Aztag
24, Weez, 1410 CE.
O tempo foi de respirar fundo e
pronunciar minhas palavras mágicas novamente para invocar o Escudo Arcano (ao
contrário da Armadura Arcana, o Escudo dura apenas um minuto ativa). Os uivos e
os assovios ficavam cada vez mais altos. Meu coração batia forte. Estávamos
divididos entre os lados da carroça. Eu, Elinia e Layca de um lado, Gulsh,
Drake e Victor do outro. Blasco estava atrás de Victor também, pobre coitado.
Não consigo nem conceber o medo que ele sentia.
Nathaniel estava também desse
lado, atrás de Drake. Pelos meus cálculos, ele estava quase exaurido de magia.
Porém, como um clérigo abençoado por Wynna e mago, ele tinha capacidade de
manipular todos os tipos de energias mágicas, sejam elas arcanas ou divinas.
Suspeitava que ele estivesse gastando suas forças divinas, enquanto resguardava
para o final o poder bruto arcano, que todos sabem, é o mais poderoso.
Súbito, homens muito peludos
vestindo peles esquisitas avançaram sobre nós, aparecendo no nosso campo de
visão (graças à magia de luz conjurada por Castiel). Com um olhar mais atento,
notei que eles não eram homens normais. Eram peludos, com pernas dobráveis para
trás, orelhas enormes, focinho, dentes malignos e olhos vermelhos. Eram uns
malditos lobisomens. Eles carregavam machados de batalha e espadas de lâmina
grosseiramente larga. Todas de qualidades estupendas e frutos de óbvios saques
de vítimas anteriores. Porém, o que mais me enojou (no sentido literal mesmo)
era a “armadura” dos monstros. Feita de pele de gente. Dava para divisar
joelhos, braços, dedos. E até um rosto colado nas costas de um, como se fosse uma
macabra máscara. Esses monstros não podiam continuar existindo. Engoli seco e
juntei minha confiança para a luta.