quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Diário de Aldred C. Maedoc III - Parte 10

Morag 7, Luvitas, 1410 CE.

Neste dia, caro leitor, conheci mais uma lenda de Arton. Na época, ele não era muito conhecido fora do “mundo dos aventureiros”, pois não era convidado a bailes, não recebia presentes de reis e sequer era amado pelo povo do Reinado. Muito menos do Império.
Acredito que ele preferia tal discrição na época.
Dias antes, como contei nas páginas anteriores, conhecemos o elfo Castiel e o orc Gulsh. E eles acabaram nos levando para o encontro de tal lenda. Claro que Gulsh apenas estava ali, era um “companheiro” improvável de Castiel. O destino fizera com que ambos fossem feito prisioneiros por ninguém menos que a Aliança Negra. E assim, eles forjaram uma aliança bastante intrigante. Castiel não demonstrava nojo nem arrogância perante a presença de Gulsh e o orc também não era um monstro ensandecido. Era bruto e rude, mas nada muito diferente de uma pessoa comum.
Castiel fora convidado por um elfo em especial para uma missão importante e começou sua viagem até Tyrondir para encontrá-lo. Acabou capturado e feito escravo por hobgoblins. O Reino da Fronteira não é apenas conhecido por fazer divisa com o continente Lamnor. É conhecido, principalmente, por sua guerra contra a Aliança Negra. Nada menos que a união de todas as raças goblinóides, mais orcs, mais ogros e ocasionais trogloditas em prol de um único objetivo: destruir o mundo das outras raças, sob a marca de Thwor Ironfist, o escolhido de Ragnar, o deus da morte.

Gulsh é uma incógnita e se manteve assim por muito tempo. Não sei de onde veio, por que virou aventureiro ao invés de mais um vilão morto por aventureiros. O fato é que ele era diferente. Tinha algum senso de grupo e sabia, ao seu jeito, ficar na sua, calado e observando. E como era alto! Tinha quase três metros, vestia uma armadura composta por tiras horizontais de metal, pesada e resistente. Lembrava-me as armaduras dos legionários minotauros. Mas o mais impressionante sobre ele era seu machado. Duas lâminas afiadíssimas e anormalmente grandes. E ele manuseava com grande precisão. Gulsh, à primeira vista, era um guerreiro, treinado em artes militares, e se portava como tal. Mas no combate...
Depois de decidirmos dormir à beira da floresta próxima (e não na cidade, como erroneamente escrevi anteriormente), descansamos bastante. Nosso líder decidiu como faríamos os turnos e a decisão pouco foi contestada. Eu e Harel faríamos o terceiro turno juntos. Alguém com facilidade de enxergar na pouca luminosidade e alguém que não tivesse tal capacidade. Nada demais ocorrera nesta noite.
Os dias seguintes foram de viagem sem muita emoção. Decidimos andar pelas planícies e evitar a floresta próxima, para a insatisfação de Elinia. Drake decidiu que era melhor seguir assim, pois demoraríamos a metade do tempo que perderíamos na floresta, ainda que tivéssemos menos chances de encontrar caça e mais chance de sermos encontrados por tropas da Aliança Negra. Os malditos, aparentemente, marchavam por aquele território.
Soube ali que estava numa região de disputa territorial, uma fronteira com vasta possibilidade de guerra.
Durante uma tarde de caminhada, encontramos um batalhão marchando. No horizonte, a imagem deles manchava a bela paisagem descampada, com as poucas nuvens naqueles dias curtos de inverno. Certamente eram monstros da Aliança Negra. Conseguimos divisar bandeiras e humanoides enormes como ogros. Provavelmente ERA um ogro.
Depois desse dia, a caça começou a ficar escassa. Mesmo assim, eu não pude reclamar, pois sempre havia comida, graças ao estoico comportamento de Drake, que ficou muitos dias sem comer. Acredito que outros também não comeram, para poupar alimentos e dividi-los com quem mais sentia falta. Eu não nego, comi todos os dias, pois não gostava da ideia de passar algum tempo sem comer. Não era acostumado a tais privações.
