Jetag
19, Luvitas, 1410 CE (mesmo dia).
Sinto uma dor na altura do
abdômen. Estou rindo, caído no chão com minha katana distante de mim. Gargalhar
é a palavra mais correta. Não consigo me mover. Não consigo respirar direito.
Lágrimas atrapalham minha visão. Mas nada disso é realmente engraçado. Estou
sendo afetado por uma perigosa magia, o Riso Histérico. Já havia ouvido
histórias de pessoas que morreram de tanto rir.
O dia do meu nome foi bastante
produtivo, por assim dizer. Depois de invadir uma antiga moradia anã
transformada em masmorra de troll, vi Elinia morrer e ressuscitar graças à
ajuda da deusa da natureza. Lutamos, sangramos, quase morremos. E a tarde ainda
não havia passado.
O tempo de combate pode parecer
uma eternidade para quem está no meio, gastando sua energia. Porém, para quem
está de fora, não passa de reles minutos.
Por isso, quando saímos da
caverna, depois de decidir que iríamos mesmo descansar para nossos conjuradores
recuperarem seu poder mágico, percebemos o quão cedo era.
- Nossos inimigos terão muito
tempo para lidar conosco caso descansemos agora. – Disse Drake, sendo coerente
com sua ideia quando tínhamos pensado em voltar para o acampamento para
ressuscitar Elinia.
Eu teria batido de frente e
insistido para ficarmos e descansarmos. Mas a ressurreição de Elinia pelas mãos
da intervenção direta de Allihanna mudou minha postura. Drake parecia estar nos
guiando corretamente no caminho que os deuses haviam delimitado para nós.
Voltamos para as cavernas, depois
de vislumbrar um bonito anoitecer. Pegamos o outro caminho, ainda não
vasculhado. Era um tanto frio e úmido. O túnel ao sul estava nos preparando
várias surpresas. Mas naquele momento, eu apenas carregava minha katana nas
mãos, temeroso por qualquer ataque iminente. Enfrentaríamos mais trolls, disso
eu tinha certeza. E quem sabe, os lendários finntrolls. Talvez encontrássemos
algum tesouro. Ou até mesmo um rubi da virtude, o que faria todo o sentido para
nossa missão. Afinal, foram os deuses que haviam guiado Drake a nos levar até
ali.
Primeiramente, vimos um enorme
salão, depois de sair do túnel. O lugar era obviamente construído, bem feito. E
o que chamava mais atenção era a grande estátua de um anão com armadura
completa, imponente com seu machado. Era a representação de Khalmyr, o deus da
justiça. Para o povo anão, ele era Heredrimm, o criador de sua raça. A estátua
era tão grande que precisariam de quase cinco Gulshs um sobre o outro para
alcançar o topo. O trabalho na pedra era formidável, fazia jus à fama dos
anões.
Observando rudimentos de
altares, dava para notar que ali era um lugar de adoração, usado em tempos
remotos quando havia anões por ali. Depois de alguns momentos nos surpreendendo
com o lugar e seu enorme potencial de história, o grupo encontrou uma enorme
porta dupla ao final da sala.
Harel, como de costume de uns
tempos para cá, tomou á frente do grupo para analisar a porta. O elfo não
entendia nada de anões, eu presumia, então, o que poderia querer ali?
Aparentemente, Harel entendia de mecanismos em geral, mas mesmo assim, eu
acreditava que as diferenças culturais entre os povos eram suficientes para
tornar um mecanismo impossível de ser analisado por um não-membro da raça.
Harel percebeu que havia uma
armadilha, pois sua percepção era realmente absoluta e universal. Mas quando
tentou desarmar o mecanismo, fracassou, provando minha teoria. Ouvimos um
zunido esquisito, parecia um estalar. Harel imediatamente teve os cabelos
arrepiados por uma corrente elétrica. Percorrendo seu corpo e fritando seus
órgãos. Ele gemeu de dor enquanto controlava sua convulsão. Era uma armadilha
mágica! Por fim, não havia sido tão forte a ponto de desacordá-lo. Com cuidados
necessários, Harel logo se recompôs.
