
domingo, 29 de março de 2009
Aurora Carmesim - Prólogos, parte 4

quinta-feira, 26 de março de 2009
Aurora Carmesim - Prólogos, parte 3

sábado, 21 de março de 2009
Nereus - O UniCórneo

- Nereus! Meu filho!
Pontus é um minotauro muito grande e forte, e proporcionalmente orgulhoso. Desde jovem fora marinheiro sob a guarda naval patrulhando os mares e realizando missões em nome de Tapista. Por sua força e determinação chegou a ser capitão de seu proprio navio, e fez seu nome perante o Princeps até sua aposentadoria. Se tornou mercador por não conseguir viver longe do mar e, para continuar a inflamar seu orgulho e força, negociava escravos.
Gaia havia sido capturada juntamente com a druida que a ensinava os caminhos de Allihanna. A druida fora vendida, e Gaia se tornou escrava de Pontus.
Ajudando no parto havia um escravo, um clérigo de uma divindade fraca e desconhecida que ele chamava pelo nome de Lecanone, e que Pontus havia comprado a pouco tempo. Ele era muito prestativo e estava se mostrando cada vez mais útil, apesar do baixo preço a que foi comprado.
- Isso sim que é criança! Olha o tamanho desse filho da puta! Quase arregaça toda minha mulher!
- Sim senhor, não sei o que seria dela se eu não estivesse aqui, nunca vi um bebê tão grande!
- HA! Olhe! Puxou ao pai! Acabou de nascer e já tem o caralho maior que o seu!
- Erm... Claro senhor...
Nereus era mesmo maior que o normal. Minotauros são grandes e fortes por natureza, ele era simplesmente maior e mais forte. Conforme crescia e essa vantagem se tornava mais aparente, Pontus iniciou um treinamento intensivo com seu filho na arte do combate a fim de aproveitar sua força à maneira de Tauron.
Enquanto isso, sem a menor suspeita de Pontus, Daelan, o clérigo escravo, arquitetava seus planos. Era na verdade clérigo de Hynnin, Ahleniano, e estava associado com Karovius, rival de Pontus e minotauro com muito menos escrúpulos. Com o passar dos anos, Daelan conseguiu fazer com que Pontus tivesse sérios problemas financeiros, e começasse a perder espaço para Karovius. Nereus ainda era novo, mas a situação de Pontus se tornou tão grave que não restava escolha, com apenas 14 anos(não sei o equivalente na idade minotaurica) Nereus lutaria como gladiador.
Apesar da idade seu tamanho compensava. Graças ao treinamento com seu pai, ja possuia músculos de guerreiro e seu manejo das armas não era mal. Lutava com facilidade, e vencia da mesma forma.
Começou a ficar conhecido, seu nome começava a ecoar nos infindáveis corredores de Tapista e o orgulho de Pontus começava a se recuperar.
Mas os planos de Daelan não haviam se finalizado. No dia da final de uma grande competição, Nereus recebeu uma terrivel notícia a respeito de seu pai. Seu orgulho estava ferido, seu nome destruído e sua honra manchada. O mensageiro lhe convenceu de que deveria fugir, de que seu pai queria que ele tivesse uma chance de fazer o proprio nome em Arton, sem a macula que Pontus trouxe para sua familia. Com gestos e palavras estranhas Nereus foi transportado para um descampado de encontro a uma armadilha. Um grupo de 8 homens armados estava a sua espera, e atacaram. Nereus era inexperiente em combates fora da arena, e suas arma e roupas não eram ideais pra esses adversários. Lutou bravamente, até mais do que se poderia esperar dele, mas foi derrotado.
Acordou em uma cama de pedra, em um comodo simples, apenas um quarto com uma porta fechada. Se levandou devagar sentindo as feridas por baixo dos curativos e sentiu uma forte dor no lado esquerdo da cabeça, estendeu a mão esperando sentir o ferimento que lhe causava tal dor e o que descobriu foi sem precedentes. Um de seus chifres havia sido cortado! O chifre esquerdo havia sido removido quase pela base, deixando apenas um cotoco de superficie lisa no lugar. Seu desamparo foi terrivel. O que haveria de acontecer com ele agora? Fora enganado, não fazia idéia de onde estava, seu nome desonrado e agora isso! Desabou novamente e, esbravejando contra Tauron começou a chorar. Ficou assim durante alguns minutos até se recompor. Resolveu seguir em frente, descobrir ao menos onde estava. A construção era uma casa de pedra de um andar, espaçosa e curiosamente confortável. Conforme se aprofundou nos aposentos começou a ouvir um som repetitivo, metal contra metal, um martelar incessante. Seguindo o barulho, saiu da casa e se deparou com uma forja a céu aberto. Em seu interior se encontrava um anão trabalhando compenetradamente.
Descobriu que seu nome era Gondir, voltava em uma caravana de uma viagem longa, desde Valkaria quando passaram pelo enorme corpo estirado no chão. Percebeu o movimento de sua respiração e colocou seu corpo em uma das carroças mais vazias. Cuidou de seus ferimentos durante a viagem até chegar aqui. Ficara desacordado por 4 dias. Soube enfim que se encontrava em Zhakarov, e após um tempo de explicação entendeu o quão distante ficava de casa.
Passou um tempo se recuperando na casa de Gondir, e durante esse tempo começaram a se conhecer.
Se deram bem desde o principio. Gondir entendia muito de armas, e parecia ser experiente na batalha também. Nereus aprendia ávidamente com a experiencia de Gondir, e se interessava cada vez mais por suas histórias. Descobriu o que era um aventureiro, e soube dos perigos do mundo. Gondir por sua vez se intrigava pela historia do jovem minotauro, se condoeu de sua situação, mas também estava impressionado com o tamanho e força do rapaz. Nereus acabou ficando, ajudando Gondir nas tarefas de ferreiro e em troca aprendia o manejo das armas e as tecnicas de combate do anão.
Anos se passaram e Nereus já havia aprendido o que Gondir estava disposto a ensinar. Havia um tempo se acostumou com a idéia de que teria que viajar, encontrar o caminho de casa para descobrir o que havia acontecido com seu pai. Entretanto tinha medo da verdade e já haviam se passado muitos anos, atrasava sua partida. Até um dia em que Gondir lhe disse que deveria partir em breve, mas que antes ele queria testar uma coisa.
- Presenciei seu aprendizado em combate, e vi sua impressionante facilidade no manejo das armas. Nunca vi alguem conseguir utilizar com tanta facilidade armas que seriam grandes demais para uma pessoa comum empunhar com apenas uma mão, mas você conseguiu. Claro que seu tamanho não é comum, isso facilita as coisas mas... Mesmo assim, tenho um ultimo treinamento com você, e será para mim um teste e um agrado.
Entregou nas mãos de Nereus duas armas de tamanho descomunal, uma maça e um malho.
Treinaram durante semanas o combate nessas armas, e quando Gondir julgou que estava pronto disse:
- Essas armas eu trouxe de Valkaria na viagem que te encontrei. Um presente de um amigo na esperança que eu conseguisse reproduzir. Provavelmente pertenceu à alguém que ele derrotou. Espero que você se torne mais habilidoso com elas do que seu antigo dono.
E se despediu.
E assim partiu Nereus, rumo ao sul, numa viagem sem grandes esperanças de chegar ao final.
Aurora Carmesim - Prólogos, parte 2