Mas ao final do quarto dia de viagem, tudo mudou. E para pior. À noite, um turno antes do meu, fomos emboscados por wargs. Esses bichos eram lobos gigantes, quadrúpedes musculosos e de pele grossa, esparsamente coberta por tufos de pelos castanhos, negros ou cinzas. Tinham um rosto largo, focinho achatado, olhos amarelos e mandíbulas grossas. Tinham quase dois metros de comprimento e um metro de altura. Ou seja, feras terríveis.
Fui acordado com o grito de Castiel. No susto, vi um desses wargs sobre mim e só tive tempo de segurar a bainha da katana e puxa-la para perto de mim. Levei uma grande mordida na perna e pensei que a perderia em instantes. Tive tempo de sacar minha arma e golpear o focinho da criatura e consegui afastá-la temporariamente, sem tê-la ferido propriamente.
Vi que os demais começavam o combate aos poucos e logo todos estavam engajados. Comecei a ouvir um assovio, vindo de Castiel. Ele estava usando uma de suas habilidades mentais de bardo. Depois de conseguir controlar a dor na minha perna que sangrava, ouvi Drake dizer para usarmos os flancos para lutar. Era um pouco difícil, considerando que estávamos cercados e Gulsh deu voz ao meu pensamento. Mas eu sabia que podia contornar isso.
Antes, levei mais uma mordida, dessa vez, no braço. Vi a enorme mandíbula do warg se aproximando da minha cabeça e tive que jogar meu braço esquerdo na frente. A dor de ter a carne perfurada por aqueles dentes foi suportável, entretanto. Conseguindo tirar meu braço de dentro de sua bocarra sem perder muito sangue, rolei no chão. Peguei impulso jogando minhas pernas e puxando meu corpo para o alto. De pé, rapidamente me joguei sobre o warg. Com a mão esquerda, me apoiei em seu rosto largo, joguei o corpo para cima dando uma cambalhota por cima dele e fui parar do lado oposto. Girando o corpo, peguei a katana com as duas mãos e desferi um corte limpo, diagonal, que cortou profundo sua carne. Vi o sangue escorrer em profusão, como um jato.
O combate ia bem, caminhando para seu controle. Vi um warg caindo, afetado pela magia de sono de Patrick, outro escorregando pela magia de Nathaniel. Outros com flechas oportunamente cravadas por Harel. Elinia e sua loba Layca lutavam em conjunto, dando grande trabalho aos monstros. Gulsh e seu enorme machado matavam à vontade. Blasco parecia dançar debaixo de um warg que chegou até mesmo se morder ao tentar mordê-lo. Vi também Victor lutar sozinho por um tempo até receber ajuda de Gulsh. Castiel fazia um inimigo ficar paralisado com uma expressão de idiota. Depois que foi atacado, o lobo gigante voltou ao normal para lutar. Então, o elfo bardo começou a nos curar. E como curava bem!
Nathaniel era um excelente clérigo de Wynna e havia, recentemente, dominado as artes arcanas também. Ou seja, era um mago e um clérigo. Por ter se dividido nos estudos, entre o mundo divino e o arcano, ele não era lá um “às da cura”. Ou seja, sem querer criticá-lo muito, ele não se concentrava muito nas magias ou milagres divinos de cura. Acho que até mesmo Elinia, a druida, possuía os mesmos dons de cura que ele. Mas Castiel era diferente. Sua melodia agradável derramava luzes brilhantes sobre nossos corpos, dando fim magicamente aos nossos ferimentos. Em poucos segundos eu estava em perfeito estado, exceto pela manga e pela parte da calça da perna rasgada pelas mordidas do warg.
O combate terminou como começou, sem mais nem menos.
Decidimos viajar imediatamente em marcha forçada, pois descobrimos, graças ao conhecimento do viajado Castiel, que wargs eram uma espécie de batedores do exército da Aliança Negra. Ou seja, sim, aqueles bichos eram inteligentes. Segundo o elfo, eles podiam até mesmo aprender a falar o idioma valkar!
- Essa foi por pouco. – Disse Blasco a Drake. Claramente se referindo ao episódio em que nosso paladino de Thyatis perdeu seus poderes por matar um ser inteligente. De fato, somente o seu primeiro golpe fora letal. Aparentemente, ele percebeu a inteligência das criaturas durante o combate, dado à sua movimentação lógica e racional. A partir daí, apenas danos não letais foram provocados, visando partes não vitais dos wargs.
