terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Diário de Aldred C. Maedoc III - Parte 13

Jetag 19, Luvitas, 1410 CE (mesmo dia).

Sinto uma dor na altura do abdômen. Estou rindo, caído no chão com minha katana distante de mim. Gargalhar é a palavra mais correta. Não consigo me mover. Não consigo respirar direito. Lágrimas atrapalham minha visão. Mas nada disso é realmente engraçado. Estou sendo afetado por uma perigosa magia, o Riso Histérico. Já havia ouvido histórias de pessoas que morreram de tanto rir.
O dia do meu nome foi bastante produtivo, por assim dizer. Depois de invadir uma antiga moradia anã transformada em masmorra de troll, vi Elinia morrer e ressuscitar graças à ajuda da deusa da natureza. Lutamos, sangramos, quase morremos. E a tarde ainda não havia passado.
O tempo de combate pode parecer uma eternidade para quem está no meio, gastando sua energia. Porém, para quem está de fora, não passa de reles minutos.
Por isso, quando saímos da caverna, depois de decidir que iríamos mesmo descansar para nossos conjuradores recuperarem seu poder mágico, percebemos o quão cedo era.

- Nossos inimigos terão muito tempo para lidar conosco caso descansemos agora. – Disse Drake, sendo coerente com sua ideia quando tínhamos pensado em voltar para o acampamento para ressuscitar Elinia.
Eu teria batido de frente e insistido para ficarmos e descansarmos. Mas a ressurreição de Elinia pelas mãos da intervenção direta de Allihanna mudou minha postura. Drake parecia estar nos guiando corretamente no caminho que os deuses haviam delimitado para nós.
Voltamos para as cavernas, depois de vislumbrar um bonito anoitecer. Pegamos o outro caminho, ainda não vasculhado. Era um tanto frio e úmido. O túnel ao sul estava nos preparando várias surpresas. Mas naquele momento, eu apenas carregava minha katana nas mãos, temeroso por qualquer ataque iminente. Enfrentaríamos mais trolls, disso eu tinha certeza. E quem sabe, os lendários finntrolls. Talvez encontrássemos algum tesouro. Ou até mesmo um rubi da virtude, o que faria todo o sentido para nossa missão. Afinal, foram os deuses que haviam guiado Drake a nos levar até ali.
Primeiramente, vimos um enorme salão, depois de sair do túnel. O lugar era obviamente construído, bem feito. E o que chamava mais atenção era a grande estátua de um anão com armadura completa, imponente com seu machado. Era a representação de Khalmyr, o deus da justiça. Para o povo anão, ele era Heredrimm, o criador de sua raça. A estátua era tão grande que precisariam de quase cinco Gulshs um sobre o outro para alcançar o topo. O trabalho na pedra era formidável, fazia jus à fama dos anões.
Observando rudimentos de altares, dava para notar que ali era um lugar de adoração, usado em tempos remotos quando havia anões por ali. Depois de alguns momentos nos surpreendendo com o lugar e seu enorme potencial de história, o grupo encontrou uma enorme porta dupla ao final da sala.
Harel, como de costume de uns tempos para cá, tomou á frente do grupo para analisar a porta. O elfo não entendia nada de anões, eu presumia, então, o que poderia querer ali? Aparentemente, Harel entendia de mecanismos em geral, mas mesmo assim, eu acreditava que as diferenças culturais entre os povos eram suficientes para tornar um mecanismo impossível de ser analisado por um não-membro da raça.
Harel percebeu que havia uma armadilha, pois sua percepção era realmente absoluta e universal. Mas quando tentou desarmar o mecanismo, fracassou, provando minha teoria. Ouvimos um zunido esquisito, parecia um estalar. Harel imediatamente teve os cabelos arrepiados por uma corrente elétrica. Percorrendo seu corpo e fritando seus órgãos. Ele gemeu de dor enquanto controlava sua convulsão. Era uma armadilha mágica! Por fim, não havia sido tão forte a ponto de desacordá-lo. Com cuidados necessários, Harel logo se recompôs.