sexta-feira, 20 de março de 2009
Aurora Carmesim - Prólogos, parte 1

quarta-feira, 11 de março de 2009
segunda-feira, 9 de março de 2009
Missões de honra

- Nosso senhor o Daymio Shiro Nomatsu precisa vê-lo. Ele tem uma missão para você.
Togashi Matsumoto inclinou seu corpo em cumprimento ao seu mestre e pai e assentiu. Mas sua cabeça estava em ebulição. Tantos anos haviam se passado em que ele somente ficou em Nitamu-ra para a proteção da população local e assim de repente o próprio Sumo-Sacerdote do Deus-Dragão lhe passaria uma missão? Seria essa uma missão sagrada? Não cabia a ele escolher, era seu dever aceitar.
O templo em estilo tamuraniano possuía quatro andares, era um dos prédios que havia sido transportado magicamente pelo imperador quando Tamu-ra fora invadida pelos demônios da tormenta. Togashi Matsumoto tirou os calçados antes de pisar no templo e adentrou a grande sala onde estava o Daymio. Inclinou-se em cumprimento. Foi cumprimentado em troca.
- Depois de anos cumprindo missões menores aqui em Nitamu-ra – Falou o Sumo-Sacerdote em sua língua quadrada – Você irá cumprir uma missão maior para defesa da honra de seu povo Togashi. Um criminoso sem rosto matou um de nossos mais sábios sacerdotes e está à solta. Conseguimos pistas dele no reino de Bielefeld. Tenho um contato lá e você irá procurá-lo. Quero-o para que pague pelos seus erros sob nossas leis e a justiça de nossa divindade. O grande Deus-Dragão o quer para seu próprio julgamento. Você irá capturá-lo e julgá-lo.
quinta-feira, 5 de março de 2009
Sir Lothar Orselen, O Javali de Bedivere.