A porta foi aberta sem mais
nenhum perigo. Era um único gatilho e logo eu pensei que não era obra dos
anões. Traiçoeira demais e, além de tudo, recente. A teoria dos finntrolls
ganhou mais força ainda depois dessa armadilha. Depois de ouvirmos as
dobradiças da porta se moverem, subitamente, estávamos em uma espécie de
antessala comprida. As paredes eram forradas por gravuras em alto relevo (mais
uma especialidade anã) onde víamos as relações dos anões com os deuses do
Panteão. Khalmyr era o líder, Nimb, seu antagonista caótico, era um demônio
terrível. Também havia gravuras que contavam a história da era dos reis anões
em Lamnor. Aquilo ali, por si só, já era um tesouro de valor inestimável. A
Universidade Imperial de Valkaria pagaria muito ouro por essa informação ou por
uma expedição.
Entretanto, Lamnor era uma
terra tomada pela guerra e pela Aliança Negra. Por isso, desfiz o pensamento
rapidamente. No máximo eu poderia relatar nestas páginas de diário um pouco
sobre a arte dos anões de Lamnor, mas mesmo assim, ficaria muito aquém da
grandeza e de sua importância. Além do mais, não tinha nenhuma condição de
escrever nada naquele momento.
Poucos dos meus companheiros se
ativeram àquela história cravada em pedra. Castiel e Nathaniel foram os que
mais prestaram atenção. Fiquei pensando se Castiel poderia compor uma canção
sobre isso. Enquanto eu andava distraído, ainda fitando as imagens, alguém
chamou atenção para a próxima porta. Havia uma pequena luminosidade saindo pela
fresta.
- Luz? Que tipo de ser
subterrâneo precisaria de luz? – Perguntei.
A porta era dupla também, feita
de madeira maciça. Sem precisar ser um especialista, notadamente entendemos que
estava fechada. Seria bem provável que havia uma armadilha também. Porém, o
fato de haver luz nos intrigou. Desse modo, mantive os pensamentos das gravuras
que revelavam uma história dos anões longe da minha cabeça. Era hora de se
concentrar num possível combate.
Harel, Castiel e Elinia
começaram a investigar melhor aquela porta. Logo, a tensão da possibilidade de
um combate começou a passar com o tempo. A jovem druida começou, então, a dar
mais atenção às gravuras.
- Começou a se interessar por
história? – Perguntei com um pouco de deboche. Elinia, como uma boa devota da
natureza, não parecia se interessar por acúmulo cultural desenvolvido por
civilizações. O fato dela observar as gravuras em busca de alguma informação
quebrava um pouco o espírito “natural” dela.
- Deverá haver algo escondido
por aqui. – Foi o que respondeu. Dei um sorriso e quase me dispus a ajudá-la a
procurar. Mas desisti. Aquela mocinha havia morrido e voltado à vida e agia
como se nada tivesse acontecido. Era uma pessoa bem forte. Não sei por que, mas
meu interesse sobre sua pessoa havia desaparecido por completo e, a exemplo de
outros casos do passado, quando supero uma pessoa, ela passa a ser
completamente desnecessária. Costumo ignorar com frequência o que é
desnecessário. Ou pelo menos o que considero desnecessário.
Então, ela encontrou uma
portinhola na imagem de Heredrimm em algum lugar da parede. Meu queixo quase
caiu quando ela obteve sucesso. Agradeci por ela não entender esses meandres
sociais e não captou que eu torcia para ela fracassar em sua busca.
Dentro da portinhola, ela viu
uma gema brilhante. Uma joia preciosa, certamente, repousada sobre uma almofada
de veludo. Seria um rubi da virtude? Parando para pensar, eu nunca havia visto
um desses incríveis itens mágicos criados pelos deuses. Não poderia saber o que
aquilo significava. E o fato dela estar escondida naquele lugar devia ter algum
objetivo específico. Depois de Harel procurar armadilhas na portinhola (o que me
pareceu estúpido), Elinia retirou a pedra preciosa e entregou a Drake. O lefou
guardou em sua sacola, juntamente com o resto dos espólios do grupo todo. Se
não fosse um rubi da virtude, seria uma joia valiosa.
