quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Crônicas Artonianas #13 - A batalha da traição


Kuala-Lampur e Tildror arrastavam Ilendar pelos corredores escuros e sujos da antiga mina anã. Ela havia sucumbido perante os ferimentos e pelo veneno de uma víbora gigante que aguardava ansiosamente por carne fresca. Mika e o escudeiro Peter aguardavam na antecâmara, frente à entrada da mina anã. Estavam inquietos e o medo lhes era constante. Porém este era o melhor lugar para se aguardar os bravos aventureiros enviados por Valkaria. Ou assim, o jovem e ingênuo Peter pensava. Sua irmã, apesar de bastante grata à Ilendar por curá-la por magia e por meios que daria inveja a um médico de Sallistick, estava desconfiada. Havia sentido algo estranho em Tildror.

Kuala-Lampur deixou Ilendar - recém descoberta como mulher - aos cuidados de Mika e Peter. Disse-lhes para prepararem algum tipo de curativo para evitar maiores sangramentos, pois ele e Tildror voltariam para acabar de vez com Bernard Jolk e impedir o que quer que ele esteja fazendo. Ele estava também inquieto e a possibilidade de arrancar alguma informação sobre o paradeiro de sua irmã podiam nublar sua mente. Felizmente, ele era um guerreiro khubariano, portanto, tinha ligações militares e espirituais fortes que colocavam sua cabeça no lugar. Sua lança de ponta grande preparada, deveria perfurar e sangrar seu adversário. Sem erro.

O khubariano segurava sua lança com firmeza e serenidade no olhar. Buscava freneticamente não ser surpreendido pela escuridão que a lanterna não tratava de cuidar. Tildror tinha dúvidas se ele era mesmo um guerreiro ou um bárbaro. Caminhava displicente, com sabre em punho, lanterna noutra mão. Os dois caminhavam de volta ao centro. Havia um clima estranho no ar. Além do corpo com a cabeça esmagada, duas entradas estavam abertas. Decidiram entrar em uma, sem nenhum critério. Era uma sala vazia, retangular. Havia camas com sacos preenchidos por penas. Eram boas camas. Andando com sua iluminação precária, Tildror pensou que talvez encontrasse alguns tibares nos sacos. Afinal, era o que a plebe ahleniana fazia. Porém, encontrou uma armadilha. Fora envenenado e sua pele começou a ficar esverdeada... Kuala-Lampur, então, esbarrou num corpo. Dessa vez a vítima de roupas negras com capuz estava morta por envenenamento também. Sua pele estava totalmente verde e faltando um olho. Tildror arregalou os olhos e praguejou. Poderia ele morrer dessa maneira? Seria natural encontrar esse tipo de morte se ele ainda fosse um aristocrata em Ahlen. Mas agora ele é um aventureiro, vadio em Deheon. Será que seu destino aristocrático o perseguia?

Kuala-Lampur olho para o lado subitamente. Em seguida Tildror também ouviu os sons. Metal contra metal. Metal contra pedra. Uma luta. Ambos pensaram a mesma coisa, mas só Kuala prontamente correu para a última sala não visitada. Tildror foi se arrastanto. Estava debilitado e com um pouco de febre. Suas forças e vitalidade estavam baixas...

A pouca iluminação pareceu ganhar forças e a sala saiu da escuridão. Não que Tildror ou Kuala-Lampur percebecem ou se importassem. O que viram, os atordoaram, os confundiram. Uma cena, no mínimo, inusitada: Bernard Jolk combatendo um sszzaasita. Este era maior, roupas negras e armadura com um brilho doentio. Apesar de sua maça ser menor que a do clérigo de Keenn, o sacerdote da traição parecia acertar mais seus golpes e sua vitória no combate seria questão de tempo.

Kuala demorou alguns segundos para agir. Sua mente trabalhava rapidamente em quem atingir. Decidiu, então, atacar o sszzaasita. Seu raciocínio era óbvio: conhecera um clérigo de Keenn em Valkaria e descobriu que eles fazem o combate justo. A guerra é sua paixão e, se ele derrotasse o sszzaasita que estava vencendo Bernard Jolk, poderia ganhar seu respeito. Arrumaria suas respostas. Então, Kuala entrou em carga sobre o clérigo de Sszzaas e ignorou solenemente o grito de Tildror: "Ataque o Bernard Jolk! Ele é nosso alvo!"

Um combate sem brilho aconteceu. Ao contrário dos outros combates contra os clérigos de Keenn, este não era um jogo, na visão de Kuala. A vida de todos estava em jogo. A tentativa frustrada do sacerdote da traição de cegar Kuala deu a ele mais confiança. Bernard sorria com a ajuda talvez esperada do poderoso khubariano e sua igualmente poderosa lança. Entretanto, um ogro morto-vivo fora invocado e num golpe poderoso, levou Kuala ao chão. A luta parecia caminhar para seu desfecho com este monstro.

Tildror não agia. Queria muito matar Bernard Jolk mas se o atacasse, sua atitude poderia ser contestada por Kuala e mais tarde por Ilendar. Pensava rapidamente. O que faria?

Pensou em Sszzaas.

E o braço de Kuala, inconsciente e inerte no chão em sua própria poça de sangue, ergueu-se com violência perfurando o pescoço do morto-vivo. A criatura caiu num pesado e sonoro estrondo. Em seguida, desapareceu. Tildror mostrou um sorriso. Kuala permanecia inerte.