Depois de avançar a madrugada, decidimos parar. Mas eu e Harel estávamos exaustos pela caminhada forçada. Suávamos bastante, apesar do frio da noite, sentíamos nossas canelas arderem. Não havia condições para fazermos o turno de guarda, que nos fora escolhido. Acabamos dormindo. Como o único ainda com algum equipamento de aventureiro (com exceção de Castiel e Gulsh, que não perderam nada em Sckharshantallas), pude dormir no saco de dormir. Durante essa jornada, sempre me lembrei de agradecer ao soldado que fora morto para me dar esses recursos e também aos deuses por me deixar pular no lago com a mochila nas costas para fugir das chamas de Sckhar que devastaram toda a floresta.
No final do dia seguinte, andando ainda bastante abatido pela marcha forçada da madrugada, avistamos a cidade. Estávamos rumando para essa direção com este intuito. Castiel iria encontrar seu contato na Vila Questor, aquele elfo que lhe daria uma missão importante. Devido a sonhos e a vários indícios explicados por Trames, o deus das escolhas, nosso destino implicava em chegar a este local e, aparentemente, a ajudar Castiel a encontrar seu contato. Provavelmente iriamos ajudá-lo também em qualquer que fosse sua missão. Fiquei com grande ansiedade na expectativa, nos primeiros dias. Depois fiquei apenas lamentando o fato de viajar em condições precárias.
Mas a simples visão da Vila Questor renovou meus ânimos. Senti um borbulhar no estômago, típica sensação de ansiedade. Perguntei, ironicamente, se podia correr até a cidade. Drake, sempre sério, disse que não e explicou que sempre haveria bandidos próximos e eu estaria sozinho, seria apenas um frente a eles.
- Dois. – Disse Victor com um sorriso para me auxiliar.
- Três. Eu também correria para lá. – Disse Blasco.
Nós três tínhamos estreitado muito nossos laços ultimamente. Sempre escolhíamos alguns momentos desses dias para uma conversa fiada, fazer brincadeiras e zombarias.
No final do dia, chegamos à Vila Questor. Um lugar com casas de alvenaria simples, cercado por muros não muito impressionantes. No mais, possuía apenas duas torres de vigia e três tavernas. Aliás, a primeira coisa a se perguntar a um transeunte foi aonde haveria uma taverna.
O Tridente do Mar era um lugar simples, mas bastante largo. Como éramos dez pessoas, com certeza chamávamos MUITA atenção. O lado bom era que o fato de Gulsh ser um orc não ficou tão em evidência. Havia dois elfos, um halfling e um lefou. Ser um orc era estranho, mas o grupo todo tinha suas estranhezas exóticas, então acabou que o lobo de Elinia chamou até mais atenção.
Providenciamos um grande banquete onde pudemos comer à vontade. E também bebemos. Ah, como bebemos. Logo que começava a ficar bêbado, Drake me pediu para manter minha katana na bainha. Quase fiquei ofendido, mas me lembrei de que ele tinha os motivos certos para ficar preocupado. Garanti que nada faria com elas. Queria beber e me divertir apenas.
Castiel começou a tocar sua ocarina perto ao balcão, numa espécie de palco. O lugar ficou mais animado com a chegada de mais gente ao recinto. Blasco também começou a ficar mais solto, subindo nas mesas para dançar. Eu comecei a procurar mulheres para os motivos óbvios, mas não encontrei nenhuma. Aliás, não havia muitos jovens ali.
- Onde estão os jovens dessa cidade? Como é que as pessoas se conhecem aqui? – Perguntei alto, já sentindo os meus membros dormentes.
Vi Gulsh bêbado, mas ainda assim na mesma postura de ficar na sua. Ele arriscou implicar com Blasco, que começou a desviar dele. Então, eu peguei minhas armas (além da katana, eu ainda carregava a espada do soldado de Sckharshantallas, uma espada curta meio velha e uma lança) e entreguei à Drake.
- Muito sábio de sua parte. – Ele disse, enquanto as pegava com cuidado.