Pouco importava a força de seu inimigo: havia falhado com Bruenor, com a Ordem da Luz e com Khalmyr. Olhava sempre para frente, deveria ganhar a liberdade de forma honrada, pouco importando a força de seu adversário. Tamanha era sua determinação que nem notara que seus cabelos haviam crescido bastante e que a sua barba já pedia a muito para ser aparada.
Faltavam ainda algumas horas pro derradeiro combate e Allieny veio ver o gladiador, como começou a fazer freqüentemente, quando ficou sabendo que lhe faltavam poucas lutas para ganhar a liberdade.
- Lothar... Já esta ficando fácil encontrá-lo por aqui. Quase nunca desgruda desta varada.
- A brisa do mar alivia muito de meus tormentos, senhora. Não só ela, como também sua companhia.
Houve silêncio. Lothar olhou por alguns segundos nos olhos de Allieny, mas depois dirigiu seu rosto para o mar. Allieny respondeu o gesto do guerreiro com um meneio e timidez.
Quando o vento parou, Allieny quebrou o silêcio:
- Lothar, diga-me: porque tens um javali e um dragão desenhados nos seus ombros?
- O Javali representa meu passado; o Dragão azul de Bedivere representa o que me tornei e que, hoje em dia, não sou mais. Mas pretendo voltar a ser, se Khalmyr ainda fizer bom juízo de mim.
Lothar parou de falar neste instante. Allieny ainda olhava para ele, como uma criança prestes a escutar uma história fabulosa.
Então o gladiador continua:
- Nasci de uma família humilde, senhora. Minha mãe, Sabine Orselen, era uma simples tecelã, enquanto que meu pai, Dirt Orselen, era um líder comunitário, criador de porcos. Eles viviam numa pequena fazenda, segundo me disseram.
- Não conheceu seus pais, Lothar?
- Não, não pude ter a honra de conviver com eles. Meu país estava em guerra com outro; morávamos na fronteira entre os reinos. Houve um ataque e o dono das terras de onde vivemos acovardou-se, deixando os camponeses e soldados à própria sorte. Fui salvo porque outro homem, conhecido como Dragão viviamos, defendeu nosso lar como se seu fosse. Seu nome é Bruenor de Bedivere.
- Após o ataque, Bruenor viu-me nos braços de minha mãe, já morta. Deste dia em diante, ele decidiu que me criaria e que um dia eu o serviria como um escudeiro... Pois bem, o Javali é em honra ao meu pai, que criava porcos. Bruenor achou que não seria elegante, e não seria mesmo, que eu fosse um porco...
[risos]
- E depois, Allieny, o Javali representa, em certa parte, a evolução de minha família. De caça a caçador, algo neste sentido.. Os clérigos de Khalmyr tentaram me explicar esse enigmático sentido, mas nunca fui muito atento...
- E o Dragão seria então em homenagem a Bruenor, Lothar?
- Exatamente. Mas não só isso. Bruenor recebeu a alcunha de Dragão de azul, pois ele não queria participar de um conflito no limiar do ano novo. Segundo ele, aquele ano deveria terminar de forma diferente para que diferente fosse o próximo.
- Como isso é possível? A guerra sempre envolve ferimentos e morte, não é possível...
- Allieny, Bruenor fez o que chamamos de muralha de escudos. Seus homens foram cercados e resistiram por horas e horas. Quando os mercenários estavam cansados, Bruenor propôs um acordo de paz em função do ano novo. Então, os inimigos comemoram o ano novo com festa. E ambos perguntaram-se o porquê de estarem se matando, se podiam conviver em paz. Deste dia em dia, Bruenor começou a repensar suas ideologias, inclusive relativizando os conceitos de barbarismo e civilização.
- Mas porque o Dragao Azul?
- Defesa e luta.
- Bom... Então eu cresci ao lado de Bruenor e sua mulher, Lissa. Ambos me tratavam como filho, e estavam felizes, pois nascera Valahad, seu filho de sangue. Infelizmente, as clérigas de Lena donde eu vivia constataram que Lissa não poderia mais ter filhos. Contudo, ambos estavam felizes com sua prole.
- Cresci ao lado de Valahad como um irmão. Claro que ele tinha como destino a cavalaria e eu seria um escudeiro por muito tempo e depois, quem sabe, um soldado de honra. Eu o chamava de escudeiro pederasta, em virtude das várias pompas que ele tinha...
- Ele não tinha ciúmes de você, Lothar?
- Não... Embora tivéssemos sido criados pela mesma família, ele era o cavaleiro e eu o escudeiro. Mas nunca reclamei, agradeço a Khalmyr por ter sobrevivido e ter oportunidade de orgulhar minha família, esteja ela onde estiver. Todavia, Valahad sempre fez questão que eu desfrutasse de tudo que ele desfrutava. Lembro-me de como consegui Aruel...
- Aruel?
- Sim, um grande corcel de batalha. O maior dos cavalos de Bedivere e o mais violento. Negro como a noite. Valahad o havia domado. Contudo, como eu era maior que ele, Valahad ofereceu-me o grande animal. Disse que combinaria mais comigo do que com ele... No fundo, ele desejava que eu fosse realmente seu irmão de sangue e que tivesse direito a tudo que ele tem...
Depois de algum tempo de reflexão, Allieny, de novo, quebra o silêncio.
- E então, Lothar, o que aconteceu?
- As coisas mudaram. Ele abandonou todas as tradições para trilhar um caminho sem volta. Depois disso, tornei-me...
Neste momento, Augustus grita:
- Lothar, venha! É sua vez de morrer!! Hahaha!
- Bom Allieny, outro dia termino a história.
- Não se machuque muito, hein!
- Com uma clériga de Lena assistindo, essa não é a maior das minhas preocupações.
Seguiu, pensando sobre seu fracasso e sobre como faria para retornar a Bielefeld e retomar seu posto...
Defesa e luta.
terça-feira, 3 de março de 2009
Lendas Antigas #1
domingo, 1 de março de 2009
Crônicas Artonianas #35 - Peleannor