Após esse pequeno percalço,
Elinia tocou na porta dupla e apenas olhou mais incisiva. A madeira se
contorceu lançando rangidos como se estivesse quebrando. Sempre me surpreendo
das habilidades dela. Sendo druida, ela contava com os favores divinos de
Allihanna e era capaz de conjurar alguns milagres, tais como a cura divina
(como Nathaniel). Porém, o sangue de Elinia era também de dríade, uma criatura
da natureza. Ou seja, ela era abençoada “duas vezes”, por assim dizer. E essa
capacidade de torcer a madeira era exclusiva. Eu entendia um pouco de poderes sanguíneos.
Afinal, eu tinha sangue de dragão (só um pouco mais poderoso que o sangue de
dríade dela) e estava trilhando o caminho para despertá-lo.
Falando nisso, desde alguns
dias atrás, eu acordava sentindo mais calor que o habitual. Pensava ser um
resquício dos dias em Sckharshantallas, mas logo reparei que havia algo
diferente no meu corpo. Sentia algo fluir, principalmente quando ficava
distraído, pensando na vida. E durante os combates, sentia cada vez mais rápido
e cada vez mais forte. Julgava que essa melhora nas minhas técnicas provinha de
experiência, afinal, estava testando minhas habilidades como nunca. Ainda mais
lutando contra os trolls. Porém, algo me dizia, uma espécie de intuição, que
havia algo oculto.
E eu sabia. Era meu sangue de
dragão.
De qualquer maneira, Elinia
abriu a porta e acabamos chegando a uma sala com archotes acesos. O fogo tremeluzia
de maneira sobrenatural. Eu já havia ouvido falar das chamas contínuas, itens
mundanos que iluminavam para sempre, sem nunca apagar pelo tempo.
A nova sala agora possuíam três
estátuas. Mas não eram anãs, possuíam asas e rostos demoníacos, além de garras
e cauda. Eram criaturas bem estranhas e deslocadas. Segurei firme o cabo da
minha katana ao vê-las, como se pressentisse algo estranho.
E
meus temores se revelaram acertados.
Eram gárgulas, estátuas que
ganhavam vida através de magia. Geralmente serviam com guardas e vigias. Um
combate logo se iniciou, pois obviamente éramos intrusos ali.
Brandi a katana, corri pelos
lados, saltei por cima, girei o corpo. Todos os combatentes balançaram seus
braços com firmeza, atingimos nossos inimigos e os quebramos. Nathaniel e
Patrick sequer participaram do conflito, poupando assim, suas forças mágicas
que já estavam acabando.
Havia duas portas atrás dessas
estátuas. Abrindo, vimos um grande abismo. Escuro, atordoante. Engoli seco ao
ver aquilo. Havia também duas pontes, uma atrás de cada porta. Eram feitas de
madeira, suspensas por cordas, o que fez meu coração palpitar. Não passava
segurança nenhuma.
- Podemos ser emboscados. –
Disse Harel.
- Precisamos de um plano. –
Disse Victor.
Drake tomou à frente com
algumas ideias. Blasco contribuiu com outras, ambos em sintonia. Eu apenas ouvi
a todos, coçando minha barba já bastante avantajada. A distração me fez ignorar
todos os planos que começaram a surgir. De alguma forma eu estava distraído com
alguma coisa. A barba, naquele momento, era o alvo da minha atenção. Estava
grande, precisava ser aparada. Mas para que aparar se não haverá ninguém digno
de nota para me ver? Ah, mas eu não pensava ficar em Lamnor para sempre. Queria
ver cidades novamente. Queria voltar a Valkaria e mostrar para Satoshi Yamada o
resultado desses poucos meses de aventuras.
Passei anos treinando
praticamente todos os dias com o tamuraniano louco e transformei meu corpo de
um jovem comum para um jovem aventureiro. Mas para desenvolver o meu corpo de
aventureiro, eu precisava de mais. Precisava de aventura. E era isso que estava
conseguindo. Sentia que em breve meu sangue despertaria o poder mágico, a
exemplo de Patrick, que é um feiticeiro e tem sangue de fada.
Quando dei por mim, perdido em
pensamentos, estávamos do outro lado da ponte. Atravessamos sem nenhuma
dificuldade, sem nenhum transtorno. Não houve emboscada, e a ponte se demonstrou
ser tão forte o suficiente para aguentar Gulsh e seu peso de um boi.