Fui brigar com Gulsh, mas acabei brincando com ele e ambos acabamos conversando um pouco.
- Como é que você, de alvo preferido de aventureiros, virou um aventureiro? – Perguntei entre os soluços.
- Nenhum conseguiu me matar, então eu virei um aventureiro. – Ele teria respondido se não me falha a memória.
- Que engraçado. Por que decidiu sair por aí como um guerreiro?
- Eu sou o chefe da minha tribo. Não sou um plebeu.
Aquela resposta foi extremamente surpreendente pra mim. Ele tinha noção do que era a plebe e a nobreza. Achei por bem continuar a zombaria.
- Estou diante de um rei! O rei da tribo! O rei dos orcs! – Peguei Blasco pelo cangote e o ergui do chão. – Olha, Blasco. Somos companheiros de um rei! Vossa Alteza!
Curvei-me e fiz Blasco se curvar também.
Depois disso, há um borrão na minha mente. O próximo momento é estar sentado ao lado de Elinia. Ela, com sua eterna cara fechada, me ouvia.
- Elinia, vou te confessar meus sentimentos. Quando te conheci, eu estava meio atraído por você. Mas isso passou, pois você é muito fria e fechada. Espero que possamos ainda ser amigos. E que não guarde mágoas de mim. – Eu me confessei, sem um mínimo de vergonha. O dia seguinte foi de ressaca moral, com certeza. Quieta, ela ainda continuou a ouvir.
- Eu tentei salvar Dorks. – A lembrança do troglodita me provocou lágrimas. – Juro que tentei, mas era impossível vencer um deus.
- Cara, toma isso aqui. Vá esquecer isso. – Apareceu Victor com um caneco de cerveja. Eu saí atordoado pelas lembranças horríveis da morte de Dorks. Sckhar, o Rei dos Dragões Vermelhos, era meu inimigo número um no momento. Kally era o inimigo final desta campanha onde os deuses nos escolheram para cumprir. Mas Sckhar era meu inimigo pessoal. Um dia ele ouviria falar de mim.
Reforçando meu juramento e juntando a coragem que tinha, decidi que era hora de aliviar. O lugar estava muito chato, de repente. Perguntei onde haveria outra taverna para diversão. Indicaram-me o prostíbulo não muito longe dali, na região portuária. Ao ouvir a palavra, Gulsh apenas se aproximou de mim, sorrateiramente.
- Vamos. Vamos. Vamos. Vamos. Vamos. Vamos. – repetiu insistentemente, como um mantra.
- Drake, cuide de minhas armas. E de meu ouro. Eu e Gulsh... – olhei para Blasco e Victor. – e os dois aqui, vamos visitar a casa das moças. Voltaremos amanhã, ao amanhecer.
- Só tomem cuidado.
Drake disse, recebendo meu saco de moedas. Levei dois tibares de ouro para pagar as moças. Gulsh pegou um punhado com sua enorme mão para levar e deixou o resto com Drake também, além de seu enorme machado. Percebi ali que o orc era bastante rico. Blasco deixou suas armas também com Drake. Victor deu de ombros, sem armas para levar.
O prostíbulo era razoável. Dois andares, um cheiro mais pesado com incensos fortes. Havia muita bebida também. Ao pisar no assoalho de madeira, já me lembrei das casas de diversões lá na Baixa Vila de Lena. Era o típico local boêmio, mas de alguma forma mais compacto. Menos gente, menos confusão. Mas havia mulheres bonitas. Sorri para uma delas, pensando em me aproximar imediatamente, quando vi Gulsh atirar um sem número de moedas de ouro pelo lugar.
- Quero tudo do bom e do melhor. – Resignou-se a dizer. E, certamente, foi o que tivemos.
Bebidas, fumo, até mesmo pó para inalarmos e nos mantermos ligados a noite toda. Foram horas de luxúria desenfreada, exaurindo nossos corpos, mas sem sentir graças ao efeito do pó branco. Lembro-me de ter deitado pelo menos com três mulheres. Às vezes ouvia os gritos daquelas que entravam no quarto de Gulsh. Tive pouco tempo para lamentar por elas.
