quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Crônicas Artonianas #18 - A Chegada


O elfo de armadura pesada ajeitou seu cabelo curto, cortado sem nenhuma preocupação de afinidades com a cultura élfica. Gestos rápidos e mãos ágeis, já havia observado seus equipamentos mais de duas vezes. Quarionnäilo era clérigo de Keenn, o deus da guerra e possuía um pupilo a quem ensinava a guerra de Glórienn através da objetividade de Keenn. Queria que ele fosse mais um membro oficial da Ordem. Maedhros sentia que o vazio de sua existência não estavam nas flores da felicidade com sua esposa. Talvez estivesse no caminho que Quarionnäilo havia mostrado: a guerra. Por enquanto, isso era a resposta.

- Maedhros, esta será sua derradeira missão. Se conseguir me entregar esta magnífica... - exitante - joia élfica, conseguirá ser o Sétima Lâmina de Keenn. Ela está nas mãos de um porco humano chamado Gilban. Fico satisfeito que a nova vaga seja almejada por alguém de nossa raça superior, ao invés daquele humano incompetente e superticioso.

Quarionnäilo estava com sua mochila nas costas. Maedhros o observa com calma. Será que queria mesmo entrar para a Ordem? Keenn era a solução? Por enquanto, era.

Viajou para Gorendill, onde clérigo de Keenn havia lhe dito que estava a estrela-rubi, a jóia élfica. Encontrou beleza na busca por uma jóia élfica, aspecto de de sua deusa, através dos caminhos de Keenn. Porém, era inverno e talvez sua falta de experiência como aventureiro houvessem nublado o senso lógico do guerreiro de Lenórienn. Com grandes dificuldades de viajar, chegou a passar fome em algumas oportunidades. Não conseguia abrigos nas noites mais frias, quando a neve impedia uma visão melhor. Acostumado a terrenos florestais, as planícies geladas do inverno de Deheon quase o mataram. E a pouca incidência florestal era como uma madrasta para ele. Maedhros encontrou, depois de quase doze dias de viagem, um grupo de mais de dez gnolls. As feras risonhas já eram conhecidas por assaltar viajantes incaltos e inexperientes como Maedhros para lhes aliviar de ouro e comida. Maedhros deu todo seu dinheiro e fora poupado. Ficou com raiva, sentiu seu orgulho ferido. Pensou em vender seu arco para conseguir dinheiro. Sobretudo, ele precisava estar vivo para conseguir realizar sua missão. Dois dias seguintes, avistou Gorendill. Sorriu de alívio.

***

Noutro lugar, tempos atrás.

As folhas secas ocupavam as varandas do casebre numa pequena vila. Um homem estava sentado com joelhos dobrados, observando uma enorme árvore que perdia suas folhas neste outono. Apesar de muitos invernos vividos, não perdia seu vigor físico. Talvez herdando um pouco deste invejável físico, seu filho o observava. Havia mais de uma semana que seu pai Thyrus Lyr'nur, observava esta árvore. Thyran Lyr'nur, seu filho, havia perdido a conta de quantas vezes seu pai ensinava que a árvore estava alí desde sua juventude. Então, Thyrus olhou para seu filho e disse, quebrando sua meditação de uma semana:

- Meu filho, há meses eu esperava ansioso por este dia. Num misto de ansiedade e temor, aguardei o dia em que você estivesse pronto para conhecer a verdade do conto de meu estimado amigo Alan Wands de Deheon. Nele, conhecerá sobre minha arqui-inimiga Ilker, uma medusa feiticeira que é tão maligna quanto nosso rei Schkar. Estás pronto para aprender e começar seu desenvolvimento, filho. Desenvolvimento este que o levará ser o homem mais poderoso de nossa família. Faça bons feitos, meu filho, seja justo, seja nobre. Agora apronte-se e vá.

Thyran demonstrou surpresa com as palavras de seu pai, mas no fundo, sabia que seria algo desse tipo que seu enigmático pai falaria. Sabia que seu poder estava crescente e um dia chegaria sua hora de partir. Apesar dos ensinamentos rígidos e disciplinadores, Thyran vivia na vila como um garoto comum. Namorou, teve amigos, já se meteu em algumas confusões. Era um jovem comum, opositor do governo tirânico de Schkar, o dragão-rei vermelho.

Ajeitou suas coisas. Estava feliz porque conheceria o mundo, tão fantástico e povoado por magia. Estava feliz que não seria mais obrigado às tarefas disciplinadoras de seu pai, apesar de que sabia que sentiria saudade de suas broncas diárias, quando demorava em acordar cedo. Ganharia Arton, a partir de agora.