Depois do desafio imaginário da
ponte, chegamos à outra antessala. Dessa vez, senti meu coração palpitar.
Estávamos chegando ao fim daquela jornada. Sem delongas, abrimos a porta à
frente.
Estive certo o tempo todo.
Aquela experiência na caverna
dentro da cachoeira representava a mais clássica história de aventureiros. Uma
masmorra a ser desfraldada, finalizada. Onde todos os inimigos são aniquilados
e os tesouros antigos todos saqueados. Afinal, os anões não iriam reivindicar
nada daquilo.
Quatro trolls estavam à espera,
praticamente imóveis até nossa chegada. Logo nós engajamos no combate. Eu,
Blasco, Drake, Gulsh, Victor e Elinia logo estávamos colados nos nossos
inimigos. Eu, como sempre, aproveitando o máximo de minha agilidade para passar
perto dos inimigos e desviar de suas garras. Meus golpes eram mortais. Eu
julgava estar tão forte quando Gulsh, mas o certo é que ainda não. Eu ainda era
apenas o segundo mais poderoso do grupo.
Então, senti calor. Calor
demais. Labaredas. Fogo. Uma explosão de fogo tomou conta da sala, onde nós
estávamos ainda aglomerados. Ouvi gritos terríveis dos meus companheiros, bem
como senti o cheiro de cabelo e pele queimando. No último segundo, eu desviei
da explosão e saí ileso. Percebi que Victor e Harel também não haviam sido
atingidos. Éramos os mais rápidos do grupo.
A explosão de fogo serviu para
revelar uma nova criatura. Finalmente conhecíamos um finntroll. Era um homem
alto demais, esguio demais, pálido demais com algumas veias verdes muito
aparentes. Era uma criatura bizarra. Seu manto longo e seus dedos finos e
rápidos mostravam muita aptidão mágica. Ele era o alvo mais perigoso a partir
daquele momento.
Os trolls começaram a fazer a
linha de proteção ao finntroll, seu capataz. Assim, era impossível chegar até o
inimigo apenas se movimentando. Eu avancei sobre o troll do centro visando o
caminho mais curto. Todos nós sabíamos, tínhamos em mente que o finntroll deveria
ser o primeiro a cair. Vi Drake avançar sobre outro troll e Victor se juntar a
mim, mas enfrentando outro troll. A este ponto, não seria a primeira vez que repetiríamos
nossa parceria no combate. Blasco se jogou entre as pernas de outro troll e
ficou por ali, desviando das garras afiadas e até mesmo fazendo com que ele se
acertasse. Uma tática que o halfling caolho desenvolvia bastante. Gulsh se
engajou contra outro troll sozinho, girando seu enorme machado. Com o tempo,
comecei a brandir minha katana com menos força, menos velocidade. Estava
começando a me cansar depois de um dia inteiro praticamente lutando e andando
pela masmorra.
Comecei a ouvir a ocarina de
Castiel e logo senti a onda de cura afetar a todos. Eu mesmo não estava ainda
ferido naquele primeiro momento, mas depois não consegui desviar com sucesso. Senti
minha carne rasgar pelo corte das garras do troll. O outro golpe quase me pegou
também. Se eu tivesse sido agarrado, seria destroçado, com certeza. Como
aconteceu com Elinia, horas atrás. Dessa vez, a canção de Castiel curou meus
ferimentos recém abertos.
Ouvi barulho de corda
retesando, de flecha assoviando, mas não vi nada. Estava absorto no meu combate
contra um formidável inimigo. Harel estava atacando e eu torcia para que ele mirasse
o finntroll. Era a chance mais clara de feri-lo.
Então, tudo se transforma em
caos. Gulsh gira seu machado e acerta Elinia com violência. Se fosse um golpe
mais reto, teria partido a druida em dois. Arregalei os olhos, completamente
confuso. O que estava acontecendo? Seria uma traição?
Havia outro finntroll por ali.