A porta foi aberta sem mais nenhum perigo. Era um único gatilho e logo eu pensei que não era obra dos anões. Traiçoeira demais e, além de tudo, recente. A teoria dos finntrolls ganhou mais força ainda depois dessa armadilha. Depois de ouvirmos as dobradiças da porta se moverem, subitamente, estávamos em uma espécie de antessala comprida. As paredes eram forradas por gravuras em alto relevo (mais uma especialidade anã) onde víamos as relações dos anões com os deuses do Panteão. Khalmyr era o líder, Nimb, seu antagonista caótico, era um demônio terrível. Também havia gravuras que contavam a história da era dos reis anões em Lamnor. Aquilo ali, por si só, já era um tesouro de valor inestimável. A Universidade Imperial de Valkaria pagaria muito ouro por essa informação ou por uma expedição.
Entretanto, Lamnor era uma terra tomada pela guerra e pela Aliança Negra. Por isso, desfiz o pensamento rapidamente. No máximo eu poderia relatar nestas páginas de diário um pouco sobre a arte dos anões de Lamnor, mas mesmo assim, ficaria muito aquém da grandeza e de sua importância. Além do mais, não tinha nenhuma condição de escrever nada naquele momento.
Poucos dos meus companheiros se ativeram àquela história cravada em pedra. Castiel e Nathaniel foram os que mais prestaram atenção. Fiquei pensando se Castiel poderia compor uma canção sobre isso. Enquanto eu andava distraído, ainda fitando as imagens, alguém chamou atenção para a próxima porta. Havia uma pequena luminosidade saindo pela fresta.
- Luz? Que tipo de ser subterrâneo precisaria de luz? – Perguntei.
A porta era dupla também, feita de madeira maciça. Sem precisar ser um especialista, notadamente entendemos que estava fechada. Seria bem provável que havia uma armadilha também. Porém, o fato de haver luz nos intrigou. Desse modo, mantive os pensamentos das gravuras que revelavam uma história dos anões longe da minha cabeça. Era hora de se concentrar num possível combate.
Harel, Castiel e Elinia começaram a investigar melhor aquela porta. Logo, a tensão da possibilidade de um combate começou a passar com o tempo. A jovem druida começou, então, a dar mais atenção às gravuras.
- Começou a se interessar por história? – Perguntei com um pouco de deboche. Elinia, como uma boa devota da natureza, não parecia se interessar por acúmulo cultural desenvolvido por civilizações. O fato dela observar as gravuras em busca de alguma informação quebrava um pouco o espírito “natural” dela.
- Deverá haver algo escondido por aqui. – Foi o que respondeu. Dei um sorriso e quase me dispus a ajudá-la a procurar. Mas desisti. Aquela mocinha havia morrido e voltado à vida e agia como se nada tivesse acontecido. Era uma pessoa bem forte. Não sei por que, mas meu interesse sobre sua pessoa havia desaparecido por completo e, a exemplo de outros casos do passado, quando supero uma pessoa, ela passa a ser completamente desnecessária. Costumo ignorar com frequência o que é desnecessário. Ou pelo menos o que considero desnecessário.
Então, ela encontrou uma portinhola na imagem de Heredrimm em algum lugar da parede. Meu queixo quase caiu quando ela obteve sucesso. Agradeci por ela não entender esses meandres sociais e não captou que eu torcia para ela fracassar em sua busca.
Dentro da portinhola, ela viu uma gema brilhante. Uma joia preciosa, certamente, repousada sobre uma almofada de veludo. Seria um rubi da virtude? Parando para pensar, eu nunca havia visto um desses incríveis itens mágicos criados pelos deuses. Não poderia saber o que aquilo significava. E o fato dela estar escondida naquele lugar devia ter algum objetivo específico. Depois de Harel procurar armadilhas na portinhola (o que me pareceu estúpido), Elinia retirou a pedra preciosa e entregou a Drake. O lefou guardou em sua sacola, juntamente com o resto dos espólios do grupo todo. Se não fosse um rubi da virtude, seria uma joia valiosa.