Sob orientação de seu pai, viajou do extremo norte. Foi para Trebuck em algumas semanas, passando pelo extremo leste do reino que era assolado pela Tormenta. Chegou a Sambúrdia e passou muito pouco em cidades. Conheceu a vastidão florestal da Floresta de Grenaria. A certa altura, viajou com comerciantes. Era fácil arrumar emprego como escoltador, ainda mais sendo um feiticeiro. Cruzou, de leste a oeste, O Celeiro de Arton. Entrou, oficialmente nas terras de Nova Ghondriann, mas as poucas aldeias nessa pequena faixa de terra do reino, as pessoas se sentiam samburs (nativos de Sambúrdia). Evitou passar pela perigosa União Púrpura, formada por diversas tribos bárbaras complexas demais para o resto do Reinado. Porém, por alí, ficou sabendo que um criminoso que havia sido corrompido pela Tormenta, Crânio Negro, estava reunindo um pequeno exército pela região. Isso poderia ser perigoso, mas arrancou sorrisos do jovem Thyran. Não estava feliz com a notícia, mas contente por conhecer mais sobre o mundo.

Chegando em Salistick, ficou inconformado com a falta de fé nos deuses. Não cultuar nenhum por imposição era normal para ele, uma vez que Schkar fazia isso, mas não confiar em deus nenhum? E Wynna, a deusa da magia, que é a responsável, por exemplo, de seus poderes? Contornou a divisa entre a União Púrpura e Yuden, evitando sempre os vilarejos. Havia recebido orientação de que o reino de Yuden era intolerante com estrangeiros e não-humanos. Como era estrangeiro e não tinha certeza se era humano mesmo, dado à sua hereditariedade, decidiu evitar aldéias.

Enfim, depois de quase três meses, avistou Valkaria, A Cidade Imperial. Nunca havia visto uma cidade tão grande. Nem quando fora à Ghallistryx, capital de Schkarshantallas.

Conheceu Gilban, o comerciante e Radammyr, seu guerreiro escoltador. Eles iam para Gorendill e os poderes mágicos de Thyran encheram os olhos do comerciante. Viajaram.

A exemplo de qualquer aventureiro que viaja no inverno em Deheon, foram emboscados por gnolls. Famitos, eram seis, no total. Thyran havia aprendido a língua dos gnolls. Seu velho pai havia dito que era importante. Ele já planejava que o filho fosse para Deheon. Aqueles meses aprendendo essa língua horrenda servirão, finalmente. Thyran tentou negociar e entregou seu ouro, o ouro que receberia como pagamento pela escolta, para os gnolls. Radammyr, com sua espada no ombro, olhou para ele com deboche. Gilban, o comerciante soltou um arremedo de riso. Thyran ficou insatisfeito. Sentiu-se bobo, inexperiente. Usou sua magia e disparou uma rajada de fogo pela boca, um de seus poderes por conta de sua hereditariedade dracônica. Os gnolls não foram derrotados e ficaram furiosos com o que eles consideraram traição. Um combate aconteceria, se Thyran não tivesse sido derrubado no primeiro golpe de lança...

Acordou sabe-se lá quanto tempo depois, com um buraco infeccionado na barriga. Não havia ninguém. Nem carroça, nem guerreiro brutamontes, nem comerciante suíno. Ao lado, uma pilha de corpos de gnolls, mortos e queimados. Não havia sequer comida com seus pertences. O cajado de sua família, feito de um osso do dragão ancestral fundador da família, sua arma, sua lanterna e sequer sua bolsa de componentes mágicos, vital para sua conjuração arcana, exeto para seu jato de fogo. Não tinha nada de valioso. Irritado, pensou em mil maneiras de criar magias para amaldiçoar seus ex-contratantes.

Ouviu uma cantoria, de repente. Preparado, pensou em disparar mais uma baforada. Um halfling surgiu em sua visão. Estava com um bandolim, cantava feliz. Nem a visão do morimbundo Thyran o surpreendeu. Se apresentou como Egídio. Era um bardo e viajava para Gorendill. Haveria um festival de inverno famoso e convidou o irritado Thyran. Sabendo que Alan Wands é um bardo e estaria em Gorendill, achou que o veria neste Festival. Porém, Egídio não o conhecia, mas conhecia Alexis Wands. Talvez um parente. Com a dúvida, ambos seguiram seu caminho. Egídio fora bastante solícito e ajudou a encontrar abrigo quando a nevasca era forte ou quando Thyran sentia muita fome.

***

Ao final de alguns dias, avistaram Gorendill. E uma figura, no mínimo, exótica. Um elfo armadurado, com espada, arco. Cabelos ruivos cheios de flocos de neve. Egídio foi logo puxando assunto. Maedhros observou as duas figuras e decidiu que não eram hostis. Nem ao menos armas possuíam. Livrou esse pensamento tipicamente de Keenn e lembrou que poderia haver perigo mesmo desarmado. Mas Thyran era muito calado e recusou-se a falar sobre o que fazia alí. Maedhros decidiu os acompanhar, instigado por Egídio, para não se perder na cidade. Disse que tinha assuntos pendentes, mas não falaria quais. Apenas disse que procurava um homem chamado Gilban.