No dia seguinte, eu já estava totalmente sóbrio. Era uma característica minha. Cortava meu estado alcoólico com apenas algumas horas de sono. Fui ao quarto de cada um deles para acordá-los. O sol já havia nascido há pouco tempo. Não queria que continuássemos a dormir naquele lugar. Caminhamos pela Vila Questor, mas para ser bem sincero, não reparei em nada digno de nota na cidade. Era bem roceira, tal como era Ridembarr.
Chegamos ao Tridente do Mar vendo Drake e Castiel saindo. Iriam comprar equipamentos para o grupo. Blasco pediu armadura, roupas e uma arma boa para lutar com as duas mãos em punho. Eu apenas desejei uma boa compra a todos e fui dormir. Peguei minhas armas debaixo da cama, certifiquei-me que a katana ainda estava li e deitei sobre uma cama. Uma CAMA! Depois de muito tempo, voltava a dormir em uma cama. Mesmo que tivesse várias penas rudes que me espetavam durante o sono, dormi tranquilamente. Até o final da tarde.
Acordei antes que todos os festeiros e fui sair para comprar roupas também. Eu vestia um traje de soldado de Sckharshantallas e que já estava sujo e rasgado. Vagando pela cidade, perguntando às pessoas, consegui um costureiro “mais ousado” no lugar. Um elfo de aparência diferente, com cabelos metade loiros, metade negros. Pedi uma camiseta de linho na cor vermelha com detalhes e botões negros. Pedi calças brancas, botas novas e um sobretudo negro. Não era a mesma qualidade de roupa que eu tinha quando saí de Valkaria, mas dava para o gasto. Eu era eu de novo. Cabelo e barba aparada, voltei à taverna para encontrar os outros.
Drake vestia uma armadura de batalha completa, com peitoral, ombreiras, braçadeiras, cintura e pernas de metal. Era um perfeito paladino das histórias. Todos ganharam mochilas com saco de dormir, provisões, cordas e outros apetrechos úteis para viagem. Era chegara a hora de encontrar o elfo, o contato de Castiel.
Na região portuária, na praia, mais especificamente, fomos encontrá-lo.
Era nada menos que Morion, o elfo que começava a Vingança Élfica. Eu havia lido algo do tipo na Gazeta do Reinado. Ele estava convocando os elfos para começar uma vingança, a retomada de Lenórienn. Pelo que pude ler, poucos elfos apareceram para o encontro na Vila Élfica, em Valkaria. Mas todos que apareceram eram aventureiros. Deve ter sido este chamado que Castiel respondeu. Teria chegado antes, se não fosse emboscado por hobgoblins no caminho. Mas por isso também que ele nos encontrou.
- Não esperava tantas pessoas, mas fico feliz que possam compartilhar da causa. – Disse Morion, depois de se apresentar.
Trocamos olhares que convergiram para Drake. Seria este mesmo o propósito dos deuses? Seria, é claro. Havia algum indício que um rubi da virtude, nossa verdadeira caça, estava em Lamnor.
- A missão que peço a vocês só poderá ser revelada em detalhes quando a viagem terminar. Gostaria de levá-los comigo amanhã, através do mar, até Lamnor. Temos uma base, um acampamento onde montamos uma resistência e precisamos conquistar mais territórios por lá. – Disse Morion. Em sua armadura completa, conseguimos ver o símbolo de Keenn, o deus da guerra. Certamente, este era um elfo diferente do que eu era acostumado a ver em Valkaria.
Nós acabamos aceitando a missão. Eu mesmo não tinha nenhuma objeção, por mim tanto fazia. Para mim, Drake decidia essas coisas. Eu me considerava um empregado do grupo. Iria aonde todos fossem. Minhas batalhas recentes me fizeram querer aperfeiçoar ainda mais minhas técnicas de luta e eu estava no caminho certo para desenvolver meus poderes ocultos.
Depois disso, falamos abertamente sobre nossa missão sagrada para Castiel e Gulsh. Foi quando contamos sobre Sckhar e sobre Allihanna, em nome dos deuses bondosos, ter nos escolhido para caçar os rubis da virtude e combater os planos nefastos de Kallyadranoch.

Era o sétimo dia de Luvitas e eu lembrei que faria vinte e quatro anos em Lamnor.

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