Após esse pequeno percalço, Elinia tocou na porta dupla e apenas olhou mais incisiva. A madeira se contorceu lançando rangidos como se estivesse quebrando. Sempre me surpreendo das habilidades dela. Sendo druida, ela contava com os favores divinos de Allihanna e era capaz de conjurar alguns milagres, tais como a cura divina (como Nathaniel). Porém, o sangue de Elinia era também de dríade, uma criatura da natureza. Ou seja, ela era abençoada “duas vezes”, por assim dizer. E essa capacidade de torcer a madeira era exclusiva. Eu entendia um pouco de poderes sanguíneos. Afinal, eu tinha sangue de dragão (só um pouco mais poderoso que o sangue de dríade dela) e estava trilhando o caminho para despertá-lo.
Falando nisso, desde alguns dias atrás, eu acordava sentindo mais calor que o habitual. Pensava ser um resquício dos dias em Sckharshantallas, mas logo reparei que havia algo diferente no meu corpo. Sentia algo fluir, principalmente quando ficava distraído, pensando na vida. E durante os combates, sentia cada vez mais rápido e cada vez mais forte. Julgava que essa melhora nas minhas técnicas provinha de experiência, afinal, estava testando minhas habilidades como nunca. Ainda mais lutando contra os trolls. Porém, algo me dizia, uma espécie de intuição, que havia algo oculto.
E eu sabia. Era meu sangue de dragão.
De qualquer maneira, Elinia abriu a porta e acabamos chegando a uma sala com archotes acesos. O fogo tremeluzia de maneira sobrenatural. Eu já havia ouvido falar das chamas contínuas, itens mundanos que iluminavam para sempre, sem nunca apagar pelo tempo.
A nova sala agora possuíam três estátuas. Mas não eram anãs, possuíam asas e rostos demoníacos, além de garras e cauda. Eram criaturas bem estranhas e deslocadas. Segurei firme o cabo da minha katana ao vê-las, como se pressentisse algo estranho.
E meus temores se revelaram acertados.
Eram gárgulas, estátuas que ganhavam vida através de magia. Geralmente serviam com guardas e vigias. Um combate logo se iniciou, pois obviamente éramos intrusos ali.
Brandi a katana, corri pelos lados, saltei por cima, girei o corpo. Todos os combatentes balançaram seus braços com firmeza, atingimos nossos inimigos e os quebramos. Nathaniel e Patrick sequer participaram do conflito, poupando assim, suas forças mágicas que já estavam acabando.
Havia duas portas atrás dessas estátuas. Abrindo, vimos um grande abismo. Escuro, atordoante. Engoli seco ao ver aquilo. Havia também duas pontes, uma atrás de cada porta. Eram feitas de madeira, suspensas por cordas, o que fez meu coração palpitar. Não passava segurança nenhuma.
- Podemos ser emboscados. – Disse Harel.
- Precisamos de um plano. – Disse Victor.
Drake tomou à frente com algumas ideias. Blasco contribuiu com outras, ambos em sintonia. Eu apenas ouvi a todos, coçando minha barba já bastante avantajada. A distração me fez ignorar todos os planos que começaram a surgir. De alguma forma eu estava distraído com alguma coisa. A barba, naquele momento, era o alvo da minha atenção. Estava grande, precisava ser aparada. Mas para que aparar se não haverá ninguém digno de nota para me ver? Ah, mas eu não pensava ficar em Lamnor para sempre. Queria ver cidades novamente. Queria voltar a Valkaria e mostrar para Satoshi Yamada o resultado desses poucos meses de aventuras.
Passei anos treinando praticamente todos os dias com o tamuraniano louco e transformei meu corpo de um jovem comum para um jovem aventureiro. Mas para desenvolver o meu corpo de aventureiro, eu precisava de mais. Precisava de aventura. E era isso que estava conseguindo. Sentia que em breve meu sangue despertaria o poder mágico, a exemplo de Patrick, que é um feiticeiro e tem sangue de fada.