Bastou este nome ser mencionado para Thyran ficar estático. Seus olhos brilhavam e sua garganta estava seca por vingança. Thyran resolveu ser mais sociável e contou sobre o ocorrido. Sobre seu contrato com o comerciante Gilban e sobre sua "má fé" em deixá-lo para morrer no meio do nada. Se não fosse por Egídio... Ambos decidiram agir juntos. Egídio demonstrava ser um pouco incômodo com sua energia festiva, quando os dois aventureiros estavam compenetrados em assuntos delicados que decidiriam sua vida para sempre.

Ambos foram conduzidos por Egídio pela cidade, sem maiores problemas, com destaque apenas pela abordagem da estranha milícia da cidade, vestindo armaduras amarelas e roupas verdes. Foram até o Conservatório de Twilight, onde o halfling bardo ficaria hospedado. Indicou alguns lugares onde poderiam passar a noite e sobre locais interessantes para aventureiros, como a taverna de Biggorn, o minotauro. Maedhros pensou precisar de dinheiro. Olhou seu arco com um leve pesar e decidiu manter o plano de vendê-lo. Thyran fora junto, antes mesmo de deixar suas coisas numa estalagem. O grupo viu várias pessoas como eles, como se estivessem chegando agora na cidade. Muitos viajantes de muitos lugares do Reinado vieram para o Festival de Inverno de Gorendill. Este ano, inclusive, diziam que Luigi Sortudo se apresentaria. Nesta noite, as pessoas estavam agitadas. Dos moradores, alguns montavam suas barracas para vender suas tranqueiras ou comidas típicas como as famosas frutas exóticas de Gorendill. Outros moradores apenas vagavam aproveitando as festividades para demonstrar felicidade. Muitos forasteiros lotavam as estalagens e as tavernas, trazendo sua diversidade e brilho para a grande noite.

***

Kuala-Lampur, Tildror, Ilendar e Peter chegaram finalmente na cidade. Foram abordados pela milícia que gostaria de saber o que carregavam e quais os assuntos dos aventureiros alí. Ilendar, por ser moradora de Valkaria, sabia que este comportamento era um pouco anormal. Decidiu arriscar-se a perguntar. O miliciano demonstrou aspereza e disse que não eram assuntos de forasteiros. Porém, Ilendar é uma clériga de Azgher e sua igreja é bastante respeitada pelo reino. O miliciano disse que nestas épocas festivas, os ladrões aproveitavam para comercializar o achbuld, a droga vermelha. Tildror começou a maquinar alguns planos. Peter ficou muito curioso com a cidade. Kuala-Lampur queria passar logo e rumarem para um ferreiro para reconstruir sua lança khubariana, sua maior arma.

Passaram na Estalagem Kaylua - nome de uma das frutas exóticas da cidade. Kuala e Ilendar insistiram a Peter para os acompanhar até o ferreiro para arrumar uma arma própria para ele. Kuala sentia que era o momento de ensinar a Peter combater como um homem, torná-lo guerreiro responsável. Ensinaria a filosofia por de trás do combate justo, para que não se tornasse um mero assassino. Ilendar pensava que fazia um bom trabalho ensinando os dogmas de Azgher sobre a vigilância. Tildror acabou por ser o responsável por pagar a estalagem e ver as acomodações. Ele não gostava nem um pouco dessas atribuições. Pensava, irônico, que queria manipulá-los, mas acabou sendo manipulado. Mas não pensava em demonstrar insatisfação. Deveria manter as aparências. Feito isso, Tildror estava livre e só na cidade. Sorriu um pouco e manteve a discrição. Não queria ser visto por aí. Seu capuz proporcionava sombras que serviriam além de ocultar sua deformidade. Tinha muitos assuntos para articular pela noite...

12 comentários:

Capuccino disse...

Vivendo e aprendendo...


Primeiro kobolds... agora Gnolls... =pp

Ne marins?

R-E-N-A-T-O disse...

Perder pra Gnolls é normal. u.u'

Aldenor disse...

Cuidado com os hobgoblins! AHAHAHAHAH

R-E-N-A-T-O disse...

Kd o resto???

Marins disse...

eh vero cade?

Aldenor disse...

Estarei em Teresópolis dia 12.
Só dia 17 mermo...

R-E-N-A-T-O disse...

KD O RESTOOOOOOO???

Aldenor disse...

Só completarei se alguém postar no "Backgrounds"
HUNF!

R-E-N-A-T-O disse...

É um tópico podre, que vc criou sem consultar ninguém pra saber se gostávamos. Hunf

Aldenor disse...

Consultei sim. Você inclusive. E tu achou legal a idéia.

Aldenor disse...

Consultei sim. Você inclusive. E tu achou legal a idéia.

Capuccino disse...

Respondendo:


Nem ouse por hobgoblins! pelo menos espere preu ter mais lvl e esculacha o bixim ^^