quarta-feira, 18 de maio de 2011

Crônicas Artonianas II: A Tempestade Rubra #10

O Coração de Allihanna – Parte 2

Derrotado, o troll se desfazia em meio ao fogo, cercado pela Brigada Escarlate. O grupo se reuniu com o anão que fora capturado, juntamente com outros inocentes que também estavam capturados para servirem de banquete para o troll derrotado.

- Depois que os minotauros trouxeram a segurança e prosperidade nessas terras selvagens, eles ficaram ressentidos. Eles enfraqueceram a madeira tollon para prejudicá-los. Mas esquecem que também prejudica os trabalhadores humanos que aqui vivem.
O grupo trocou olhares, já sabendo o que ele iria pedir em seguida.
- Por favor, peço a vocês que vão até o Bosque de Allihanna pedir uma audiência. Eles não gostam de nós anões, muito menos dos minotauros. Creio que se essa loucura não for parada, em breve todas as árvores perderão seu poder mágico para sempre.
- E por que não vai nenhum morador humano?
- Poucos perceberam a sutil mudança nas árvores. Poucos têm o olhar tão apurado quando eu quando lido com meus materiais para forjar uma arma.
- Concordamos.

***

Depois de derrotar mais um troll, a Brigada Escarlate voltou para Trodarr onde deixou o anão Dhorgarrar Smallfeet em casa. Ficaram numa estalagem e se prepararam para viagem à sudeste.
Poucos dias depois no frio, vagando por tantas árvores diversas, eles foram abordados por um urso-coruja. Willian avisou que poderia ser um sinal dos druidas, pois aquela criatura era bastante indomável.
Depois de uma luta por sua sobrevivência, o bando continuou a aguardar. Willian viu uma coruja e pensou que poderia ser um dos sinais dos druidas. Seguiu espreitando pela floresta e viu o animal se tornar numa druida madura de cabelos desgrenhados. Aparecendo, ele contou as intenções da Brigada Escarlate.
- Pela manhã irei ao encontro de vocês.
No dia seguinte, encontrados, eles seguiram com a druida até o âmago da floresta, onde as árvores enegrecidas eram colossais e conectadas de tal forma que produziam um clima de lar e acolhedor. Encontraram um lago onde as águas estavam límpidas e um barco de madeira viva os levou até uma ilha central onde residia uma única árvore colossal. A vida vegetal brilhava.
- É aqui.
A druida (que não se apresentou e nem foi perguntada) foi cercada por seis homens musculosos que cobriam com couro apenas suas vergonhas. Alguns possuíam tatuagens de significados místicos e misteriosos. Encaravam a Brigada Escarlate – o reduto de civilização.
- Não somos nós quem está enfraquecendo a madeira tollon.
Silêncio. Hector quebrou o protocolo.
- Então, quem está fazendo isso?
- Não é concernente a vocês de fora.
- Como podemos ajudar?
Dito isso, barulho. Os homens trocaram olhares arregalados e meio desesperados. Trocaram palavras na língua secreta dos druidas e correram para dentro. A Brigada foi logo atrás. O que estava acontecendo?

***

Havia homens brutais com cabeças ovais e presas saltando as bocas semi-abertas. Eram muito peludos e vestiam muito couro de animais – pessimamente manufaturados – e costurados rusticamente. Alguns tinham machados, outros tacapes. Havia três gnolls com a mesma vestimenta, mas um olhar diferente do que a Brigada estava acostumada. Era um olhar de sapiência selvagem. Além disso, três trolls com suas garras enormes e baba que pingava de suas enormes e dentadas bocas.
Então, houve o combate mais sangrento que a Brigada Escarlate já teve.
Lutaram ao lado dos homens de Allihanna e a druida que parecia ser seus líderes. A luta estava desigual e eles tinham a esperança de que houvesse mais lutadores a espreita. O sentimento de que a qualquer momento a ajuda da natureza chegaria para salvar o dia. Porém, isso não aconteceu.
Os agressores eram servos de Megalokk, o deus dos montros, o dito irmão de Allihanna. Aquele que odiava as crias de sua irmã. Aos poucos, a Brigada Escarlate foi percebendo que aqueles servos de Allihanna estavam sozinhos num mundo que mudou à sua volta de forma desfavorável. A extinção estava próxima.
Emyr se locomovia estrategicamente com sua espada coçando para cortar gargantas. Mas sua missão primordial era manter o máximo de aliados vivos. Os trolls faziam enormes estragos a cada golpe. Então, três invasores subiram escadas para um outro lugar. Andrew e Willian ouviram a druida gritar para que fossem detidos e saíram do campo de batalha.
Foi quando tudo começou a mudar. Iliar, desferindo socos e pontapés (suas armas haviam sido deixadas para trás) começou a sentir o seu sangue banhar todo o chão. Venceu os selvagens com uma espada longa que Emyr lhe lançou, mas quando viu o troll se aproximar, sentiu um embrulho no estômago. Pressentiu que aquela seria sua última batalha. Mas preferiu traduzir aquela intuição de outra forma mais otimista.
O troll agarrou sua cabeça com uma mordida e a arrancou dali. Seu corpo caiu inerte, espirrando sangue para todas as direções. Emyr e Hector, os que estavam no combate naquele momento, gritaram em desespero. Andrew e Willian venciam os invasores de Megalokk no segundo andar, puderam ouvir os gritos, ainda que sem saber o que havia.

