quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Fragmentos do passado




Kuala-Lampur estava em pé de frente para o mar, o som das ondas o agradavam. Os olhos fitavam o horizonte e ele deixava o ar marinho soprar-lhe o rosto queimado pelo sol. Aquilo lhe dava um prazer que só os que vivem do mar compreenderiam. Seu corpo era tatuado, as inscrições gravadas na pele eram símbolos de poder, humildade, força, dever e honra. A primeira havia sido feita por seu avô Kai Keahi, entalhadas na pele com muita calma e conhecimento de anos de aprendizado com o avô do avô de Kuala-Lampur. No dia em que terminou O velho Khubariano explicou a ele que a tatuagem concederia ajuda em tempos difíceis. Talvez em sua infinita sabedoria, Kai Keahi soubesse os dias de provação que Kuala-Lampur passaria.

Aquele dia era um dia particularmente bonito, céu azul e Azgher brilhava forte como sempre fazia no verão do arquipélago de Khubar. A cabeça de Kuala-Lampur estava confusa; nos últimos dias, guerreiros da aldeia vizinha a dele invadiram áreas de caça de sua aldeia e os ânimos na aldeia de Lono Meka não eram dos melhores. Os mais belicistas, normalmente os mais jovens, ansiavam por retaliações imediatas. Os pacifistas lutavam pela diplomacia e pelas conversas entre líderes para resolver o impasse. Kuala-Lampur, não gostava de lutar. Não nascera para matar. Ele queria pescar, essa era sua vocação. Aprendera a usar a lança longa tradicional de seu povo por tradição e por necessidade de defesa da aldeia.

Aquela manhã tão clara e bonita teria um encontro que talvez mudaria a vida dele. No horizonte, depois de muito olhar, Kuala-Lampur avistou um navio. Era uma embarcação grande, provavelmente do povo do continente. Elas eram raras perto de sua ilhota e aquilo fez a curiosidade de Kuala-Lampur aflorar. O que faria uma embarcação tão grande longe de suas tão costumeiras rotas mercantes? A resposta viria em algumas horas.

O barco ancorou próximo a ilha em que Kuala-Lampur vivia e vários homens vestindo armaduras vieram em pequenos barcos que marinheiros maltrapilhos remavam. Desceram na praia que já estava apinhada de aldeões curiosos pelo povo do continente. O que parecia ser o chefe apresentou-se ao líder da aldeia. Ele vestia uma armadura completamente feita de metal e Kuala-Lampur pensou em como era possível vestir metal daquela maneira e ainda assim lutar. O peitoral do homem trazia gravado um síbolo de um escudo cruzado por uma espada longa, um martelo de guerra e um machado de batalha. O metal da armadura era escuro e as vestes por baixo dela eram pretas. Cor incomum para o clima costeiro de Khubar.

Os estrangeiros ficaram por uma semana e ofereceram ajuda e conselhos ao povo da ilha. O povo que fora sempre pacífico e que só pegava em armas para defesa própria, foi instigada ao ódio pelos vizinhos em pouco tempo. O líder fora influenciado em pouco tempo. Os clérigos de Keenn mostraram provas de que a vila seria invadida pelos vizinhos e todos mortos pela cobiça das áreas de caça. O avô de Kuala-Lampur dizia que o líder era fraco. Kuala-Lampur concordava. Como em uma semana pode-se mudar tanto?

No fim da semana seguinte todos estavam preparados e armados esperando a invasão. Kuala-Lampur era um dos “linha-de-frente” sua habilidade com a lança longa era grande e fora alplamente aprovada pelos novos conselheiros de guerra nomeados pelo líder, os clérigos de Keenn. Todos aguardavam em silêncio à noite. Somente o crepitar das chamas das fogueiras que iluminavam a aldeiam faziam ruídos aquela hora da madrugada. Um grito de guerra ecoou na madrugada quente de verão. Guerreiros armados investiram contra a aldeia, mas todos os guerreiros da vila de Kuala-Lampur estavam preparados e revidaram aos ataques. Sangue jorrou nas areias daquelas praias aquela noite. Kuala-Lampur perfurava um atrás do outro derrubando inimigos menos hábeis. Sua tatuagem lhe conferia a proteção necessária e a habilidade com a lança que tanto os outros guerreiros invejavam. No fim com a ajuda dos guerreiros de Keenn a aldeia foi salva e apesar das baixas, a maioria dos aldeões estava a salvo, inclusive a família de Kuala-Lampur pelo qual ele lutara. Os guerreiros que se renderam foram expulsos da ilha e os clérigos de Keenn abandonaram o arquipélago uma semana mais tarde tendo conseguido o que vieram fazer. Guerra.

3 comentários:

Aldenor disse...

Ficou bom. E ainda tornou útil o marcador Backgrounds. AHAHAHA
Clérigos de Keenn são foda, mané.
Ikaro Madaram está louco pra jogar... ahuahuahuahuauhahu

Marins disse...

hauhauha

foda

Unknown disse...

Koala será meu proximo desenho...