sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Crônicas Artonianas #21 - O Samurai e o Centauro


Ao longo da planície que surgiu à frente das Montanhas de Teldiskan, Agouro, o centauro, corria com o cavalo de pedra, todo branco. Compenetrado, Agouro às vezes se permitia imaginar como seria encontrar o assassino de seu pai, o tal Kurumada Sano. Pensou na luta que teria e, se o derrotasse, estaria vingado? Qual seria o sentido depois?

Antes que seus pensamentos o aflingissem, sua visão aguçada captou movimentos rápidos tentando se esconder atrás de uma formação rochosa de pedra, quase uma colina. Com um grito "baeshra" o cavalo branco parou de andar e ficou imóvel, tornando-se uma perfeita estátua. Agouro sacou seu arco e preparou uma flecha. Orou por Allihanna e gritou novamente:

- Não adianta se esconder. Eu já te vi. Quem quer que seja, saia daí e mostre-se!

De trás dessa formação rochosa, um homem apareceu. Talvez o homem mais estranho desde Kuala-Lampur que Agouro vira. Porém, havia uma semelhança com aquele quem caçava. A começar por sua pele amarela. Possuia olhos rasgados, com a íris muito azulada. Seus cabelos longos preso num coque que encurtava o rabo-de-cavalo, era prateado. Suas roupas eram pesadas por conta do inverno, azul da cor dos olhos. Sua armadura acizentada possuia um desenho de um dragão no peito, com a cor gelo. Nas costas, uma espada longa. Na cintura uma espada curta.

- Não estou escondido, centauro. Ousa acusar um samurai de covarde? - sua voz apresentava um leve grau de sotaque quadrado. Sua expressão era indecifrável.

- Não quero saber. Você é realmente muito estranho. E tem a cara do desgraçado que estou caçando... - Agouro era preciso em suas palavras. Não fazia questão de pensar muito sobre quem era seu adversário quão logo identificava algum.

- Sou Hitsugaya Hachi, taicho do gotei 13 e mestre da espada do gelo. - Sacando sua katana das costas, uma espada longa, fina e com uma curvatura estranha à Agouro. - e você, quem é?

- Meu nome é uma flecha na sua bunda. - Agouro atirou sua flecha. Histugaya Hachi saltou para frente, antecipando a flecha. Correu na direção do centauro e desferiu um golpe em arco. A lâmina atingiu o couro rígido, porém macio de Agouro. O sangue saiu pouco. Ignorando a dor, Agouro ergue-se nas patas traseiras e desferiu dois golpes de marreta no peito do samurai. Ele capotou três a quatro metros para trás, rangeu de dor.

- Eu sou Agouro e estou caçando Kurumada Sano com meu cavalo. Diga-me onde ele está?! - Agouro sacou suas duas espadas. Uma longa e outra curta. Nesse momento, percebeu que o samurai não sacou sua outra arma. Seria uma arma secreta apesar do tamanho?

No exato momento que o nome Kurumada Sano foi proferido, Hitsugaya Hachi arregalou seus olhos. Levantou-se e ergueu sua mão.

- Espere, bárbaro... Eu fui avisado que encontraria com o carrasco de Kurumada Sano. Também estou caçando este homem desonrado. - Histugaya sentia alguma coisa quebrada dentro de si. - Soube que ele fora corrompido pela Tormenta e minha família recebeu a missão de matá-lo. Meu irmão mais velho acompanhou um grupo de aventureiros na pista deste homem. Você fazia parte dele?

- Não. Mas encontrei este grupo há uns dias nas Montanhas de Teldiskan. Mas eles mudaram o seu caminho. Têm outros assuntos. Eu quero Kurumada Sano e este cavalo de pedra vai me levar até ele.

- E meu irmão? Está com eles? Ele tem os cabelos púrpuras...

- Não vi ninguém de pele amarela ou olhos pequenos. Mas Ilendar me disse que havia um mago com eles que morreu há umas semanas.

Hitsugaya Hachi abaixou a cabeça. As palavras de Agouro eram graves e pesadas demais. Sentiu seus joelhos fracos e sedeu-os ao chão. Deu dois murros na terra. Gritou e levantou-se. Olhos mareados. Com um esfregão de sua manga, limpou-se. Olhou para o centauro.

- Me leve até Kurumada Sano. Gostaria de matar este... "desgraçado". Minha vida não terá sentido se não matá-lo.

- Mas e depois de matá-lo? O que vai fazer?

- Seppuku.

- O que é isso?

- Vou dar fim à minha vida neste mundo e me juntarei aos meus ancestrais. Mas não farei isso antes de dar sequência à minha linhagem.

- Hm. Vai se matar. Mas não antes de fornicar. Parece uma boa idéia.

Agouro sorriu.

Histugaya Hachi não entendeu, mas deu de ombros.

Ambos seguiram o cavalo branco pelas planícies. Agouro dizia que estavam indo para o norte, perto de uma terra que todos chamavam de Zakharov.

4 comentários:

R-E-N-A-T-O disse...

Bom conto. Samurais são chatos.

Aldenor disse...

Samurais são legais.
Já são 6 personagens que to em duvida de usar no teu jogo. AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHA

R-E-N-A-T-O disse...

Meu jogo não existe ainda.

Aldenor disse...

Existirá ano que vem, já com as mudanças do terceiro romance. AHAHHAHA