyr a ordem da Luz, Thyatis tem o exército de Triumphus, Allihanna tem Galrasia, Valkaria tem todos os aventureiros, e por aí vai, acho mt simples criar tais grupos, que possam ser reunidos somente qd os deuses precisam.
Aprovo as mudanças feitas, ficaram boas sim. Estou gostando do foco, apesar que acho que Keenn está agindo muito mais que os outros deuses. Percebo os motivos, mas há de convir que há deuses inteligentíssimos na batalha que não perderiam essa oportunidade. Mas no geral acho que está muito bom e já tenho minha ficha pronta. Só falta a conclusao do histórico mesmo.
Abraços a todos.

Aldenor disse...

Ficha pronta é mero detalhe... o problema é o histórico mermo. Tô aqui na UFF respondendo quando deveria estar lendo algumas xeroxez... hehehe
Eu aprovo a idéia, é claro. Tormenta é um mundo muito aberto a qualquer coisa.

Aldenor disse...

Ficha pronta é mero detalhe... o problema é o histórico mermo. Tô aqui na UFF respondendo quando deveria estar lendo algumas xeroxez... hehehe
Eu aprovo a idéia, é claro. Tormenta é um mundo muito aberto a qualquer coisa.

S i n n e r disse...

Olla a todos.
Bem, agradeço as manifestações. Isso ajuda a continuar escrevendo ^^
Bem, quanto ao quesito do enfoque em Keenn, isso aconteceu por conta do que eu queria exprimir durante a narrativa. Tanto a transformação de Ragnar (tornando-se o deus da morte e travando a infinita guerra) e sua inimizade com Gloriénn, a guerra contra os três, tudo tem um enfoque belicoso que aponta pra ele. Porém, como já fiz antes, outros deuses voltarão a ganhar espaço uma vez que a guerra dos três foi o último conflito divino declarado abertamente antes do ataque à tormenta.
Ainda vou narrar a participação dos outros deuses no decorrer da guerra e minha narrativa que era prevista pra 10 capítulos vai infelizmente se estender. O número ainda me é um mistério. Acontece.
Após a narrativa da guerra e punição, acredito que as coisas correrão mais rápido, porém tenho que acrescentar alguns elementos durante meu passeio pelos livros do Caldela que alavancarão o nosso Epic.
E quanto ao Batalhão do Martelo de Keenn, é plausível e até esperado que todos os deuses (a não ser os totalmente pacíficos como Lena e Marah) possuam campeões em seus reinos e meios de levá-los a Arton, caso seja essencial.
Por isso, é de se esperar que hajam mais intromissões dessa natureza no decorrer da narrativa (já que a história do mundo nada cita nunca) além das repercussões dessa primeira intervenção na história.
Abraços e adièau.

PS.: À noite, mais um capítulo de Aurora Carmesim. É guerra.

R-E-N-A-T-O disse...

Fazer ficha talvez seja o de menos pra vc que tem o Livro do Jogador decorado e faz fichas em 10 segundos. Eu que demoro pra fazer um level 1, terminar um 21 é um ato heróico... gastei todos os meus pontos de ação pra concluir.

Capuccino disse...

Bom, a pergunta que nao quer calar...

Dá pra jogar sem terminar os prologos? ^^

Abraços!

Marins disse...

Desculpa o sumiço mas ta bem bizarro as coisas por aqui...

Concordo com o que a galera tem falado que:
1) to gostando,

2) to sentindo falta dos outros deuses (mas é bem normal o foco em Keenn, alem de tudo é o foco que o mestre quer dar),

3) concordo que existam deuses muito mais inteligentes que poderiam estar fazendo a diferença, *como Tildror e Margareth (deusa mnor da filha-da-puta-não vai-ter-pensão) - tá to zuando...*

4) Ficha pronta, só quando Daniel chegar... tenho prova até a data em questão.

5) Não acho que deva se prender a 10. Faça quantos forem necessários para ambientar seu jogo. E acho que Tormenta é bom por isso, como tem pontas ultra soltas, você pode dar o rumo que quiser, ao contrario de FR, que tudo esta pronto e teriamos que ler tudo, ou quase tudo para se fazer um épico.

That's all folks..

Marins disse...

alias saudades de vocês...

Wolvi na quinta as 19:30!

Quem vem?