Ilendar abriu os olhos. Uma iluminação sobre si a fez lembrar dos tempos do Deserto da Perdição, quando o olhar vigilante e caloroso de Azgher lhe repousava na cabeça. Então, a verdade veio como um raio: estava na caverna, abaixo do templo de Hippion, sob os olhares espantados de Mika e Peter. Ao que parece, fora concebido um milagre. Estava acordado novamente, pronto para ajudar seus companheiros. E, de alguma forma, sabia que estavam em apuros. Correu para o campo de batalha.

Tildror encontrava-se recostado na entrada da sala, toda iluminada. Preocupava-se em segurar seu sabre e seu próprio corpo de pé. Bernard perdia o sorriso no rosto por uns instantes... para sorrir alegremente novamente com mais um golpe bem sucedido na carne de seu adversário.

Ilendar irrompeu no cenário e sua sabedoria lhe traduziu a situação e o que era melhor a ser feito. Curou Kuala-Lampur. Tildor, então, decidiu que era o momento de agir. Pensar em Sszzaas não deu o resultado que queria, mas pensou que atacar ao sszzasita não era uma opção ruim.

Mas, para a surpresa de todos, antes que Kuala pudesse agir, o sacerdote da traição derrubou o poderoso clérigo da guerra num golpe certeiro. E, para sua enorme surpresa ofereceu sua rendição:

- Minha luta não é contra vocês. Deixem-me passar e terão tudo o que quiser deste moribundo.

Ilendar e Kuala se entreolharam. Tildror já não podia ser visto por eles. O sacerdote passou e se encaminhou para o corredor escuro que daria a ele as vantagens que queria para escapar. Ilendar tratou de ir em direção ao corpo de Bernard. Kuala observava atentamente os passos do inimigo. Tildror surgiu com seu sabre na mão, olhar feroz. Suas intenções foram percebidas pelo Sszzaasita. Ajoelhou-se com um largo sorriso no rosto deformado pelos ferimentos.

Kuala-Lampur pensava no que fazer, mas no fundo, desconfiava no que ia acontecer.

Tildror deu-lhe um golpe de misericórdia. Perfurou-lhe a garganta. Sorrido de uma dor masoquista, ele tocou no ombro de Tildror antes de morrer.

Um toque único.

Kuala começou uma reprimenda. Tildror o ignorava, tentando entender os significados daquilo tudo. Súbito, Bernard Jolk desferia um golpe com sua maça de guerra e destruia o braço de Ilendar. Seus ferimentos anteriores não haviam sido totalmente curados. A dor e o horror foram grandes demais para serem suportados. Caiu e estava morrendo.

Kuala rangeu os dentes com fúria. Como pode um clérigo da guerra ser tão covarde? Era isso que ensinava seu deus da guerra? Uma guerra selvagem e desonrada? Avançou numa carga. Ineficiente. Perdeu um pouco sua serenidade no combate tamanha sua revolta. Tildror, ainda surpreso com os acontecimentos, pensou ter recebido uma bênção para poder se vingar de Bernard. Num primeiro momento, estancou o sangue de Ilendar para que não morresse sua chance de cura. E depois, foi ajudar Kuala.

Os dois combateram o clérigo da guerra com muitas dificuldades. Ferimentos, venenos, companheira morrendo... Kuala teve sua valiosa lança destruída e começou a lutar com outra menor. Por fim, Bernard Jolk morreu não sem antes praguejar sobre a invencibilidade da Ordem da Sétima Lâmina de Keenn.

Kuala e Tildror trocaram olhares incongruentes. Acharam duas poções que aparentemente eram de cura, segundo a experiência de Tildror entre os pertences do sszzaasita, além de três adagas provavelmente envenenadas. Acharam uma chave e um pergaminho com Bernard Jolk.

Tildror decidiu ignorar as adagas. "Chega de traição por hoje" pensava. Pegou as poções e deu uma para Kuala. O jovem guerreiro khubariano bebeu, pois estava ferido. A outra poção seria dada à Ilendar, para impedir sua morte.

Então, Sszzaas pregou mais uma vez suas artimanhas. Kuala tombou logo após de beber. Estava ferido. Era uma poção mascarada. Tildror ficou pensativo. Não queria dar a poção à Ilendar pois também estava ferido. Porém, estava receoso de ser enganado e acabar morrendo. Mas pensou que hoje fora ajudado e pensou que não seria atrapalhado em seus objetivos. Bebeu. Caiu ferido, quase morto.


(CONTINUA)

8 comentários:

R-E-N-A-T-O disse...

Caraleo, ficou imenso, e nem acabou nisso! Sinistro. Muito bons os útimos jogos. Parece que engranamos bem o segundo semestre. Com a volta de Daniel espero que façamos jogos melhores ainda. Afinal, teremos X-Men de novo! \o/

Até a próxima. Espero que Zizoo volte logo :~~

Aldenor disse...

Zizoo faz falta. Vou dar um destino digno ao Agouro...
Em breve a segunda parte dessa sessão.
Lembrando que em breve, talvez teremos o ingresso de uma menina conhecida do grupo no meu jogo... a Belle! AHAHAHA

Dudu disse...

MAQUEQUE!

uhauauhuahuhauhuah

E na hora que o braço maluco do kuala viveu sozinho eu jah tava lá!

Tentei expulsar duas vezes o morto vivo e n consegui!
uhauhahuahuhuahua

Liberdade poética ném!

Marins disse...

hehehe


fodaaaa!!!

mt bom o jogo.

Aldenor disse...

Caralho, eu sempre esqueço alguns detalhes! Não é possível ser totalmente fiel! ahauhhuahua

Marins disse...

detalhes!

kd o resto??!

R-E-N-A-T-O disse...

O clérigo do deus da expulsão que não expulsou! Que ironiaaaaaaaa!!!

Aldenor disse...

marins!!!! POSTE ALGO DO TEU JOGO!!!
RENATO VC TBM!!!