Quando dei por mim, perdido em pensamentos, estávamos do outro lado da ponte. Atravessamos sem nenhuma dificuldade, sem nenhum transtorno. Não houve emboscada, e a ponte se demonstrou ser tão forte o suficiente para aguentar Gulsh e seu peso de um boi.
Depois do desafio imaginário da ponte, chegamos à outra antessala. Dessa vez, senti meu coração palpitar. Estávamos chegando ao fim daquela jornada. Sem delongas, abrimos a porta à frente.
Estive certo o tempo todo.
Aquela experiência na caverna dentro da cachoeira representava a mais clássica história de aventureiros. Uma masmorra a ser desfraldada, finalizada. Onde todos os inimigos são aniquilados e os tesouros antigos todos saqueados. Afinal, os anões não iriam reivindicar nada daquilo.
Quatro trolls estavam à espera, praticamente imóveis até nossa chegada. Logo nós engajamos no combate. Eu, Blasco, Drake, Gulsh, Victor e Elinia logo estávamos colados nos nossos inimigos. Eu, como sempre, aproveitando o máximo de minha agilidade para passar perto dos inimigos e desviar de suas garras. Meus golpes eram mortais. Eu julgava estar tão forte quando Gulsh, mas o certo é que ainda não. Eu ainda era apenas o segundo mais poderoso do grupo.
Então, senti calor. Calor demais. Labaredas. Fogo. Uma explosão de fogo tomou conta da sala, onde nós estávamos ainda aglomerados. Ouvi gritos terríveis dos meus companheiros, bem como senti o cheiro de cabelo e pele queimando. No último segundo, eu desviei da explosão e saí ileso. Percebi que Victor e Harel também não haviam sido atingidos. Éramos os mais rápidos do grupo.
A explosão de fogo serviu para revelar uma nova criatura. Finalmente conhecíamos um finntroll. Era um homem alto demais, esguio demais, pálido demais com algumas veias verdes muito aparentes. Era uma criatura bizarra. Seu manto longo e seus dedos finos e rápidos mostravam muita aptidão mágica. Ele era o alvo mais perigoso a partir daquele momento.
Os trolls começaram a fazer a linha de proteção ao finntroll, seu capataz. Assim, era impossível chegar até o inimigo apenas se movimentando. Eu avancei sobre o troll do centro visando o caminho mais curto. Todos nós sabíamos, tínhamos em mente que o finntroll deveria ser o primeiro a cair. Vi Drake avançar sobre outro troll e Victor se juntar a mim, mas enfrentando outro troll. A este ponto, não seria a primeira vez que repetiríamos nossa parceria no combate. Blasco se jogou entre as pernas de outro troll e ficou por ali, desviando das garras afiadas e até mesmo fazendo com que ele se acertasse. Uma tática que o halfling caolho desenvolvia bastante. Gulsh se engajou contra outro troll sozinho, girando seu enorme machado. Com o tempo, comecei a brandir minha katana com menos força, menos velocidade. Estava começando a me cansar depois de um dia inteiro praticamente lutando e andando pela masmorra.
Comecei a ouvir a ocarina de Castiel e logo senti a onda de cura afetar a todos. Eu mesmo não estava ainda ferido naquele primeiro momento, mas depois não consegui desviar com sucesso. Senti minha carne rasgar pelo corte das garras do troll. O outro golpe quase me pegou também. Se eu tivesse sido agarrado, seria destroçado, com certeza. Como aconteceu com Elinia, horas atrás. Dessa vez, a canção de Castiel curou meus ferimentos recém abertos.
Ouvi barulho de corda retesando, de flecha assoviando, mas não vi nada. Estava absorto no meu combate contra um formidável inimigo. Harel estava atacando e eu torcia para que ele mirasse o finntroll. Era a chance mais clara de feri-lo.
Então, tudo se transforma em caos. Gulsh gira seu machado e acerta Elinia com violência. Se fosse um golpe mais reto, teria partido a druida em dois. Arregalei os olhos, completamente confuso. O que estava acontecendo? Seria uma traição?