***

No fim, os trolls foram mortos graças a ajuda da própria morada dos druidas, que cuspia ácido do teto e expelia do chão, sob um aliado caído, um liquido leitoso e branco que curava.
Os homens que também eram druidas se reuniram. Cinco sobreviveram e a druida, Elbanna, sua líder, havia morrido. Andrew e Willian voltaram e viram o corpo sem cabeça de Iliar e foram tomados por uma enorme tristeza. Era o ciclo da vida encerrando.
- Por que ninguém veio ajudar?
- Estamos em menor número, com muitos inimigos. A vida aqui se tornou difícil. É a extinção. – disse um deles.
- O que está acontecendo? Por que sua força decaiu?
- Fomos atacados há semanas e nos levaram algo de extremo valor. – disse um druida, mas impedido pelos outros. Logo, eles começaram a discutir na língua druídica.
- Não! Eles devem saber a verdade!
- Eles não são dignos. – disse outro.
Emyr franziu o cenho e rangeu os dentes em uma fúria pálida.
- COMO NÃO SOMOS DIGNOS? LUTAMOS AO LADO DE VOCÊS! ESTÃO VIVOS GRAÇAS A NÓS!
Os druidas ficaram em silêncio. Aquele que estava conversando antes se sentiu no dever de contar.
- O Coração de Allihanna foi roubado. O maior artefato de Allihanna no mundo. Foi roubado pelos druidas de Megalokk. Aproveitaram que estávamos nos enfraquecendo e nos atacaram. Estes que vieram aqui certamente tinham o intuito de matar nossa líder. E conseguiram. É o fim.
- Iremos resgatar seu artefato – era Hector – E iremos trazer Iliar de volta a vida.
Todos se entreolharam surpresos.

***

Depois de ser reunir e orar por Allihanna, Hector demonstrou sua humilde vontade de ter o amigo de volta, acima de suas crenças contrárias à deusa da natureza. Sobre a manjedoura onde era guardado o Coração de Allihanna, Iliar voltou à vida – com sua cabeça no lugar.
- Eu sobrevivi, então. – sorriu.
A Brigada Escarlate agora tinha uma nova missão. Partir para o Jardim das Estátuas de Adhurraraim, onde os druidas de Allihanna tinham visto pela última vez os servos de Megalokk. Uma vez lá, buscar informações e enfrentar quem estivesse no caminho.

CONTINUA.

6 comentários:

Aldenor disse...

Minha preguiça foi vencida hoje. Preciso criar mecanismos anti-preguiça. Ainda que os escritos não sejam tão bons, pelo menos são registros para o futuro!

R-E-N-A-T-O disse...

AEeee, parece que Thyatis ressucitou o blog!

Aldenor disse...

Renato, estamos aguardado seu post pro próximo Novo Deus!!

Lucas disse...

Na verdade dessa vez foi Alihanna q trouxe Iliar e o blog à vida!

Ian Freze disse...

Alihanna?!?! Prefiro acreditar que foi Thyatis mesmo!!

"Iliar seu brioco é meu" - Alihanna sobre Iliar... AUHAUHauh

um bom post. Um bom resumo da sessão...
Faltou só comentar sobre a quase morte de Hector onde Iliar abriu o urso-coruja ao meio...

abraços a todos =P

Aldenor disse...

ILIAR: SEU BRIOCO É MEU - Allihanna sobre Iliar.

AIUHAUIAHUIAIUHAUIAHUIAIUHAUIAHUIAIUHAUIAHUIAIUHAUIAHUIAIUHAUIAHUIAIUHAUIAHUIAIUHAUIAHUIAIUHAUIAHUIAIUHAUIAHUIAIUHAUIAHUIAIUHAUIAHUIAIUHAUIAHUIAIUHAUIAHUIAIUHAUIAHUIAIUHAUIAHUIAIUHAUIAHUIAIUHAUIAHUIAIUHAUIAHUIAIUHAUIAHUIAIUHAUIAHUIAIUHAUIAHUIAIUHAUIAHUIAIUHAUIAHUIAIUHAUIAHUIAIUHAUIAHUIAIUHAUIAHUIAIUHAUIAHUIAIUHAUIAHUIAIUHAUIAHUIAIUHAUIAHUI