Outro mago. E ele havia controlado Gulsh. Além dos trolls, agora tínhamos um
orc de quase três metros de altura como inimigo. O combate começou a ficar
ridicularmente difícil. Vi Elinia quase desabar morta, jorrando sangue pelo seu
abdômen. Será que morreria novamente?
Subitamente, ouvi um grito. Era
Harel. Quando virei o rosto para entender o que acontecia, notei que uma de
suas mãos cobria os olhos. Ele estava cego. Aquilo fez meu coração bater mais
forte. Será que iríamos morrer? Drake defendia os golpes de seus inimigos
graças a sua habilidade com o escudo e a sua armadura completa. Victor,
entretanto, encontrava sérias dificuldades em afetar os trolls com seus socos.
Blasco corria por debaixo dos monstros com seus passos rápidos e compactos. Ele
conseguiu fazer os trolls se acertarem. Não estava tudo tão perdido assim.
- Allihanna, traga seu silêncio
para esta sala. – Ouvi Elinia dizer, ainda segurando seu ferimento aberto.
Subitamente, um finntroll ficou mudo. Agora era incapaz de conjurar magias,
afinal, as palavras arcanas são o gatilho principal, juntamente com os gestos,
para a conjuração.
O mudo conseguiu fugir através
de uma passagem secreta. Ficamos apenas contra um mago e isso já ajudava
bastante. Vi que o outro finntroll começou a pegar fogo e gritou de agonia.
Percebi, então, que os finntrolls sofriam da mesma vulnerabilidade que seus
escravos trolls. O fogo o consumia. Acredito que era Patrick, invisível até o
momento, o autor da magia.
Enquanto tentava apagar o fogo
com gestos desesperados, batendo sobre suas roupas, eu vi a oportunidade.
Avancei sobre um troll e saltei sobre o mago. Entretanto, meu movimento foi
prejudicado devido aos monstros no meu caminho. Não que eu não conseguisse
desviar deles, era até fácil, minha especialidade. Mas mesmo assim, me custaram
preciosos segundos. O suficiente para o finntroll perceber minhas intenções.
Ele gesticulou rapidamente e falou palavras arcanas. Não eram palavras tão
difíceis, nem eram gestos tão complexos. Eu poderia repeti-los, se quisesse.
Então, fui envolvido por uma
sensação forte. Senti cócegas abissais. A vontade de rir explodiu e não
consegui mais manter a boca fechada. Ri, gargalhei, me contorci. Estava fora do
combate. Tentei ao menos prestar atenção no que estava acontecendo, pelo menos
me proteger dos trolls, mas nem isso eu consegui. Entretanto, eles também não
deram mais bola para mim. Eu estava inofensivo, era inútil.
Patrick
com seu truque novo começou a usá-lo repetidamente. Atingiu o finntroll com
mísseis mágicos e sua magia de fogo. O atacou tanto que ele caiu morto. Agora
só havia os trolls. Gulsh, que tinha sido dominado, estava sendo retardado
pelas magias de Nathaniel, tais como leque cromático. Era necessário, pois o
orc ainda não havia sido liberado do controle do finntroll.
No fim, quando eu comecei a me
recuperar da histeria das risadas, percebi que os trolls restantes foram
derrotados por um enxame providencial de Elinia. Eram vários insetos nojentos,
como baratas, lacraias e outras porcarias. Quase parei de rir apenas para
vomitar. Seria uma boa contramágica.
Victor, Blasco e Drake, os
únicos combatentes úteis conseguiram derrotar os trolls com seus golpes e suas
habilidades e Elinia os passou com fogo de uma tocha. O dia estava no fim, eu
esperava. Sentia ainda náuseas pela mágica da risada e pelos insetos nojentos
que vira.
Decidimos não perder tempo e
fomos atrás daquele finntroll que fugiu por uma porta secreta. No máximo,
encontramos um resto de fuligem de pergaminho. Provavelmente ele havia
conjurado uma magia para fugir. Meu palpite era um teletransporte. Sentimos que
aquele inimigo não iria deixar barato a humilhação da fuga. Provavelmente ele
perderia seu tempo indo atrás de nós buscando vingança. Já vi isso acontecer
com meus pais.
Mas isso fica para outra
história. Naquele dia, vencemos a masmorra e agora só faltava recolher os
tesouros restantes.
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