Havia outro finntroll por ali. Outro mago. E ele havia controlado Gulsh. Além dos trolls, agora tínhamos um orc de quase três metros de altura como inimigo. O combate começou a ficar ridicularmente difícil. Vi Elinia quase desabar morta, jorrando sangue pelo seu abdômen. Será que morreria novamente?
Subitamente, ouvi um grito. Era Harel. Quando virei o rosto para entender o que acontecia, notei que uma de suas mãos cobria os olhos. Ele estava cego. Aquilo fez meu coração bater mais forte. Será que iríamos morrer? Drake defendia os golpes de seus inimigos graças a sua habilidade com o escudo e a sua armadura completa. Victor, entretanto, encontrava sérias dificuldades em afetar os trolls com seus socos. Blasco corria por debaixo dos monstros com seus passos rápidos e compactos. Ele conseguiu fazer os trolls se acertarem. Não estava tudo tão perdido assim.
- Allihanna, traga seu silêncio para esta sala. – Ouvi Elinia dizer, ainda segurando seu ferimento aberto. Subitamente, um finntroll ficou mudo. Agora era incapaz de conjurar magias, afinal, as palavras arcanas são o gatilho principal, juntamente com os gestos, para a conjuração.
O mudo conseguiu fugir através de uma passagem secreta. Ficamos apenas contra um mago e isso já ajudava bastante. Vi que o outro finntroll começou a pegar fogo e gritou de agonia. Percebi, então, que os finntrolls sofriam da mesma vulnerabilidade que seus escravos trolls. O fogo o consumia. Acredito que era Patrick, invisível até o momento, o autor da magia.
Enquanto tentava apagar o fogo com gestos desesperados, batendo sobre suas roupas, eu vi a oportunidade. Avancei sobre um troll e saltei sobre o mago. Entretanto, meu movimento foi prejudicado devido aos monstros no meu caminho. Não que eu não conseguisse desviar deles, era até fácil, minha especialidade. Mas mesmo assim, me custaram preciosos segundos. O suficiente para o finntroll perceber minhas intenções. Ele gesticulou rapidamente e falou palavras arcanas. Não eram palavras tão difíceis, nem eram gestos tão complexos. Eu poderia repeti-los, se quisesse.
Então, fui envolvido por uma sensação forte. Senti cócegas abissais. A vontade de rir explodiu e não consegui mais manter a boca fechada. Ri, gargalhei, me contorci. Estava fora do combate. Tentei ao menos prestar atenção no que estava acontecendo, pelo menos me proteger dos trolls, mas nem isso eu consegui. Entretanto, eles também não deram mais bola para mim. Eu estava inofensivo, era inútil.
Patrick com seu truque novo começou a usá-lo repetidamente. Atingiu o finntroll com mísseis mágicos e sua magia de fogo. O atacou tanto que ele caiu morto. Agora só havia os trolls. Gulsh, que tinha sido dominado, estava sendo retardado pelas magias de Nathaniel, tais como leque cromático. Era necessário, pois o orc ainda não havia sido liberado do controle do finntroll.
No fim, quando eu comecei a me recuperar da histeria das risadas, percebi que os trolls restantes foram derrotados por um enxame providencial de Elinia. Eram vários insetos nojentos, como baratas, lacraias e outras porcarias. Quase parei de rir apenas para vomitar. Seria uma boa contramágica.
Victor, Blasco e Drake, os únicos combatentes úteis conseguiram derrotar os trolls com seus golpes e suas habilidades e Elinia os passou com fogo de uma tocha. O dia estava no fim, eu esperava. Sentia ainda náuseas pela mágica da risada e pelos insetos nojentos que vira.
Decidimos não perder tempo e fomos atrás daquele finntroll que fugiu por uma porta secreta. No máximo, encontramos um resto de fuligem de pergaminho. Provavelmente ele havia conjurado uma magia para fugir. Meu palpite era um teletransporte. Sentimos que aquele inimigo não iria deixar barato a humilhação da fuga. Provavelmente ele perderia seu tempo indo atrás de nós buscando vingança. Já vi isso acontecer com meus pais.

Mas isso fica para outra história. Naquele dia, vencemos a masmorra e agora só faltava recolher os tesouros restantes.

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